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Ford Mustang GT Performance: colocamos à prova o último muscle car V8

Último muscle car do mundo, o Mustang chega renovado ao Brasil. Apesar das novidades, ele mantém o V8 5.0, com um ronco raro de se ouvir

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
20 out 2024, 09h00
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    Visual do Mustang está ainda mais agressivo e faróis repetem os três elementos das lanternas (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    O Ford Mustang completou, em 2024, 60 anos de vida. Porém, o esportivo não chamou ninguém para a festa, já que ele passou a ser o único muscle car do mundo. Seus companheiros (e rivais) Chevrolet Camaro e Dodge Challenger deixaram de ser produzidos e seus sucessores se renderão à eletrificação – a Ford garante que isso não acontecerá tão cedo com o Mustang.

    No Brasil, a comemoração acontece com o lançamento do modelo renovado, que, além do novo visual, ganha mais tecnologia e potência. Ele chega na versão GT Performance, por R$ 529.000.

    A aparência do Mustang 2024 não dispensa elementos clássicos, como as lanternas tripartidas, os para-lamas traseiros musculosos e a dianteira longa e baixa. Mas também não abre mão de modernidades.

    mustang Gt performance
    Traseira tem um forte vinco côncavo central que parece cortar as lanternas (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Os faróis, full-led, agora repetem os três elementos das lanternas – cujo conjunto faz um show (piscando as luzes em sequências alternadas) quando alguém se aproxima com a chave presencial.

    Na traseira, um forte vinco corta a tampa do porta-malas e as lanternas. Mais abaixo, há quatro saídas de escape. O vidro traseiro tem um dos easter eggs mais interessantes: os desenhos de todas as gerações do Mustang. Para completar, as rodas diamantadas de 19” e pneus 255/40 na dianteira e 275/40 na traseira.

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    Formato original do Mustang não deixará de existir tão cedo, garante a Ford (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    O interior do muscle nunca esteve tão tecnológico. Se o painel mantém formas retas, com saídas de ar retangulares e pouca mistura de texturas (embora o acabamento seja de boa qualidade, com direito a materiais emborrachados), o conjunto de grandes telas apoiado no topo chega a causar estranheza pela modernidade.

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    O quadro de instrumentos tem 12,4” e diversos modos de visualização – um deles reproduz o quadro do Mustang Fox Body, de 1987. A multimídia, de 13,2”, tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio, mas sua operação é um tanto confusa para se localizar as funções. Telas menores ficariam mais adequadas à proposta do modelo, mas as grandes passam longe de ser um ponto negativo.

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    Painel destaca a modernidade com as grandes telas; freio de estacionamento tem formato convencional, não por acaso (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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    (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Há bancos esportivos (mas confortáveis) com aquecimento e ventilação, volante com aquecimento, carregador de celulares por indução, ACC, frenagem automática de emergência, câmera de ré, luzes ambiente e um freio de estacionamento fora do comum.

    Apesar do formato convencional, ele é eletrônico, basta puxar para acionar e empurrar para liberar. Mas o estilo não é por acaso: para manobras, como drift, basta puxar a alavanca que ela se comportará como um freio de estacionamento mecânico.

    Ou seja, é a união da diversão para os puristas com o conforto de quem gosta de modernidades. Espaço, por sua vez, não é o forte do esportivo: levar pessoas no banco traseiro é uma tarefa quase impossível, e o porta-malas oferece 382 litros de capacidade. O volume é bom, mas o vão pequeno impede a entrada de objetos maiores.

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    Bancos dianteiros acomodam bem, mas atrás não dá para levar adultos; porta-malas é bom, porém o vão de entrada é pequeno (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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    (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)
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    (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    O último dos muscle car também empolga por ser um dos projetos mais conservadores: mantém o motor V8 5.0 aspirado, sem eletrificação, com 488 cv de potência e 57,5 kgfm de torque. O câmbio é automático de dez marchas e a tração, traseira. Com esse conjunto, ele foi de 0 a 100 km/h em 5 segundos e teve médias de consumo até boas para um V8 aspirado. Fez 6,1 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada.

