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Honda: CBR 600RR x CBR 600F x CB 600F Hornet

Todas são 600 de quatro cilindros, todas são líderes de mercado. Qual tem sua cara?

Por Edu Zampieri | fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 11h56 - Publicado em 19 mar 2012, 13h05
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  • Honda: CBR 600RR x CBR 600F x CB 600F Hornet

    Com o lançamento da irmã do meio, a CBR 600F, no fim do ano passado, para fazer companhia à Hornet e à CBR 600RR, a Honda formou um trio poderoso para defender sua hegemonia nessa fatia de mercado.

    A CB 600F Hornet é a líder do segmento e a moto de alta cilindrada mais vendida do país, objeto de desejo de todo motociclista que quer ascender das pequenas cilindradas. A Hornet mantém charme, boa imagem e inabalável valor de revenda, a despeito das investidas das irmãs e da concorrência. Custa 30 800 reais (mais 3 000 reais com ABS). Continuará sendo a mais vendida das três por muito tempo, e não apenas por preço: é a mais prática, a mais útil e a mais versátil.

    Na outra ponta, a CBR 600RR é para a Honda quase uma moto de imagem, quase uma réplica das motos de pista, recheada de tecnologia e materiais nobres. É, de longe, a mais rápida. Só que sua maior virtude encerra suas limitações: é muito mais cara que as irmãs. Também há o fato de que é uma moto para iniciados, uma pequena superexplosiva para aqueles poucos pilotos que podem dizer que a Hornet, para eles, é fichinha… Vale dizer que não serve, absolutamente, para uso diário, para a rotina trabalho-escolacasa, que a Hornet, mais assentada, encara tão bem. Sua única concorrente fora da própria marca é a Kawasaki Ninja ZX-6, já que a Yamaha opta por não trazer a R6 oficialmente.

    A RR custa 47 000 reais sem ABS e com ele chega a 50 000 reais.

    Para encontrar o meio-termo entre as duas, a Honda apresenta a CBR 600F. Bem, não chega a ser uma RR – de Racing Replica -, essa beleza importada, inatingível, mas vem com carenagem integral e adereços a mais que a Hornet. Tem preço de 32 500 reais, e ABS por 3 000 reais. Seu charme é ter um pouco do glamour da RR, que traz o mundo das competições para as ruas.

    Vento no rosto

    CB-F (Hornet) e CBR-F têm muito em comum. A diferença fica por conta da carenagem, da postura de dirigir e do status a mais que proporciona a impetuosidade da apresentação.

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    Até as relações de marcha são iguais, assim como motor, chassi, rodas e freios. As suspensões da CBR-F são melhores: ela ganhou a frente regulável que a Hornet tem no exterior e que a Honda insiste em não aplicar no Mercado que mais a consome em todo o mundo. Os benefícios aerodinâmicos da carenagem são frequentemente superestimados. Mas na realidade só aparecem em velocidades muito elevadas, bem acima das permitidas por lei, e para usufruir dessas benesses é preciso acocorar-se e agachar-se com o peito praticamente sobre o tanque, os braços flexionados e o pescoço ereto, o que, convenhamos, é posição para não mais que 15 minutos em uma viagem. De resto, a maior vantagem é o apelo visual e um eventual desvio de spray e garoa por cima da viseira – apenas de quem for mais baixinho.

    A posição da Hornet é mais conveniente não apenas para uso urbano, mas também para viagens longas. Ela possibilita alternar o peso entre os glúteos e as pernas, que viajam menos flexionadas e mais relaxadas. Caso seja necessário superar um buraco ou uma lombada inesperados, a postura é essencial. Apoiado na frente, o piloto recebe todo o impacto nos punhos.

    As duas CBR têm postura mais esportiva. A coisa é bem mais radical na RR, praticamente uma moto de pista. É deliciosa em trechos sinuosos e pistas de competição, mas na vida real chega a ser tormentoso viajar com os joelhos flexionados e o peso do corpo sobre os punhos, em semiguidões abaixo da linha da mesa. A primeira meia hora é sensacional. Em uma hora começa a cansar. Em quatro horas você começa a desiludir-se.

    Para uso misto, com uma porcentagem de cidade majoritária, um pouquinho de Estrada (aos fins de semana, quem sabe) e uma e outra arriscada em pista de competição (uma vez por ano, talvez? Talvez menos…), a proposta mais equilibrada é a da CBR-F. Ela tem um atrativo meio complicado, mas que não pode deixar de ser considerado: é que a Hornet é extremamente visada pelos ladrões nos centros urbanos, a ponto de catapultar o valor do seguro. A apólice das RR também é de doer. Já o seguro da CBR-F não. Ainda não.

    É claro que as três manas têm propostas diferentes e que a mais especializada é a RR. A conclusão é meio óbvia: a Hornet é melhor na cidade, a RR é melhor na pista e a CBR-F é um meio caminho entre as duas.

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    A CBR 600RR também tem vantagens. E muitas, afinal custa quase 20 000 reais a mais. Com discos de freios maiores e pinças radiais, tem um poder de frenagem ainda maior que o de Hornet e CBR 600F. O sistema de ABS de competição que a equipa é tecnicamente muito superior ao das concorrentes. O motor é também uma geração à frente. Tem comando bravo, taxa de compressão mais elevada, pistões mais leves e dupla bancada de bicos injetores (oito no total). Com tudo isso, rende 120 cv a 13 500 rpm (contra 102 a 12 000 rpm do motor das irmãs). A relação peso/potência da RR é também muito mais favorável: seus 120 cv empurram 169 kg, contra os 102 cv para 188 kg da Hornet e 191 kg da CBR 600F. A RR, além de mais potente, é muito mais leve. São 18 cv a mais para 20 kg a menos.

