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Renault Duster 1.3 turbo se equipa para compensar idade. Funciona?

O SUV mudou pouco em 15 anos de Brasil, mas a versão topo de linha se destaca pelo motor 1.3 turbo e por pacote de equipamentos - que têm seu preço

Por Eduardo Passos
Atualizado em 2 Maio 2024, 19h09 - Publicado em 2 Maio 2024, 17h00
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  • A pandemia de Covid-19 foi estopim para que uma revolução na indústria automotiva começasse: primeiro, os preços disparam, depois as peças faltaram e, enquanto tudo isso ocorria, marcas tradicionais saíram e estreantes chegaram ao Brasil.

    Muita coisa mudou, mas nada que impedisse que o Renault Duster seguisse existindo. O SUV compacto chegou ao mercado nacional em 2011, ainda na onda do Ford EcoSport, e nunca foi sinônimo de requinte. As versões com tração 4×4 eram chamariz, mas o grosso das vendas ficava sempre com modelos com a sobriedade de um carro romeno vendido, no Brasil, pela marca francesa.

    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Em 2020, uma nova geração passou a ser vendida, mudando principalmente aspectos de segurança, construção e mecânica. Estética e tecnologias, por outro lado, apenas tiveram incrementos. Enquanto não chega a hora do Duster dizer adeus, isso continua acontecendo.

    Há alguns meses, chegou a vez do Renault Duster Iconic Plus: é a nova versão de topo, única que vem com motor 1.3 turbo, da família TCe. São 170 cv e 27,5 kgfm, com transmissão CVT de oito velocidades e tração 4×2 dianteira. Ele custa R$ 157.990, mas a unidade do vídeo ainda traz o pacote Outsider, que acrescenta faróis auxiliares, frisos laterais e decoração extra. Com esse opcional e a pintura, o Duster Iconic Plus pode chegar aos R$ 160.690, que não é pouco.

    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Por dentro

    O incremento no valor foi justificado por itens com os seis airbags, que vêm de série em todas as versões. É uma melhoria importante, considerando que os dois airbags de até então estimulavam críticas quanto à segurança do carro. O Duster Iconic Plus se apega ao laranja, que está até nas costuras de bancos e portas. O descanso de braço do motorista deu lugar a um pequeno baú, o quadro de instrumentos teve os grafismos atualizados e agora são quatro entradas USB (três USB-C e uma USB-A). 

    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A central multimídia é modesta, com 8” e conexão sem fio via Android Auto e Apple Carplay, mas a resposta ao toque é lenta, o som tem pouca qualidade e, usando um iPhone 14 Pro (via cabo ou não), o Carplay apresentou travamentos constantes. São coisas que costumam estar ligadas, por conta de baixa capacidade de processamento do sistema.

    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Nesse caso, a estética ter mudado pouco desde 2011 até ajuda, pois já se espera uma proposta mais rústica. E o lado bom disso? O fato do Duster superar com tranquilidade as valetas, ter pneus largos e suspensão que contribuem para poucos solavancos e, há algum tempo, direção elétrica.

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    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O motor 1.3 turboflex também é valioso, pois tem o mesmo torque que um Jeep Compass, por exemplo. Os 15 cv a menos frente ao SUV médio não chegam a atrapalhar: o Duster vai de 0 a 100 km/h em 9,9 s e mantém velocidades altas sem sofrer (méritos às oito marchas). Com gasolina, são 10,7 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada. 

    Aí sim, números razoavelmente bons, tal como o espaço que o motorista tem, com pernas facilmente batendo no console central. Os 2,67 m de entre-eixos fazem o espaço traseiro ser melhor, com espaço para dois adultos sem pernas batendo nos bancos da frente. Os 475 litros de porta-malas são ainda melhores, se comparados à média do segmento.

    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Foco na proposta

    Do jeito que ocupam seu papel em nossa vida, é difícil que um carro não tenha fatores emocionais envolvidos. Na era dos desejos alimentados pela internet, isso se intensifica e dá vida a muitas coisas impressionantes, no bom sentido. A nova geração do Duster, que já foi revelada na Europa, tem esse apelo estético mais intenso, e fez sucesso nas redes sociais de QUATRO RODAS.

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    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Mas existem aqueles que ligam mesmo é para transportar dois filhos pequenos com segurança, espaço para bagagens e desempenho que não deixe a família passar aperto numa estrada com subidas ou outras exigências. É o caso de um cinegrafista que gravou outro vídeo de QUATRO RODAS e, entre uma filmagem e outra, perguntou qual carro deveria comprar em tal cenário.

    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Foi aí que o Duster veio à mente. Nesse caso, porém, o pacote do Iconic Plus é pouco importante: há novas barras de teto, skis frontais, retrovisores externos em preto brilhante e rodas de liga leve. Mas isso tudo custa caro e o Duster básico (R$ 127.990/R$ 136.690, dependendo do câmbio manual ou CVT) faz mais sentido.

    A maior desvantagem é o motor 1.6 aspirado (120 cv/16 kgfm), mas a substancial ameniza esse “amargor”. No fim das contas, é natural que um veículo que se destaque por essa sobriedade eficiente perca sentido à medida que vai ficando muito paramentado.

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    Renault Duster Iconic Plus, com motor 1.3 turboflex, testado por QUATRO RODAS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha técnica – Renault Duster Iconic Plus TCe 1.3 turboflex

    Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 1.332 cm³, 16V, 170 cv a 5.500 rpm, 27,5 kgfm a 1.600 rpm
    Câmbio: CVT, 8 marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica, 10,7 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
    Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
    Pneus: 215/60 R17
    Peso: 1.353 kg
    Dimensões: comprimento 437,6 cm; largura, 183,2 cm; altura, 169,3 cm; entre-eixos, 267,3 cm; tanque de combustível, 46 l; porta-malas, 475 l

    Teste – Renault Duster Iconic Plus TCe 1.3 turboflex

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 9,9 s
    0 a 1.000 m: 31,2 – 166,28 km/h
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 4,3 s
    D 60 a 100 km/h: 5,3 s
    D 80 a 120 km/h: 7,0 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 13,1/24,0/54,9 m
    Consumo
    Urbano: 10,7 km/l
    Rodoviário: 13,2 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 45,2/73,3 dBA
    80/120 km/h: 59,8/72,2 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h: 1.750 rpm
    Volante: 2,7 voltas
    Seu Bolso
    Preço básico: R$ 157.990
    Garantia: 3 anos

     

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