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Sedãs médios

Bom de vendas mesmo fora de forma, o Corolla se renovou e quer a liderança. Só que os rivais nunca estiveram tão fortes...

Por Ulisses Cavalcante | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 8 nov 2016, 22h10 - Publicado em 27 Maio 2014, 22h47
comparativos

Há mais de dez anos Toyota e Honda se alternam na liderança do segmento de sedãs médios. Seus modelos detêm aproximadamente metade do mercado. Veteranos, testemunharam a vida e morte do Vectra, Astra e até do Santana (sim!) e estão fortes como nunca. Mas, embora não pareça, nunca tiveram a vida fácil. Hoje, aliás, sua sobrevivência nunca foi tão difícil, pois já existe antídoto para a dupla nipônica. QUATRO RODAS reuniu fórmulas distintas para conter essa hegemonia. Da França, chamamos o C4 Lounge. Do Japão veio o Sentra. Dos Estados Unidos, o Cruze.

Como quase todas as marcas têm um sedã no catálogo, restringimos a briga entre os cinco mais vendidos em janeiro e fevereiro de 2014. Jetta e Focus até foram convidados, mas as fábricas declina- ram da presença, alegando não dispor dos veículos em sua frota. Veja quem se deu bem.

4º Chevrolet Cruze 1.8 LTZ

Na pesquisa Os Eleitos, realizada anualmente por QUATRO RODAS, o Cruze foi escolhido como o melhor sedã de 2012. A edição de 2013 também indicou um índice elevado de satisfação de seus compradores (99,4).Aqui na redação, tivemos uma convivência pacífica com o Chevrolet, que chegou ao fim de 60 000 km com ótima saúde. Ainda assim, ele tem três problemas graves: um deles é o consumo elevado. Os outros dois se chamam Civic e Corolla.

No terceiro lugar do ranking de vendas, atrás dos japoneses, o Cruze tem preço salgado. Sem versão intermediária, custa R$ 72090 (LT) ou R$ 85890 (LTZ). Só a configuração mais cara se iguala aos rivais, oferecendo sensor de chuva, sensor de estacionamento com câmera e chave de presença (não é necessária para ligar o carro ou destrancar as portas). Uma vantagem é vir de série com controle de tração e de estabilidade.

A pista revelou desempenho aquém da concorrência, sem contrapartida no consumo – o mais elevado entre os sedãs. Fora isso, o Cruze não se diferencia nem em espaço interno nem em comportamento dinâmico. Seu nível de conforto está na média. No máximo, é possível destacar a boa ergonomia e o acesso fácil aos comandos.

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Lançado em 2008, já roda com visual novo na Europa. Aqui, as mudanças de estilo serão apresentadas no Salão do Automóvel, em outubro.

3º Honda Civic 2.0 LXR

Entre 2002 e 2006, não comprar um Corolla era quase um ato de rebeldia – pensando em sedãs, claro. A Honda instigou essa insolência contra a Toyota e revolucionou o segmento com a oitava geração do Civic. Com pegada esportiva e design futurista, o sedã assanhado arrebanhou fãs. Mas o atual Civic não é mais revolucionário. O mundo andou e ele ficou onde estava.

Mesmo sem ser novidade, o atual líder de vendas ainda tem corpo esbelto e poder de sedução. E também se dá bem na parte mecânica. O 2.0 dispensa o tanque de partida a frio e entrega 155 cv (etanol). Mostrou vigor na pista de testes e obteve o melhor consumo entre os 2-litros. Além disso, só ele tem suspensão traseira independente. Controle de estabilidade, só na versão EXR.

O painel está orientado para o motorista e utiliza mostradores em dois andares, uma solução que aproveita espaços incomuns, como a área acima do aro do volante. A área livre fez com que o aparelho de som da versão LXR tenha botões tão grandes que é possível acioná-los com o cotovelo.

O Honda tem fama de carro que não quebra e pós-venda campeão. Só que não é barato, tem seguro salgado e espaço não é seu forte. Custa quase o mesmo que o Sentra, mas o Nissan é de longe mais bem-equipado. E isso sem contar o design conhecido, ainda que seja por pouco tempo. Um Civic renovado irá estrear no segundo semestre.

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3º Toyota Corolla 2.0 XEi

Preço elevado foi um dos assuntos mais discutidos no lançamento do Corolla. No site de QUATRO RODAS, os internautas também despejaram críticas aos valores. O sedã ficou mais caro e continua devendo em equipamentos, como os faróis com acendimento automático.

A versão XEi, intermediária, parte de R$ 79 990 e traz novos conteúdos, como a central multimídia com tela touch, TV digital e câmera de ré. Em compensação, perdeu mimos triviais, como as luzes de cortesia no para-sol do passageiro. A troca da transmissão automática de quatro marchas pela caixa CVT foi positiva. O novo câmbio melhorou o desempenho e suavizou a rodagem.

O espaço no banco traseiro é elogiável, mesmo na vaga central, já que o entre-eixos está 10 cm maior, e o assoalho é praticamente plano. Mas a cabine perdeu em elegância. Os comandos parecem estar distantes do motorista, o que compromete a ergonomia, e o acabamento abusa de plásticos duros. As peças forradas com couro sintético têm bom aspecto aos olhos, porém ruins ao toque. A Toyota privilegiou a renovação do visual e o aumento de medidas, mas perdeu a chance de adotar o controle de estabilidade e de tração.

