A décima geração do Classe E já está à venda no Brasil. Último dos sedãs a incorporar a nova identidade visual da Mercedes, o Classe E recebeu também uma série de itens que confirmam a rota da indústria rumo à direção autônoma.
“Os carros da marca tal estão todos muito parecidos, só muda o tamanho.” Você já deve ter ouvido isso de alguém – e, muito provavelmente, acontecerá de novo com o Classe E 2017: a exemplo do Classe C, ele está com a mesma cara do S. Ou seja, quem não é mercedeiro de carteirinha, vê os modelos mais famosos da casa sendo oferecidos em três tamanhos: P, M e G.
Isso é o que parece, mas analisados a fundo – ou por um atento fã da marca -, nota-se que a diferença entre eles vai muito além do porte.
Ao menos inicialmente, a nova geração do Classe E será vendida no Brasil com uma única opção de motor (2.0 turbo a gasolina de 211 cv e 35,7 mkgf) e duas versões de acabamento, E 250 Avantgarde e E 250 Exclusive, igual à unidade cedida para teste.
A diferença entre elas está no tratamento estético: a Avantgarde, mais jovial, tem grade frontal com duas lâminas paralelas e a estrela de três pontas ao centro, em substituição à de três barras bipartidas com o distintivo Mercedes separado, montado no capô.
Internamente, o acabamento do painel também varia: madeira nobre no Exclusive e alumínio no Avantgarde – os preços são ligeiramente diferentes, respectivamente, R$ 319.900 e R$ 329.900.
Na pista, o E 250 Exclusive cravou 8 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h. Também mostrou competência na prova de consumo, com 10,3 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada. Esse bom equilíbrio entre performance e consumo se explica por vários motivos.
Além de turbo, o motor de 2 litros tem injeção direta e variador de fase nos comandos de admissão e escape. O câmbio 9G-Tronic, desenvolvido e produzido pela própria Mercedes-Benz, tem nove marchas e opção de trocas manuais. Indexado ao seletor do modo de condução, vai das trocas delicadas da posição Eco às passagens instantâneas do modo mais esportivo.
Roda-livre
O bom nível de eficiência do E 250 tem outros responsáveis, como o baixo peso (1.615 kg do atual, ante 1.680 kg da geração anterior), pneus de baixa resistência à rolagem e start-stop de última geração, capaz de desacoplar o motor da transmissão, ativando uma espécie de roda-livre quando o motorista tira o pé do acelerador e a condição de rodagem (topografia da via, velocidade de deslocamento e vácuo no sistema de freio, por exemplo) permite.
Mas não são as tecnologias de redução do consumo o maior destaque do novo Classe E. No trânsito, uma puxada violenta no cinto de segurança do motorista, combinada a uma cutucada no freio, denuncia: estava em uma situação de alto risco de colisão e o carro, sozinho, tomou as providências para evitar o choque (ou minimizar as consequências dele).
Pode até ser que motoristas de tocada mais agressiva achem esse sistema Drive Pilot alarmista e intrusivo demais, mas é fato que, ao voltar a dirigir de maneira defensiva – e, portanto, mais adequada -, ele nunca mais deu sinal de vida.
Tem também estacionamento com assistência ativa e piloto automático adaptativo que, além de acelerar e frear em função do carro da frente, é capaz de contornar curvas de raio médio, aplicando giro ao volante e frenagem nas rodas do lado interno da curva.
Detalhes como novos comandos do volante (alguns sensíveis ao toque), relógio analógico no console central, revestimento de couro com acabamento impecável e tela de alta resolução constroem uma atmosfera sofisticada eluxuosa. Até mesmo os sistemas elétricos de rebatimento dos retrovisores externos e de abertura e fechamento da tampa do porta-malas, ultrassilenciosos, evidenciam a fina linhagem do E 250.
Há leds por todos os lados, dos spots de leitura da cabine aos faróis com funcionamento ativo, passando pelas lanternas com 39 pontos de luz e os frisos internos com 64 opções de cor. Não há como negar: o novo Classe E é um carro iluminado.
Veredicto
O Classe E reúne como poucos luxo, tecnologia, desempenho e design. Eainda tem a tradição da marca Mercedes.
Teste de pista (com gasolina)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 8 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 28,7 s
- Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 3,4 s
- Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 4,3 s
- Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 5,3 s
- Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 16,3 / 29,4 / 67,1 m
- Consumo urbano: 10,3 km/l
- Consumo rodoviário: 15,1 km/l
- Rotações a 100 km/h em D: 1.300 rpm
Ficha técnica – Mercedes-Benz E 250
- Preço: R$ 319.900
- Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 1.991 cm3, 16V, turbo, inj. direta, 211 cv a 5.500 rpm, 35,7 mkgf a 1.200 rpm
- Câmbio: aut., 9 marchas, tração traseira
- Suspensão: indep. multilink
- Freios: discos ventilados
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: 245/45 R18 (diant.);275/40 R18 (tras.)
- Dimensões: compr., 492,3 cm; larg., 185,2 cm; alt., 147,4 cm; entre-eixos, 293,9 cm; peso, 1.615 kg; porta-malas, 540 l