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Honda CB 1000R x Kawasaki Z1000

A Z1000 chegou antes, mas a CB 1000R traz no preço um verdadeiro ippon

Por Edu Zampieri | fotos: Christian Castanho e Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 11h55 - Publicado em 6 dez 2011, 12h06
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  • Honda CBR 1000R x Kawasaki Z1000

    Após um ano de vida mansa no Brasil, a boa Kawasaki Z1000 reinava na categoria streetfighter de grande cilindrada. A Yamaha nunca trouxe a FZ 1000, e a Suzuki até tentava com a B-King, mas seu volume extravagante não a configura como uma verdadeira rival. A Bandit 1250 é bem mais retrô.

    Assim, a Z1000 nadava de braçada com seu visual agressivo, motor “torcudo” e boa parte do chassi herdados da segunda geração da superesportiva ZX- 10R. Somente uma moto com a mesma filosofia e pegada de marketing poderia perturbar a Z1000 no Brasil.

    E não é que a Honda não apenas lança a tão desejada CB 1000R, como também nacionaliza a fera, com preço sem ABS de 37500 reais? Apesar de a Z1000 ser montada em Manaus, seu preço sugerido é de 45000 reais sem ABS e 50000 reais para a versão com o sistema nos freios.

    Quem começou?

    Ao contrário do que aconteceu no mercado europeu, por aqui a Z1000 chegou na frente (cerca de um ano antes) e na ocasião não poupamos elogios ao alto torque de 11,2 mkgf a 7800 rpm, aliado a uma ciclística fácil e bem acertada. Tanto a Z1000 quanto a CB 1000R, apesar dos motores herdados de superesportivas, não são tão potentes nem são motos de pista sem carenagem.

    No caso da Z1000, a balança da suspensão traseira é completamente diferente da de uma ZX-10R. Ela é mais comprida e faz a distância entre os eixos aumentar, para deixar a moto estável em alta velocidade, já que a carenagem completa, que fazia o papel de aumentar o equilíbrio, foi para o beleléu. O gerenciamento eletrônico, assim como os comandos de válvulas e câmara de combustão, privilegia torque em baixa e não potência em alta.

    Na Honda CB 1000R, apesar da utilização do motor da Fireblade de 2007, o desenvolvimento não se resumiu apenas à retirada da carenagem e à instalação de um guidão mais alto. O chassi da CB 1000R tem a mesma filosofia estrutural do da Hornet, um primor de eficiência ciclística. Na CB 1000R, o subchassi é de alumínio e as suspensões e os freios são superiores. A balança da suspensão traseira monobraço deixa a bonita roda exposta.

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    Na Z1000, são 138 cv a 9600 rpm. E na CB 1000R, são 125 cv a 10000 rpm. O peso de ambas, em ordem de marcha, é quase igual: 217 kg para a CB 1000R e 218 kg para a Z1000.

    A Z1000 é maior? Visualmente, sim, mas não dinamicamente. As enormes aletas do radiador, que servem também de base para os piscas integrados, e as duas bocas de indução de ar fazem da área frontal da Z1000 uma gigante se comparada com a CB 1000R.

    A Kawasaki também vem equipada com um grande spoiler, que cobre as curvas de escape e boa parte do bloco do motor. Tudo, somado ao duplo farol e à semicarenagem quadrada, demonstra mais músculos que a área frontal da CB. Todavia, o condutor não sente esse volume todo na pilotagem. Ao contrário, a Z1000 é magra entre as pernas e – sem ser tão leve nas inversões de curvas quanto a CB 1000R – é confortável, especialmente para pilotos mais altos.

    A Z1000 tem caixa do filtro de ar em cima dos cilindros, o que faz com que a boca do tanque seja alta e consequentemente ofereça uma posição mais encaixada. A CB 1000R tem a caixa de ar no local tradicional, embaixo do banco. Isso faz que o tanque seja raso e baixo, deixando aquela impressão de pilotagem em cima da roda dianteira.

    O motor da CB 1000R, em marcha lenta, mostra-se extremamente silencioso, comparado com o da Z1000. Em altos giros, a única ponteira de escape da Honda ruge como em uma superesportiva desvairada, enquanto as duas imensas ponteiras de quatro saídas da Z1000 abafam bem mais o ruído.

