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Teste: Citroën C3 1.6 Exclusive automático com 6 marchas

Agora com câmbio automático de seis marchas, o hatch francês quer um pouco mais de atenção

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 29 Maio 2017, 17h26 - Publicado em 29 Maio 2017, 17h15
Teto solar Zenith é um dos diferenciais agradáveis do C3
Teto solar Zenith é um dos diferenciais agradáveis do C3 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O gasto e popular “antes tarde do que nunca” anda fazendo sentido na Citroën. A marca aproveitou a apresentação da linha 2018 de C3 e AirCross, além da expansão da gama de versões dos modelos, para anunciar a aposentadoria de sua criticada transmissão automática de quatro marchas.

Agora, a transmissão automática (única opção para o motor 1.6 desde 2014) passa a ter seis marchas e não mais as poucas quatro do antigo AT8, na prática, uma evolução da problemática AL4. Trata-se do mesmo câmbio Aisin dos modelos mais sofisticados da marca, como C4 Lounge e Picasso – claro, com seus devidos ajustes para se adequar ao compacto.

Convocamos a versão topo de linha do novo C3 (Exclusive), que parte de R$ 65.490, para uma avaliação. A cor Dark Carmin que você vê nas fotos é a mesma já presente nos Peugeot 208 e 2008, e sai por R$ 1.390 extras. Em tempo: agora, o hatch oferece uma inédita configuração de entrada com câmbio automático e motor 1.6, a Attraction, por R$ 58.540. A intermediária (Tendance) parte de R$ 61.940.

Visual é o mesmo desde 2012
Visual é o mesmo desde 2012 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Apesar de parecerem pontuais, as mudanças do hatch foram extensas. O motor 1.6 VTi 120 agora entrega 118/115 cv a 5.750 rpm com etanol/gasolina. O torque máximo de 16,1 mkgf é obtido com qualquer combustível, porém a rotações distintas: 4.750 rpm com etanol e 4.000 com gasolina. Antes, ele rendia 122 cv a 5.800 rpm e 16,4 mkgf a 4.000 rpm com etanol; e 115 cv a 6.000 rpm e 15,5 mkgf a 4.000 rpm com gasolina.

Ou seja, mesmo com números reduzidos, quase 80% da potência passou a ser entregue em rotações menores  – apesar do atraso com etanol em relação à configuração anterior do motor. De acordo com a marca, as alterações foram feitas visando maior conforto, com um funcionamento mais linear e menos áspero do motor, incluindo a redefinição da cartografia de aceleração.

O resultado da mecânica atualizada agrada ao motorista. O C3 ficou mais ágil, com respostas e reduções mais rápidas e trocas suaves. Pela maior quantidade de marchas, o funcionamento está mais linear, com melhor distribuição de força de acordo com a exigência do motorista. Antes, com quatro velocidades, ele chegava a engatar a primeira marcha para sair de uma simples lombada e tinha trocas com solavancos e vibrações incômodas.

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Câmbio automático de seis marchas tem funções Eco e Sport
Câmbio automático de seis marchas tem funções Eco e Sport (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Além disso, o modo Eco promete até 5% de economia em relação à caixa anterior, enquanto a função Sport deixa o carro mais esperto por elevar o giro do motor. Esqueça, porém, as aletas atrás do volante para trocas manuais: agora, só na alavanca.

Com gasolina, nos testes de QUATRO RODAS, o C3 Exclusive foi de 0 a 100 km/h em 12,3 s – mais rápido que o Onix LTZ 1.4, com 13,2, porém mais lento que o Fiesta Titanium 1.6 (11,4 s) e o HB20 Premium 1.6 (10,6 s), todos com câmbio de seis marchas. Na retomada de 80 a 120 km/h, o C3 cravou 9,2 segundos e só foi mais lento que o Fiesta (8,2 s) – Onix e HB20 fizeram, respectivamente, 10,1 e 15,8 segundos.

Mais do que a aceleração, o novo câmbio privilegia o consumo. Também com gasolina, o C3 registrou a média de 10,6 km/l em ciclo urbano e 15,2 km/l no rodoviário. A média dos concorrentes, porém, ainda são um pouco melhores: Onix (12,9/15,9), HB20 (11,2/16,7) e Fiesta (11,3/14,2).

O conjunto de direção e suspensão seguem sem mudanças. E isso é bom. Com um acerto voltado ao conforto, o C3 não deixa que seus ocupantes sofram nas ruas esburacadas – em alguns desníveis do solo, a dianteira balança como em uma minivan. Já a direção é elétrica com assistência variável, ou seja, leve para manobras e precisa em velocidades mais altas. O isolamento acústico é mais um ponto elogiável do francês: mesmo na rodovia, a 120 km/h, o silêncio da cabine impressiona.

O que os olhos veem

Com tantas novidades “escondidas”, as linhas do C3 também pedem atualizações. A segunda e atual geração do C3 foi lançada no Brasil em 2012 e, desde então, segue sem mudanças visuais – apesar das soluções ainda modernas. Na versão testada, a Exclusive, são de série as rodas de 16 polegadas e os cromados nas janelas e na ponteira de escape.

