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Chevrolet Opala Comodoro era meio termo entre luxo e esportividade

Confortável e silencioso, o Comodoro ajudou a construir a imagem de requinte associada aos carros da General Motors

Por Felipe Bitu
28 jul 2024, 18h30
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  • A década de 70 marcou um momento singular da indústria brasileira: pela primeira vez Ford, Chrysler e GM competiam entre si no segmento de carros de luxo nacionais.

    Ford Galaxie e Dodge Dart eram os principais representantes da escola americana, mas ganharam um concorrente de peso em 1975: o Chevrolet Comodoro.

    Praticamente um Opala com outro nome, ele mantinha a receita de projeto alemão e mecânica americana, mas tinha sua própria identidade graças ao luxo que o distinguia do irmão mais simples.

    A pintura metálica era exclusiva, o teto era sempre revestido de vinil (inteiriço no sedã e em parte no cupê) e o aço inox predominava nos frisos e sobrearos. Faróis de neblina, molduras dos faróis e centro das calotas da cor do carro e uma profusão de emblemas completavam a decoração exterior.

    Os cromados no exterior completavam o pacote
    Os cromados no exterior completavam o pacote (Silvio Gioia/Quatro Rodas)

    O desempenho estava à altura do requinte: trazia o tradicional seis-em-linha de 4,1 litros, com 148 cv (brutos). Para uma tocada mais nervosa, o câmbio manual de quatro marchas tinha alavanca no assoalho e os largos pneus 7,35 x 14 davam seu melhor para manter o pesado Chevrolet na trajetória.

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    Mas ele deixava a desejar nas curvas, graças à distribuição de peso ruim e à suspensão macia.

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    O teste publicado em abril de 1975 comprovava suas credenciais esportivas: 0 a 100 km/h em 15,3 segundos e máxima de 165,4 km/h. “O motor, com muita força, permite boas acelerações e retomadas de velocidade bem rápidas”, dizia o texto, que elogiava o conforto para cinco e o baixo nível de ruído.

    Motor 4.1 produzia 148 cv; em 1976, passou para 171 cv com a opção 250-S
    Motor 4.1 produzia 148 cv; em 1976, passou para 171 cv com a opção 250-S (Silvio Gioia/Quatro Rodas)
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    Em trechos de serra, andava junto dos Dart e Galaxie, mas levava um baile do luxuoso Alfa Romeo 2300. Os freios também eram um ponto negativo.

    Porém ele era quase imbatível na cidade: os assentos reclináveis faziam a festa dos namorados e o interior apresentava um belo carpete de buclê de náilon (preto e marrom) e uma imitação de jacarandá no painel e volante. Mas ainda estava abaixo do Ford Landau.

    Direção hidráulica e ar-condicionado eram um mimo a mais, numa época em que eram itens restritos aos automóveis mais caros e exclusivos.

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    Imitação de madeira ajudava na aura de luxo
    Imitação de madeira ajudava na aura de luxo (Silvio Gioia/Quatro Rodas)

    Em 1976, ganhou a opção de motor 250-S: tuchos de válvulas sólidos, taxa de compressão alta, comando esportivo e carburador duplo o levaram a 171 cv. No ano seguinte, recebeu câmbio mais longo e a opção de um quatro-cilindros de 98 cv.

    O carro mostrado aqui é um 1976, do juiz de direito José Gilberto Alves Braga Júnior, de Santa Fé do Sul (SP). Foi encontrado em 1994 quando era preparado para provas de arrancada. “O carro apresentava detalhes não originais, mas boa parte da pintura ainda era de fábrica, bem como o interior”, diz Braga. “Já o vinil estava em perfeito estado.”

    Sucesso de público e de crítica, alcançou 500.000 unidades em 1978. Perdeu o posto de GM mais sofisticado no ano seguinte, com o Diplomata, um Opala ainda mais requintado.

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    Nada mais restou ao Comodoro senão atravessar a década de 80 como o segundo Chevrolet mais luxuoso, prestígio que ele manteve até o fim da linha Opala, em 1992.

    Ficha técnica – Chevrolet Comodoro 1975

    Teste QUATRO RODAS – abril de 1975

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