    Alumínio é constante na CBR 600RR. Na CBR-F (e na Hornet), o quadro não é totalmente de alumínio, ele tem uma base de aço atrás do motor. O subchassi – que sustenta o banco – também é de aço nas F, mas é uma bela peça de alumínio na CBR 600RR.

    As rodas da RR têm três raios, contra cinco nas rivais, e são mais leves. A balança traseira também é mais avançada na moto importada: é uma peça com soldas reforçadas para unir três tipos de trabalho com metal (fundição, forja e estampa). Apesar do volume maior, para aumentar a rigidez, é mais leve que a das duas F.

    Obviamente, com essa relação peso/ potência favorável, a RR anda muito mais. De 0 a 100 km/h, a CBR 600F e a Hornet marcaram 3,9 segundos, contra 3,2 da CBR 600RR. Em sexta marcha, a retomada de 100 km/h a 130 km/h foi 1 segundo mais rápida. E enquanto a CBR 600F está a 220 km/h em sexta, com o conta-giros no vermelho, a CBR 600 RR mal engatou a quinta.

    Além da dupla bancada de bicos injetores e das peças internas mais leves, a RR é dotada de um sistema de indução que pressuriza o ar na caixa e manda mais volume de mistura, em maior velocidade, para a câmara de combustão. A RR também é melhor nas curvas: seu sistema de freios é mais avançado. É uma moto de pista para a rua: pouca gente usa e pouca gente compra. A CBR-F vai vender mais.

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    Para uso urbano, com incursões por estradas, a Hornet é a mais indicada, especialmente se você pretende incluir a moto em sua rotina. Ela é também a moto em que o garupa vai melhor acomodado, com maior conforto.

    Para viagens curtas com diversão e para abrigar-se atrás de uma carenagem, a CBR-F é equilibrada, deliciosa e tem limites de pilotagem amplos. Sua posição não é tão radicalmente esportiva e permite também o uso urbano.

    Se, entretanto, você já superou os limites de uma quatro-cilindros e quer esportividade pura, a CBR-RR é uma grande supersport. Caso você tenha frequentado um curso de pilotagem, tenha acesso a um circuito de corridas ou more perto de uma serrinha sinuosa e de bom piso, a RR é a sua moto.

    HONDA CBR 600F TOCADA

    Encaixa-se entre uma 100% street e uma superesportiva. Fácil e gostosa, é a mais versátil das CB.

    ★★★★

    DIA A DIA

    Aqui ela perde para a Hornet, mas por muito pouco.

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    ★★★

    ESTILO

    Não é tão agressivo quanto o da CBR 600RR , mas é linda e bem acabada. A versão vermelha e branca lembra um pouco a superesportiva e pode até fingir ser uma.

    ★★★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO

    Dispensa comentários. Tudo de bom em todos os sentidos. O câmbio chega ser extraordinário.

    ★★★★★

    SEGURANÇA

    Sem o sistema ABS já é excelente, o que dirá com ele?

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    ★★★★★

    MERCADO

    Atende os que sonham com CBR 600RR e aqueles que querem uma moto mais exuberante que a Hornet.

    ★★★★

    HONDA CBR 600RR TOCADA

    Radical, para poucos. É uma das mais fáceis entre as concorrentes supersport, mas a mais difícil diante de suas irmãs neste comparativo.

    ★★★

    DIA A DIA

    Difícil. O guidão baixo e as pedaleiras altas sacrificam a posição de pilotagem. A saúde do motor também: nem ele nem o piloto ficarão felizes no meio dos carros.

    ★★

    ESTILO

    É linda como uma Honda de pista, mas já está precisando de uma revitalizada. Não muda desde 2008.

    ★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO

    Motor de alta rotação, com oito bicos injetores e explosivo em alta. Câmbio macio, preciso.

    ★★★★★

    SEGURANÇA

    ABS totalmente eletrônico e com maior velocidade de processamento. Superior ao de Hornet e CBR 600F.

    ★★★★★

    MERCADO

    Com seguro alto e concorrentes modernos, não tem fácil revenda. Muitas vão às pistas, o que assusta futuros compradores.

    ★★★

    HONDA CB 600F Hornet TOCADA

    Excelente! A mais confortável e fácil das três. Uma verdadeira 4 cilindros, que serve de vestibular para as superesportivas.

    ★★★★★

    DIA A DIA

    Se vivêssemos em um mundo ideal, ela seria a moto perfeita para essa utilização. Em qualquer lugar, é a melhor das três no quesito.

    ★★★★

    ESTILO

    Agrada: não à toa é líder do segmento desde seu lançamento, em 2004.

    ★★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO

    Assim como a CBR 600F, também dispensa comentários. Elástico, câmbio com engates precisos e macios.

    ★★★★★

    SEGURANÇA

    A Hornet tem freio excelente, seja com ou sem ABS – melhor com o equipamento.

    ★★★★

    MERCADO

    Alto valor e facilidade de revenda. O problema é o risco de roubo, que eleva o seguro.

    ★★★★

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