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    Não há como andar no Mustang sem dar seguidos sorrisos de satisfação, seja você motorista ou passageiro. Na era da eletrificação e do downsizing, um V8 aspirado que não economiza no ronco praticamente já não existe mais. Ele expele pelas quatro saídas de escape um ronco grave, que fica mais alto e levemente mais agudo conforme o giro cresce. Nas trocas de marcha, seja para mais ou em reduzidas, há estouros dados sem cerimônia alguma. Parece um carro saído de ao menos 10 ou 15 anos atrás – no melhor dos sentidos.

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    Motor V8 5.0 aspirado é raridade no mercado mundial; são 488 cv e 57,5 kgfm (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Dá para mostrar para os amigos e vizinhos o ronco do modelo sem precisar sequer entrar nele. Basta ligar o motor pela chave (recurso também presente em modelos mais baratos) e fazer uma sequência de comandos com os botões de destravar e travar as portas. O Mustang fará acelerações crescentes, com direito aos “pipocos”.

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    (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Na condução, o Ford é o mais dócil entre os seus antigos rivais. É possível utilizá-lo no dia a dia, já que suas dimensões não são tão fora de proporção e sua suspensão (adaptativa) pode encarar asfaltos menos lisos – mas convém não abusar. Isso porque ele é macio para o que se propõe e tem uma altura do solo que permite passar sem dificuldades por lombadas, mas cuidado com valetas maiores.

    A direção pode ser leve para conduções urbanas também, o que ajuda no dia  a dia com o esportivo de quase 500 cv. É muito menos cansativo do que um Porsche, por exemplo. Mas jamais se esqueça que se trata de um V8 com tração traseira. Mesmo em linha reta, ao pisar fundo no acelerador, ele parece querer jogar a traseira, como um animal querendo sair da jaula. Em curvas, o cuidado deve ser redobrado.

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    Vidro traseiro mostra todas as gerações (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

    Todo esse comportamento pode ser configurado entre cinco modos de condução (Normal, Esportivo, Escorregadio, Pista e Pista Drag), ou em modos independentes de direção, suspensão e escapamento. A combinação independente desses parâmetros permite, por exemplo, combinar o comportamento da suspensão no modo Esportivo, com o escape no Silencioso. Tudo atendendo o perfil que o motorista preferir.

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    Mesmo após 60 anos e agora na era dos híbridos e elétricos, o Mustang continua resistindo como um dos carros mais puros e viscerais do mundo. Que a Ford cumpra a promessa de mantê-lo assim por bons anos.

    Veredicto Quatro Rodas

    Único muscle car do mundo, o Mustang é um sessentão em plena forma. Continua divertindo e empolgando, mesmo se rendendo a algumas modernidades.

    Ficha Técnica – Ford Mustang GT Performance

    Motor: dianteiro, transversal, 8 cilindros em V, 32V, 5.037 cm³, 488 cv a 7.250 rpm, 57,5 kgfm a 5.000 rpm
    Câmbio: automático, 10 marchas, tração traseira
    Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira)
    Freios: disco ventilado (dianteiro e traseiro)
    Direção: elétrica
    Rodas e pneus: liga leve, 255/40 R19 (diant.), 275/40 R19 (tras.)
    Dimensões: comprimento, 481,1 cm; altura, 139,8 cm; largura, 208 cm; entre-eixos, 271,9 cm; porta-malas, 382 litros; tanque, 60 litros; peso, 1.836 kg

    Teste Quatro Rodas – Ford Mustang GT Performance

    Aceleração
    0 a 100 km/h 5 s
    0 a 1.000 m 23,6 s – 208,2 km/h
    Velocidade máxima
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h 2,3 s
    D 60 a 100 km/h 2,9 s
    D 80 a 120 km/h 2,9 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0 12,4/21,9/49,4 m
    Consumo
    Urbano 6,1 km/l
    Rodoviário 10,2 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx. 46,7/79,4 dBA
    80/120 km/h 72,6/74,3 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h 1.730 rpm
    Volante 2,5 voltas
    Seu Bolso
    Preço básico R$529.000
    Garantia 3 anos

    Condições de teste: alt. 660 m; temp., 25,5 °C; umid. relat., 52%; press., 769 kPa.

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