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    São motos street brutais quando provocadas. Apesar do peso semelhante, a CB 1000R mostra-se mais na mão, com curva de giro exemplar, sem oscilações desde baixas até altas rotações.

    Na Z – e como em toda Kawa -, o motor é explosivo. Ele tem muita força em baixa, com resposta imediata, mas consegue ser estúpido quando ultrapassa as 7000 rpm. O pneu traseiro 190 (180 na CB 1000R) precisa estar quente para segurar a patada, e o piloto tem a obrigação de deslocar o peso à frente para a dianteira não levantar. Um amortecedor de direção seria bem-vindo.

    A CB 1000R, com 13 cv a menos, não é tão animal, mas não fica para trás nas provas. A CB cravou os mesmos 3,7 segundos no 0 a 100 km/h e levou 1 décimo de segundo a mais que a Z1000 para chegar a 200 km/h.

    A maior diferença mesmo é que, para pilotar a Kawasaki, o piloto necessita de maior força nas pernas e habilidade para pregá-la no chão. A CB 1000R, mesmo igualmente rápida, mostra chassi mais neutro e fácil de conduzir.

    A CB 1000R vem com bengalas invertidas de 43 mm de diâmetro na frente e regulagens de pré-carga, compressão e retorno. Na traseira, nada de links e apenas regulagens de pré-carga e retorno. A Z1000 vem com as mesmas regulagens, mas chama atenção o amortecedor traseiro na horizontal e um diferenciado sistema de links que fica por cima da balança.

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    Os freios são idênticos aos das melhores superesportivas, com dois discos dianteiros mordidos por pinças radiais. A Z1000 conta com quatro pistões por pinça, contra dois da CB 1000R. A Kawa requer bem menos força no manete. Ambas têm opcional ABS que, apesar de não equipar as unidades deste comparativo, vale a pena.

    Uma briga de rua, em que os maiores privilegiados somos nós, consumidores. Fica no ar a pergunta: se a Z1000 perdeu o comparativo basicamente por causa do preço, será que a Honda faria tudo isso se a Kawasaki não tivesse começado a provocação?

    HONDA CB 1000R

    TOCADA

    Apesar do forte torque e da potência elevada, é uma legítima Honda. Parece que é sua há anos, em poucos minutos sob seu comando.

    ★★★★

    DIA A DIA

    Ela é até melhor que a CB 600F Hornet, pela melhor resposta em baixa. Em terceira marcha, parece um câmbio automático. O guidão largo é o único problema.

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    ★★★

    ESTILO

    Maravilhosa em todos os aspectos. A balança monobraço e a roda peculiar totalmente exposta são um show à parte.

    ★★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO

    Derivado da CBR 1000RR 2007, o motor é silencioso e confiável. Trocas de marcha são suaves e precisas.

    ★★★

    SEGURANÇA

    Freios excelentes, chassi e suspensões idem. A fácil pilotagem é ainda mais valorizada na versão com ABS.

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    ★★★★

    MERCADO

    Por esse preço, é um tiro certeiro. Vai vender e consequentemente ter ótima liquidez. Melhor que a CB 1300 Superfour, com certeza.

    ★★★

    KAWASAKI Z1000

    TOCADA

    Com o torque e a potência que tem, somados ao guidão alto e largo, requer habilidade de piloto profissional para levá-la ao limite.★★★★★ DIA A DIA

    Vai bem para quem já estava achando a Z750 pouco potente. Assim como a CB 1000R, tem torque elevado, mas esterça pouco.

    ★★★★

    ESTILO

    Agressiva e invocada. Talvez até ousada demais. Tem quem goste, outros nem tanto.

    ★★★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO

    Um canhão que exige decisão no momento de virar o tubo do acelerador. Preciso, mas um tanto quanto áspero.

    ★★★★

    SEGURANÇA

    Também oferece ABS, apesar de não ter problemas na versão standard.

    ★★★★

    MERCADO

    O que era doce acabou! Apesar de ser uma excelente moto, o preço da concorrente desequilibrou o orçamento.

    ★★★★

    VEREDICTO

    A Kawasaki Z1000 é um motão. Não tinha defeitos até a chegada da CB 1000R, com seu preço aniquilador.

    Com ABS, seu preço é de 40800 reais. Mesmo assim, é quase 10000 reais mais barata que a Kawasaki Z1000.

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