O Peugeot 408 passou por uma reestilização em novembro de 2015. Porém, a renovação não animou as vendas do francês – foram 508 unidades vendidas até maio. Só no quinto mês de 2016, apenas 184 carros deixaram as concessionárias. E enquanto a Peugeot não atingiu vendas de quatro dígitos no ano todo, a Toyota vendeu mais de 26.000 Corolla. Até Kia Cerato e Mitsubishi Lancer estão na frente do modelo feito na Argentina.
No entanto, os consumidores que levaram para casa o 408 estão bem servidos. Disponível em duas versões, Allure (R$ 78.590) e Griffe THP (R$ 89.590), o sedã tem oferta de equipamentos e de espaço superior ao dos campeões da categoria.
O Allure está equipado com um motor 2.0 16V de 151 cavalos a 6.000 rpm e 22 mkgf a 4.000 rotações (com etanol) e transmissão automática de 6 marchas. O conjunto oferece reações suaves, adequadas ao porte do carro, mas sem fazer feio na hora de pegar a estrada. Já a Griffe vem com o 1.6 THP turbinado de 173 cavalos – com câmbio de mesma configuração.
A versão aspirada (modelo das fotos) vem de série com ar-condicionado de duas zonas, dotado de saída dedicada para os ocupantes do banco traseiro. Os bancos são revestidos com couro, mesmo material utilizado no volante e nos puxadores das portas. Nas partes centrais dos assentos, o material sintético é mesclado com tecido – medida que aumenta o conforto térmico em dias quentes, além de adicionar um charme ao acabamento.
Atrás, cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os ocupantes, e engates Isofix para cadeirinhas infantis. Ainda no item segurança, sem contar os airbags obrigatórios para motorista e passageiro, a Peugeot acrescentou bolsas infláveis nas laterais e de cortina (inclusive para quem viaja atrás). A renovação de estilo do ano acrescentou luzes diurnas na frente e lanternas de led na traseira. Outra vantagem: o 408 vem de série com controle de estabilidade – sistema que pode ser desativado ao toque de um botão.
Sem opcionais, o Allure inclui um sistema multimídia caprichado, com tela touchscreen de 7 polegadas e MirrorScreen – tecnologia capaz de se conectar ao MirrorLink e CarPlay. Tem conexão USB (entrada localizada no console, ao lado da alavanca do freio de estacionamento), entrada auxiliar e Bluetooth. Em vez de utilizar botões no volante, a Peugeot optou por um pequeno comando atrás da direção, na lateral direita. Não é a opção mais prática, porém o motorista se acostuma com os controles.
LEIA MAIS:
>> Comparativo: VW Jetta 1.4 TSI x Toyota Corolla 2.0 XEi
>> Longa Duração: o desmonte do Citroën C4 Lounge
>> Impressões: novo Honda Civic Turbo
>> Impressões: novo Chevrolet Cruze
>> Eles já foram líderes de seu segmento, mas o tempo passou
O quadro de instrumentos com fundo branco é fácil de ler e favorece a leitura do giro do motor. No centro está uma tela digital com luzes âmbar na qual são exibidas as informações do computador de bordo. Uma informação não agrada: os níveis de consumo. Durante o teste urbano, não passamos dos 6 km/l em ciclo urbano (com etanol no tanque). Esse número foi obtido dentro da cidade, com trânsito – não se trata do ciclo padronizado de QUATRO RODAS.
No dia-a-dia, é um carro gostoso de guiar. Fácil de manobrar, conta com direção eletro-hidráulica e sensores de estacionamento na traseira. Os bancos têm ajuste de altura, assim como a coluna do volante, também dotada de regulagem telescópica. Pelo preço, poderia vir com câmera de ré, além dos alertas sonoros. Mas há controle de velocidade de cruzeiro e limitador de velocidade – recurso muito útil se você morar em centros carregados de radares e limites baixíssimos de velocidade.
No porta-malas, mais uma vez o 408 deixa os concorrentes para trás: tem volume suficiente para 526 litros. O sedã médio mais vendido, o Corolla, oferece 470 l. Civic (449) e o novo Cruze (440) também não são páreos nesse quesito.
Quando foi apresentado, em novembro de 2015, o o 408 custava R$ 76.990. De lá para cá, o aumento não foi tão expressivo, abaixo das médias da concorrência. Até o meio-irmão C4 Lounge subiu mais. Os dois sedãs compartilham a plataforma, motor, transmissão e componentes eletrônicos. No entanto, enquanto o Peugeot tem dificuldades para deixar o pátio das lojas, o Citroën vai relativamente bem – foram 1.863 carros vendidos nesse ano.
O 408 Allure 2016 hoje é tabelado em R$ 78.590, mas justamente por causa de suas vendas discretas, pode ser encontrado e negociado por valores bem abaixo disso. Civic (LXS) e Corolla (GLi A/T Couro) possuem versões com preço similar, mas menos equipamentos. Seu grande problema (pelo menos para quem comprar um zero km) está na intensa desvalorização. No mercado de seminovos, um 2015 pode ser encontrado por menos de R$ 60.000 – quase 25% de perda em apenas um ano.