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Tratamento VIP – até demais

Por Redação
6 out 2014, 10h00

Por Péricles Malheiros

30 645 km

Pouco antes dos 30 000 km, quando era conduzido pelo editor Ulisses Cavalcante, o C4 passou a apresentar uma forte vibração durante as frenagens. “Quando o freio é pressionado com o carro a 120 km/h, o volante vibra bastante. Mais devagar, a trepidação diminui, mas o ruído é típico de pastilhas no fim da vida útil”, anotou Ulisses no diário do Citroën.

Pedimos uma verificação dos sintomas à TGV, autorizada escolhida para fazer a revisão dos 30 000 km. Após deixar o carro na oficina, o repórter visual Eduardo Campilongo disse: “A consultora estava dando um atendimento frio, sem cordialidade, até o momento em que digitou a placa do carro no computador. Na tela, surgiu um aviso para chamar o responsável pela oficina. A mensagem era longa e a técnica fechou rapidamente a janela, mas deu tempo para ler o trecho que dizia que a placa digitada era o de um carro em teste pela revista QUATRO RODAS e que o chefe da oficina deveria ser chamado. Ela pediu licença e retornou em seguida com o responsável. A partir daquele momento, ela parecia outra pessoa, solícita e interessada no que eu tinha a dizer”.

O alerta não nos preocupou. Afinal, os carros de Longa Duração têm suas peças marcadas no início do teste, funcionando como um sistema indicador de manutenção não autorizada, uma vez que todos passam por vistoria imediatamente após saírem de cada revisão. Portanto, deixamos o carro sem medo na TGV.

Enquanto o C4 passava por manutenção, partimos em busca de uma explicação para a existência do tal alerta vermelho. Contatamos a assessoria de imprensa do Grupo SHC, proprietário da TGV, que explicou que essa e as demais autorizadas do grupo têm em seu sistema um aviso recomendando atendimento especial toda vez que for identificado (pelo chassi digitado) um carro vendido para empresas. Mas que nada tinha a ver com a revista QUATRO RODAS.

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Apresentando-se como comprador, o editor Péricles Malheiros ligou para a Genève, outra concessionária do Grupo SHC, e informou o número do chassi do C4. Em seguida, perguntou se algum alerta surgiu. “Como assim?”, perguntou o consultor. O editor, então, explicou que, quando comprou o carro para a empresa, o vendedor lhe garantiu que um aviso pedindo atenção especial da oficina surgiria quando o chassi fosse digitado. Rindo, o consultor da Genève respondeu: “Imagina, não surgiu aviso nenhum. Isso é papo de vendedor para fechar o negócio”.

Quando a TGV devolveu o carro, mais surpresas. “A vibração nas frenagens ocorria porque os discos estavam empenados. Eles e as pastilhas foram trocados em garantia”, disse o técnico. O ruído de atrito entre o couro e o plástico do banco do motorista foi resolvido a contento. Após seis dias em serviço, pagamos a conta de R$ 771 (R$ 147 pelos serviços de alinhamento, balanceamento e rodízio e R$ 624 pela revisão em si), retiramos o carro e fomos direto para a Fukuda Motorcenter, oficina do nosso consultor Fabio Fukuda. Depois de vistoriar o C4, Fukuda disse:

“Todos os serviços da revisão foram executados e pastilhas e discos dianteiros foram trocados. Na suspensão, trocaram uma bucha de cada bandeja e fizeram um reaperto geral”. A partir daí, iniciamos uma segunda rodada investigativa para entender tanta gentileza, afinal, nunca na história do Longa Duração registramos troca de itens de desgaste natural (como buchas, discos e pastilhas) em garantia, ainda mais em um carro com 30 000 km rodados.

Contatamos a Citroën e o diretor de pós-venda Eduardo Grassioto disse que é possível, sim, que tais itens sejam bancados pela fábrica: “Se não houver azulamento da superfície do disco, algo que indica uso indevido, a Citroën pode autorizar a troca em garantia. Por padrão, nossa rede não mistura discos novos e pastilhas usadas, o que explica a substituição das mesmas”. Apesar de confirmar que as buchas não têm qualquer relação como efeito ou causa do empenamento dos discos, Grassioto disse: “A concessionária aplicou no C4 o procedimento previsto em um informativo de serviço destinado originalmente ao DS5 e posteriormente estendido ao C4 Lounge, que prevê a troca de discos, pastilhas e buchas. Temos registro de outros nove casos de C4 Lounge com relatos de trepidação nos freios solucionados assim. Em um deles, foi feita a tentativa de não trocar as buchas e, pouco tempo depois, os discos voltaram a empenar, exigindo, em seguida, a aplicação da manutenção completa”. Sobre o misterioso alerta visto pelo nosso repórter no computador da TGV, Grassioto garantiu que a marca nada tem a ver com o caso. “Nem ao menos há uma estrutura online que permita à Citroën disparar esse tipo de aviso. Os boletins de serviço e outros contatos com a rede autorizada são comunicados por e-mail”, disse.

No fim das contas, cabe a você, leitor, tirar suas conclusões. E, caso tenha um C4 com até 30 000 km, melhor ainda: se as pastilhas chegarem ao fim ou a direção vibrar nas frenagens, entre em contato para dizer se a rede Citroën também consertou seu carro de graça. Uma gentileza e tanto, já que discos e pastilhas de freio dianteiros custam cerca de R$ 885 – valor médio, apurado em
três concessionárias, entre elas a TGV.

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Consumo

No mês: 7 km/l com 31,4% de rodagem na cidade
Desde jan/14: 6,4 km/l com 37,3% de rodagem na cidade
Combustível: etanol

Custos no mês

Combustível: R$ 1 259
Revisão: R$ 624
Alinhamento: R$ 147

Principais ocorrências

5508 km Parafuso solto abaixo do assento do banco traseiro
7289 km Fixador central da capa do para-choque traseiro solto
9378 km Banco do motorista com folga longitudinal e ruído
9504 km Retrovisor direito rangendo ao ser rebatido
11034 km Alavanca de regulagem de altura do banco do motorista travada
11 079 km Disparo involuntário do alarme do cinto do motorista
15 289 km Painel ruidoso e retrovisor esquerdo rangendo ao ser rebatido
15 318 km Sidebag direito e vidro do motorista ruidosos
16 629 km Banco do motorista com rangido de couro e plástico
26 722 km Vibração durante as frenagens

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