Sinop, no Mato Grosso, é uma cidade planejada, na fronteira agrícola da Amazônia, que tem ruas com nomes de árvores e flores, como Acácias e Azaleias, mas está em uma região que ganhou fama de ser um campo de provas a céu aberto para picapes. Foi aí que encontramos o problema da entrada de água no diferencial dianteiro das Chevrolet S10 – em modelos de 2012 até 2024.
Um dos casos é o de uma S10 2.8 4×4 2020, do promotor de vendas Jonas Francisco Nunes: “Ao assistir aos vídeos da B.D.A. (B.D.A. 4×4, um canal da oficina Águia Auto Mecânica de Sinop), pedi para verificarem as condições do óleo do diferencial dianteiro e havia água no lubrificante”, conta Jonas. “Como aconteceu se uso o carro a maior parte do tempo na cidade e nunca atravessei locais alagados ou riachos?”, pergunta.
Além dele, conversamos com mais dois proprietários de S10, uma LTZ 2.5 flex 4×4 2018 e outra LT diesel 4×4 2020, que tiveram o problema conhecido por Irineu Siqueira Neto, o dono do canal B.D.A. 4×4. Netão afirma que já atendeu mais de 100 picapes com a falha.
“Ao realizar serviços em S10, perguntamos ao cliente se ele deseja conferir o óleo do diferencial dianteiro, e quase sempre o lubrificante está contaminado com água.” Ele diz que “mais de 100” e “quase sempre” não são força de expressão.
O mecânico suspeita que o líquido entre pelo retentor e/ou pelo respiro do diferencial, cuja mangueira é curta e sem abraçadeira. “Trocamos por uma mangueira maior, com um respiro metálico, e prendemos a peça próximo à grelha perto dos limpadores do para-brisa”, diz. O serviço custa cerca de R$ 2.000 e leva oito horas.
Questionada, a Chevrolet disse apenas que não localizou reclamações dos clientes mencionados na reportagem. Mas não comentou sobre o problema da picape.
O povo reclama:
“Na concessionária, disseram que havia água no óleo do diferencial e que, muito provavelmente, houve falha de vedação da peça e entrou água.” Relato no Reclame Aqui de um proprietário, de São Paulo (SP)
“Disseram ter entrado água no diferencial dianteiro e que a garantia não cobria, mesmo eu nunca tendo entrado em um rio ou atravessado local alagado.” Relato no Reclame Aqui de Miguel Calmon (BA)