O Corolla tem duas vantagens: a boa fama e a marca Toyota, dona de um pós-venda fabuloso. Tem armas para recuperar a liderança, mas não o título de honra de “o melhor sedã do Brasil”.

2º Nissan Sentra 2.0 SL

O Sentra está em sua melhor forma. Lançado há cinco meses, ganhou elegância ao assumir o conservadorismo e passou a vir com uma generosa lista de equipamentos. Hoje, nenhum sedã entrega tanto por R$ 73 490. Esse é o preço da versão SL, a mais completa. A quantia inclui teto solar elétrico, rodas de 17 polegadas, central multimídia com GPS e câmera de ré. Vale ressaltar a facilidade de uso do sistema de entretenimento, que requer poucas operações para inserir um destino no navegador ou parear um smartphone via Bluetooth.

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Por meio de botões no volante, é possível controlar o sistema de som, o computador de bordo e o piloto automático. Já a chave presencial não precisa sair do bolso para destrancar as portas ou ligar o motor. O ar-condicionado é digital e de duas zonas, permitindo a regulagem individual de temperatura para o motorista e o passageiro.

O Sentra é pioneiro no uso de transmissão CVT e seu motor 2.0 flex já aboliu o tanquinho de partida a frio. Mas, com 140 cv, é o mais fraco da turma – um grande defeito. Pacato na rua, não voltou da pista de testes com números empolgantes – e nem por isso mostrou consumo melhor que a média. A calibração de suspensão merece destaque pelo ajuste macio e bom comportamento nas curvas, mesmo com eixo de torção na traseira. Nissan, cadê o controle de estabilidade?

1º Citrën C4 Lounge 1.6 THP

Pela segunda vez o C4 Lounge leva a melhor em um comparativo. O último foi em outubro de 2013, quando deixou para trás Civic, Focus e Cruze. Mas vale uma ressalva: o melhor sedã é o C4 1.6 THP, não qualquer versão.

A R$ 80 490, ele custa só R$ 500 a mais que o Corolla XEi, e mesmo assim é dono da maior lista de equipamentos de série entre todos. É também o mais forte, com um motor 1.6 turbo de 165 cv a gasolina. Sim, ele não é flex, e é um porém que a Citroën deveria resolver. Na parte interna, o uso de materiais macios e emborrachados faz a diferença na qualidade percebida. Há esmero até no porta-malas. Os braços da tampa são cobertos, o que evita danos às bagagens. O espaço no banco traseiro merece elogios, com exceção do assento central, que tem menos espaço para a cabeça. No entanto, o C4 é o único que oferece saídas de ar-condicionado para os passageiros de trás. Há refrigeração dedicada até no porta-luvas.

O motorista conta com câmera de ré associada ao alarme sonoro e sensores que automatizam o acendimento dos faróis e a ação dos limpadores do para-brisa. Além disso, é o único com aviso de presença nos pontos cegos, que dispara um alerta luminoso nos retrovisores. Não é necessário usar a chave nem para destrancar as portas, nem para ligar o motor. Se as revisões pudessem ser feitas na rede Toyota ou Honda, o C4 seria perfeito.

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QUEM MAIS DISPUTA O MESMO CLIENTE?

O segmento de sedãs, seja o de compactos, seja o de médios, anda agitado. Uma nova safra começou a estrear em 2013 e a avalanche de novidades deve se estender, no mínimo, até o ano que vem. A gama de opções vai bem além dos modelos selecionados para o comparativo. Civic e Corolla são donos de aproximadamente metade do mercado. A outra parte é distribuída entre os demais. A lista abaixo tem opções interessantes, porém importadas. E com vendas que não chegam perto dos três primeiros colocados. Veja quais são.

Renault Fluence R$ 77 999

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É um sedã que merece respeito e vem bem-equipado. Mas falta carisma. Além disso, será reestilizado até outubro.

Mitsubishi Lancer R$ 73 990

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Tem receita esportiva, com visual magnético e motor 2.0 de 160 cv. O câmbio é CVT oferece seis marchas pré-programadas.

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Hyundai Elantra R$ 83 400

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Importado da Coreia, acabou de passar por uma reestilização e tem motor potente. Mas é caríssimo. Não vale o que custa.

VW Jetta R$ 72 290

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O preço é do Comfortline 2.0, mas essa versão não tem sal. Para se divertir, só com o 2.0 TSI com câmbio DSG, a proibitivos R$ 92890.

Kia Cerato R$ 67 900

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Custa menos que os demais, porém é o menos potente. Vem com motor 1.6 de 128 cv, câmbio automático e ar digital de duas zonas.

Ford Focus SE Plus R$ 78 790

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Ficou atrás do C4 e Civic em nosso último comparativo (outubro de 2013). Mal chegou e uma reestilização já foi mostrada na Europa.

VEREDICTO

O Citroën vence pelo conjunto: tem mais conteúdo, tecnologia e motor. O Civic conserva suas qualidades e não faz feio perante nenhum. Se você quer custo-benefício, vá de Sentra e seja feliz. O Corolla, que deveria ser imbatível, não é. O preço alto não condiz com o que ele oferece. O senão é ter que abrir mão do pós-venda da marca – Toyota e Honda são mestres em cuidar bem dos clientes.

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