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Os cuidados que é preciso ter com um carro que fica parado

Precisa deixar o carro estacionado na garagem durante algum tempo? Então, fique atento para evitar problemas que podem surgir, mesmo sem você ligar o motor

Por Wilson Toume
Atualizado em 4 Maio 2021, 10h48 - Publicado em 26 Maio 2017, 20h23
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  • Seu carro fica mais tempo parado em casa do que rodando na rua? Mesmo assim ele precisa de cuidados
    Seu carro fica mais tempo parado em casa do que rodando na rua? Mesmo assim ele precisa de cuidados (Mauro Souza/Quatro Rodas)

    Uber, aplicativo de carona, carro compartilhado, bicicleta, transporte coletivo. Atualmente, quem vive nas grandes cidades tem tantas opções que é cada vez mais comum o número de pessoas que está deixando o segundo automóvel mais tempo parado na garagem – e às vezes até o único veículo da casa.

    Se esse é o seu caso, é bom saber que é preciso tomar algumas precauções para evitar uma dor de cabeça na hora em que você voltar a dirigi-lo.

    Primeiro, é preciso saber quanto tempo pretende deixá-lo parado. Se for por até duas semanas, pode relaxar: não é suficiente para causar estragos. Mas é bom providenciar uma boa limpeza (por fora e por dentro) para manter a pintura em bom estado.

    Verifique principalmente se não há restos de alimentos ou líquidos no interior e garanta que os revestimentos estejam perfeitamente secos. Migalhas de biscoito, por exemplo, podem atrair insetos e manchas de suco ou de refrigerante ficam mais difíceis de retirar com o tempo.

    Encerar a carroceria é outra boa prática, pois evita que a sujeira grude na pintura. O ideal é guardar o automóvel em uma garagem coberta e bem ventilada, mas longe do sol. Caso não seja possível, providencie uma boa capa automotiva – precisa ter entrada para ventilação e forro que não cole na lataria quando chover.

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    William Oliveira, gerente da Dakar Auto Center, faz uma observação importante: “Se não for usar com fre­quência, é importante passar a trocar o óleo do motor e os filtros de acordo com o tempo, e não com a quilometragem”. Afinal, mesmo com o motor desligado, o lubrificante se degrada pela oxidação.

    Um exemplo real: o Onix Joy pede troca aos 10.000 km, mas se rodar pouco, é considerado uso severo e deve ser substituído em seis meses. O mesmo vale para o fluido de freio: ele vence após dois anos caso não atinja os 20.000 km antes.

    Mangueiras e correias

    Atenção também aos pneus. “Se estiverem com pressão inadequada e ficarem estacionados por muito tempo, podem se deformar”, explica Oliveira. Se o veículo ficar imobilizado por mais de um mês, use a pressão indicada no manual para carga máxima.

    Renato Sollitto, gerente de produto da Peugeot do Brasil, reforça que há outros itens que se degradam com o tempo. Mangueiras com pouco uso podem ressecar e rachar com mais frequência. E cuidado com as correias: no Onix, a dentada deve ser trocada após seis anos se não chegar a 60.000 km. Os limpadores de para-brisa precisam ser levantados para evitar que a borracha da palheta grude e se deforme em contato com o vidro.

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    Carro que fica muito tempo parado deve receber um tratamento especial
    O ideal é rodar alguns quilômetros com ele a cada 15 dias (Mauro Souza/Quatro Rodas)

    O técnico Thiago Amaral das Chagas, da Auto Mecânica Kobata, lembra a importância de verificar o reservatório de gasolina da partida a frio: “Gasolina velha pode provocar a formação de goma, que pode entupir os dutos e ressecar as juntas do sistema”. O melhor é abastecer o tanquinho com gasolina Podium, que possui maior prazo de validade.

    Já o ar-condicionado deve ser usado sempre, para lubrificar o sistema de vedação do gás e das mangueiras – vale até para quem roda com frequência e não aciona o ar. O ideal é ligá-lo por 30 minutos, a cada 15 dias.

    Também é recomendado usar calços para manter o carro parado (em superfície plana), em vez do freio de mão, já que a umidade pode fazer com que os freios grudem mesmo se forem a disco. Se a parada durar mais de um mês, desconecte a bateria, já que há equipamentos que consomem energia com o motor desligado, como relógio, rádio ou alarme.

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    Carro no cavalete

    No entanto, se a estadia for mais prolongada, acima de seis meses, por exemplo, é preciso tomar outros cuidados. Além do já recomendado, deixe o mínimo de combustível no tanque e apoie o veículo sobre cavaletes, para evitar que os pneus fiquem “quadrados”.

    Ou então você pode apelar a um amigo de confiança e pedir que rode com o carro quando estiver fora. Afinal, a melhor precaução, é o uso (leia abaixo), nem que seja pouco, porque isso vai livrá-lo de toda essa trabalheira.

    Rodar periodicamente é a melhor prevenção

    Como qualquer máquina, o automóvel funciona melhor se for utilizado comfrequência. Rodar ao menos 5 km a cada 15 dias é o suficiente para manter o conjunto mecânico em bom estado. Mas atenção: não basta ligar o motor com o carro parado. Assim, apenas o motor estará sendo beneficiado.

    “Itens da transmissão, como as juntas homocinéticas, e da caixa de direção, precisam ser movimentados para garantir a lubrificação de seus componentes”, afirma Thiago Amaral das Chagas, da Mecânica Kobata.

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    Além disso, rodar periodicamente também ajuda a evitar que a embreagem fique “colada”, por excesso de umidade. E evitar isso deixando um peso sobre o pedal da embreagem, por exemplo, não funciona: pode acabar provocando a fadiga da mola.

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