1513 km
Ao escolhermos um novo carro para nossa frota, levamos em conta vários fatores. Entre eles, a novidade que representa para o mercado, a oportunidade de avaliar a rede autorizada de uma marca menos conhecida, a expectativa de um razoável volume de vendas… Opa! Então o que é que o Smart está fazendo aqui? É inegável que o menor dos automóveis à venda no Brasil tem público restrito. Mas também é verdade que ele traz uma interessante e original fórmula de transporte individual urbano. Com apenas 2,7 metros de comprimento e construção sofisticada, seu principal ativo é economizar espaço e combustível. A questão é como nossas cidades vão receber o pequeno imigrante. E como nós, brasileiros, culturalmente acostumados com uma área útil sobre rodas mais generosa, vamos nos adaptar a ele. É isso o que vamos descobrir ao longo dos próximos 60000 km.
O ForTwo chega ao Brasil pelas mãos da Mercedes-Benz, dona da marca. Nós o compramos na Smart Center Jardins, em São Paulo, por 58700 reais. De série, traz quatro airbags, rodas de liga, direção elétrica, ABS e trio elétrico. Para quem gosta de diversão, borboletas para troca de marcha no volante. O câmbio sequencial de cinco marchas também permite trocas na alavanca e funciona no modo automático.
O primeiro contato impressiona, ele é bonito, diferente. Escolhemos um branco e prata, com forração interna vermelha – simples, mas de bom gosto. De policarbonato fumê, o teto panorâmico tem um prático e eficiente forro retrátil. Outra particularidade: ele não tem estepe, mas um kit com líquido tapa-furos. Na hora de dar a partida, a força do hábito nos faz ir com a chave até a coluna do volante, mas o contato fica entre os bancos. O lado descolado tem lá suas censuras, como porta-luvas sem tampa e ausência de ajuste de altura de cintos e banco do motorista.
Sobre piso irregular, sentimos todos os problemas do solo e qualquer buraco parecia uma cratera. Mas não era somente a dureza da suspensão. Em vez de 29 libras nos pneus dianteiros e 36 nos traseiros, como indicava o manual, nosso Smart veio da concessionária com 48 libras no pneu dianteiro direito e 46 nos demais. A caixa de plástico onde fica o manual do proprietário veio rasgada, mas a troca foi feita assim que reclamamos.
O Smart é a nova sensação da nossa garagem. A julgar pelo (pouco) tempo que permaneceu estacionado, ele é sério candidato a destronar o C4 Pallas do posto de campeão de popularidade. Agora é ver se, passado o efeito novidade, a demanda por ele continua em alta pelos próximos 58487 km.
Consumo
No mês (39% na cidade): Gasolina – 12 km/l