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Bancos são de tecido – couro não está disponível nem como opcional (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A configuração topo de linha tem uma lista recheada de equipamentos. Sem opcionais, ele traz ar-condicionado digital automático, faróis com acendimento automático, luzes de circulação diurna em leds, faróis e lanterna de neblina, sensores de estacionamento traseiros, direção, retrovisores, vidros e travas elétricos, porta-luvas refrigerado, volante com regulagens de altura e profundidade, computador de bordo e airbags frontais.

A central multimídia com USB, Bluetooth, Apple CarPlay e Android Auto também está no pacote.

Espaço não é problema para o C3, que leva confortavelmente quatro pessoas – cinco com um pouco de aperto entre os três que vão atrás. O porta-malas de 300 litros empata com o do HB20 e é maior em relação a Onix (280 l) e Fiesta (281 l).

Atrás, espaço razoável para as pernas e as cabeças (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O grande chamariz para quem viaja no hatch é o para-brisa panorâmico Zenith, de série a partir da versão Tendance, com pontos de led na canaleta central. Já os bancos, apesar de bonitos e confortáveis, poderiam ter ao menos as laterais em couro, como no primo Peugeot 208.

Assim como na carroceria, nada muda no painel. Permanecem as três saídas de ar centrais redondas e a grande variedade de texturas utilizadas – nenhuma, porém, de toque macio. Outro pecado está na localização de alguns comandos.

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Mesmo com a central multimídia posicionada no local certo desde o início de 2016 (antes, ela ficava no topo do painel), os pequenos botões de volume, abaixo dos comandos do ar-condicionado, ficam escondidos. O mesmo vale para os botões dos vidros nas portas, recuados e em posição quase vertical.

Acabamento é bom, mas alguns comandos estão mal localizados
Acabamento é bom, mas alguns comandos estão mal localizados (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Já os comandos de rádio e piloto automático instalados em hastes atrás do volante dividem opiniões aqui na redação. Há quem os considere mais intuitivos para serem acionados sem desviar o olhar, além de deixarem o volante livre de comandos. Mas há também quem demore para se acostumar com eles, confundindo-os com as hastes dos faróis e dos limpadores de para-brisa.

O mercado

Considerando as versões topo de linha, o C3 Exclusive 1.6 AT (R$ 65.490) é mais barato que os equivalentes das marcas rivais com configurações de câmbio e motor parecidos – o Hyundai HB20 custa R$ 67.720, o Ford Fiesta sai por R$ 68.990 e o Peugeot 208 chega a R$ 69.190.

Apesar dos atrativos e de manter um público fiel, o C3 hoje ocupa a lanterna no segmento dos hatches compactos premium. De acordo com a Fenabrave, no acumulado de janeiro a abril de 2017, o Citroën teve 2.970 emplacamentos, contra 3.345 do Peugeot 208 e 5.541 do Ford Fiesta.

Quando consideramos Nissan March (6.001), Toyota Etios (13.000), Volkswagen Fox (13.590) e Hyundai HB20 (32.454), a desvantagem é ainda maior. Isso, porém, acaba creditado muito mais às ressalvas que parte significativa do público nutre em relação à desvalorização e ao pós-venda dos franceses.

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Veredicto

Com as novidades mecânicas, o C3 evoluiu – e não foi pouco. O conjunto mais moderno, suave e confiável deram sobrevida ao francês, que merece sua atenção na pesquisa por um compacto premium.

Teste de pista (com gasolina) – Citroën C3 Exclusive 1.6

  • Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,3 s
  • Aceleração de 0 a 1.000 m: 34 s – 152,5 km/h
  • Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 5,4 s
  • Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 7 s
  • Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 9,2 s
  • Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 16,6 / 29 / 68,7 m
  • Consumo urbano: 10,6 km/l
  • Consumo rodoviário: 15,2 km/l

Ficha técnica – Citroën C3 Exclusive 1.6

  • Preço: R$ 65.490
  • Motor: flex, diant., transv., 4 cil., 16V, 1.587 cm3, 118/115 cv a 5.750 rpm, 16,1 mkgf a 4.000/4.750 rpm
  • Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.)
  • Freios: discos ventilados (diant.) / tambor (tras.)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: 195/55 R16
  • Dimensões: comp., 394,4 cm; largura, 170,8 cm; altura, 152,1 cm; entre-eixos, 246 cm; peso, 1.202 kg; tanque, 55 l; porta-malas, 300 l

 

Versões – Citroën C3 Exclusive 1.6

Além das alterações mecânicas, o C3 ganhou uma versão até então inédita. A Attraction, antes oferecida apenas com motor 1.2 e câmbio manual, agora também pode ser equipada com motor 1.6 e câmbio automático de seis marchas, sendo a porta de entrada para quem quer um C3 que não exija esforço da perna esquerda.

A configuração tem visual simples, como a 1.2: nada de cromados nas janelas e nos retrovisores, sem teto panorâmico e com calotas. No entanto, é bem equipada de série, com itens como central multimídia, faróis de neblina, vidros elétricos, leds diurnos e ar-condicionado. Com ela, a gama do Citroën C3 2018 fica assim:

  • C3 1.2 manual St@rt (apenas vendas online): R$ 42.990
  • C3 1.2 manual Attraction: R$ 52.540
  • C3 1.2 manual Tendance: R$ 55.940
  • C3 1.6 automático Attraction: R$ 58.540
  • C3 1.6 automático Tendance: R$ 61.940
  • C3 1.6 automático Exclusive: R$ 65.490
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