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Micos de luxo

Algumas versões mais baratas de SUVs importados podem ser uma dor de cabeça no futuro

Por André Paixão
Atualizado em 22 abr 2021, 16h54 - Publicado em 1 dez 2013, 17h24
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    Um dos critérios mais importantes na escolha de um zero-quilômetro é o preço de compra. Quanto mais barato o modelo, mais atraente ele costuma ser. Pensando nisso, muitos interessados acabam optando pela versão de entrada de um carrão em vez de uma intermediária ou mais equipada. Mas cuidado, pois no mundo dos SUVs importados essa lógica pode ser um tiro no pé na hora de revender o veículo.

    Sonho de consumo de muita gente, a Porsche tem como um dos modelos mais em conta o utilitário esportivo Cayenne. A versão mais barata, com motor V6 de 300 cv, sai por 329 000 reais. Ela custa 100 000 reais menos do que a S, intermediária, equipada com um V8 de 400 cv. Nesse caso, porém, o peso no bolso vem no momento de se desfazer do SUV. “A versão seis-cilindros do Cayenne pode ser mais barata na compra, mas sua revenda como seminova leva em média seis meses, ante 15 dias da V8. Além disso, considerando a diferença no valor inicial, o preço da V6 cai em média 10% mais do que o da V8”, afirma Renato de Freitas, gerente da multimarcas Comfort Car, em São Paulo.

    Outra desvantagem da versão V6 é que a maioria das unidades seminovas à venda do Cayenne é blindada, fator que piora seu desempenho pelo excesso de peso e que exige cuidados extras na revisão.

    Problema parecido tem o Q5, que a Audi oferece em três versões, com duas opções de motores. As duas mais baratas, Attraction e Ambiente, vêm equipadas com o 2.0 turbo também adotado no irmão menor Q3, enquanto a topo de linha Ambition traz um V6 3.0 de 272 cv. Em questão de preço, o Q5 2.0 é 42 800 reais mais barato do que o Q5 com propulsor V6. No mercado de usados, ela é uma opção difícil de encontrar e revender. “Enquanto um modelo V6 demora em média 30 dias para ser vendido, o 2.0 leva o dobro do tempo. Isso pode se refletir no preço: a depreciação do 2.0 é 20% maior do que a do V6, gerando diferenças de mais de 50 000 reais entre os dois carros”, afirma Freitas, da Comfort Car.

    Com a BMW acontece situação semelhante ao analisarmos seu SUV grande X6. No Brasil, a marca oferece duas versões. A 35i sai por 364 950 reais e conta com motor de seis cilindros em linha, de 306 cv. Já a 50i, que é 78 000 reais mais cara e traz um V8 biturbo de 407 cv, é a favorita de quem opta por esse modelo. O gerente comercial da importadora Automotriz, Marco Aurélio Di Luciano, explica que a versão 35i pode desvalorizar até 20% mais do que a 50i, aumentando a diferença de preço entre as duas para mais de 80 000 reais, considerando veículos do mesmo ano/modelo, além de ficar mais tempo parado na loja.

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