Depois de trocar o chassi do Sorento, de longarinas para monobloco (da primeira para a segunda geração), a Kia precisava fazer algo tão relevante para surpreender o mercado com a terceira geração do modelo, que está chegando agora ao Brasil. À primeira vista, a Kia conseguiu. Como você verá nestas páginas, a nova geração está longe de passar em branco.
A evolução do design é evidente. Sem perder a identidade, conservada em detalhes como a linha de cintura alta, o desenho da área envidraçada e a forma da coluna traseira, o SUV ganhou contornos mais trabalhados e diversas mudanças que incorporam o novo estilo visual da marca. O destaque vai para a grade dianteira, que a Kia chama de “face de tigre”, e também para os faróis e lanternas mais encorpados. Na cabine, tudo também mudou. O painel ficou mais limpo e com linhas horizontais – o que parece ser uma tendência na indústria. Na versão avaliada, a única oferecida no Brasil, o acabamento se mostrou bem cuidado com materiais como couro e imitações de alumínio e madeira, no painel, no volante e nas laterais das portas.
O avanço do projeto vai além da estética, porém. O SUV coreano ganhou uma plataforma 8 cm maior na distância entre-eixos –passou de 270 cm para 278 cm. No total, o SUV ficou 9,5 cm maior no comprimento, 0,5 cm maior na largura e 1,5 cm menor na altura. Essa mudança aumentou o espaço interno e possibilitou melhorar o acesso à cabine, por conta também do aumento do espaço entre as fileiras de bancos – o Sorento tem sete lugares.
Além disso, a estrutura da carroceria tem agora 52,7% de aço de alta e ultrarresistência (antes era 24,4%), o que elevou a rigidez torcional em 14%, segundo a fábrica. Na prática, isso favorece a dirigibilidade e a segurança, em caso de acidente. A fábrica aprimorou ainda o isolamento acústico, reduzindo o nível de ruído entre 3 e 6% dependendo da situação – segundo medições da fábrica.
Por conta desse maior equilíbrio, o Sorento ficou mais gostoso de dirigir. Ele tem comportamento firme e estável, como manda a cartilha dos veículos com apelo esportivo, mas com rodar macio, como convém a um modelo que também é feito para a família. A carroceria inclina pouco nas curvas e obedece aos comandos da direção sem pensar duas vezes.
A suspensão continua McPherson na dianteira e multilink na traseira, mas foi aperfeiçoada. Atrás, a montagem em um subchassi recebeu buchas maiores, para isolar com mais eficiência os estímulos do piso, e os amortecedores foram reposicionados, para maior controle dos movimentos da carroceria. E a direção que era hidráulica passou a ser elétrica, trazendo como benefício a redução do consumo de combustível, uma vez que ela não depende diretamente do motor do carro para funcionar.
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O motor do Sorento também é novidade. Ele é um V6 3.3 de 270 cv de potência e vem acoplado a um câmbio automático sequencial de seis marchas (com trocas manuais na alavanca) e tração 4×2. Essa combinação obteve bons resultados na pista. Nos testes de aceleração, o Sorento foi de 0 a 100 em 8,9 segundos, e nas retomadas de 60 a 100 km/h ficou com 4,7 segundos. Nada mal. E fez isso conseguindo boas marcas de consumo, para um SUV de 1 994 kg: as médias foram de 7,8 km/l na cidade e 11,1 km/l na estrada.
Pacote completo
O Sorento traz como equipamentos de série seis airbags, bancos elétricos, piloto automático, detector de pontos cegos, abertura elétrica do porta-malas com sensor de aproximação, faróis de xenônio direcionais, bancos de couro, central multimídia com tela de 7 polegadas, computador de bordo, câmera de ré, ar bizona com saídas traseiras (só na segunda fileira), bancos rebatíveis e teto solar panorâmico, ao preço de R$ 183 900.
Assim, ele ficou cerca de 23% mais caro que o anterior, oferecido com motor 3.5 de 278 cv. Um grande aumento, explicado pela subida do dólar. E que dá pistas sobre o que esperar dos preços dos importados daqui para frente. Além disso, o novo sofreu uma grande evolução. O principal, porém, é que ele é mais barato que seus rivais, como o Jeep Grand Cherokee, de R$ 220 000.
AVALIAÇÃO DO EDITOR
Motor e câmbio
O conjunto concilia bom desempenho e consumo relativamente baixo.
Dirigibilidade
O Sorento tem pegada esportiva, mas roda com maciez.
Segurança
Tem seis airbags e ESP de série.
Seu bolso
Seu preço é interessante diante das opções do mercado. Tem 5 anos de garantia.
Conteúdo
Traz detector de pontos cegos, abertura do porta-malas por aproximação e faróis adaptativos.
Vida a bordo
O SUV é espaçoso, versátil e confortável.
Qualidade
Seus materiais não são nobres, mas têm boa qualidade e são bem confeccionados.
VEREDICTO QUATRO RODAS
Na nova geração, o Sorento ficou mais bonito e equipado. Além disso, ele é gostoso de dirigir, espaçoso e ainda tem preço relativamente baixo, na comparação com rivais do mesmo porte.
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ACELERAÇÃO | |
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de 0 a 100 km/h | 8.9 s |
de 0 a 1000 m | 29,9s – 177,6 km/h |
VELOCIDADE MÁXIMA | 215 km/h (dado do fabricante) |
RETOMADAS | |
de 40 a 80 km/h | 3,6 s |
de 60 a 100 km/h | 4,7 s |
de 80 a 120 km/h | 5,9 s |
FRENAGENS | |
60/80/120 km/h a 0 | 17,529,4/68,5 m |
CONSUMO | |
urbano | 7,8 km/l |
rodoviário | 11,1 km/l |
RUÍDO INTERNO | |
neutro/RPM máximo | 34/67,6 |
80/120 km/h | 60,1/66,7 |
AFERIÇÃO | |
velocímetro/real | 100/98 km/h |
rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha | 2 400 rpm |
volante | 2,8 voltas |
SEU BOLSO | |
preço | R$ 183 900 |
garantia | 5 anos |
concessionárias | 130 |
seguro | n/d |
Motor | gasolina, dianteiro, longitudinal, V6, 24V, DOHC, CVVT, 3 342 cm3, 92 x 83,8 mm, 270 cv a 6 400 rpm, 32,4 mkgf de 5 300 rpm |
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Câmbio | automático, 6 marchas, tração dianteira |
Direção | elétrica |
Suspensão | McPherson (diant.), multilink (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant.), sólidos (tras.) |
Pneus | 235/60 R18 |
Peso | 1 994 kg |
Peso/potência | 7,4 kg/cv |
Peso/torque | 61,5 kg/mkgf |
Dimensões | comprimento, 478 cm; largura, 189 cm; altura, 169 cm; entre-eixos, 278 cm; porta-malas, 258/ – 1 045 l; tanque de combustível, 70 l |
Equipamentos de série | seis airbags, piloto automático, sistema detector de pontos cegos, abertura elétrica do porta-malas com sensor de aproximação, faróis de xenônio direcionais, bancos de couro, central multimídia com tela de 7”, computador de bordo, câmera de ré, ar-condicionado bizona com saídas traseiras (2ª fileira), bancos rebatíveis e teto solar panorâmico |