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Comparativo: Honda Civic Touring x Ford Fusion SEL

Nova versão mais barata colocou o Ford Fusion na mira do Civic Turbo. Será que o sedã da Honda suporta essa artilharia?

Por Vitor Matsubara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 15 jan 2018, 18h48 - Publicado em 23 fev 2017, 19h39
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  • Prestígio nunca faltou ao Fusion. Desde seu lançamento no Brasil, o carro lidera o segmento de sedãs médios/grandes com sobras. Juntamente com a última reestilização, a Ford deu uma importante cartada para manter a supremacia do sedã: a chegada da nova versão intermediária SEL 2.0 EcoBoost.

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    Partindo de R$ 125.900, o modelo tem a missão de tomar as vendas do Honda Civic Touring (R$ 124.900), propositadamente posicionado pelos japoneses para encarar os rivais do andar de cima.

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    Se você acha estranho comparar modelos de categorias distintas, vamos analisar os fatos antes de condenar. Nunca houve um Civic tão requintado como o Touring. A versão traz itens inéditos na história do modelo (e ausentes no próprio Fusion), como faróis full led e uma câmera instalada na lateral do espelho retrovisor direito para monitorar pontos cegos.

    O Fusion, por sua vez, perdeu as assistências eletrônicas da versão Titanium, mas ainda é uma das opções mais sedutoras para quem busca um sedã médio/grande.

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    Diante do Civic, ele se destaca pela segurança, saindo de fábrica com oito airbags (contra seis do Honda) e cintos traseiros infláveis. De resto, ambos se equiparam trazendo controles de estabilidade e de tração, câmera de ré, assistência de partida em rampas, botão de partida do motor, painel digital, ar digital bizona e paddle shifts.

    Design ousado marca 10° geração
    Design ousado marca 10° geração do Civic (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Mudanças no Fusion foram discretas
    Mudanças no Fusion foram discretas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Alinhados na garagem da Editora Abril, fiquei alguns minutos tentando escolher o mais atraente na minha opinião. Não há como negar que os designers da Honda fizeram um excelente trabalho no Civic, realizando uma mudança entre gerações tão contundente quanto a transição da sétima para a oitava geração – famosa pelo painel digital de dois andares, que infelizmente virou parte do passado.

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    Mais longo, mais largo e mais baixo do que antes, o Civic ficou imponente, e ainda chama atenção nas ruas – principalmente de donos de outros sedãs médios.

    Já o Fusion não parece ter sentido o peso da idade, mesmo passados quatro anos após seu lançamento. A Ford sabe disso, a ponto de ter feito apenas mudanças pontuais. Faróis, grade frontal e para-choques foram atualizados, e a traseira ganhou um filete cromado na altura das lanternas, que agora têm leds.

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    Beleza interior

    Por dentro estão as diferenças mais contundentes. A cabine do Civic é mais ousada que a do Fusion, mas é fácil notar que eles pertencem a categorias distintas.

    Cabine é bonita de ver, mas tem muitos plásticos
    Cabine do Civic é ousada e bonita de ver, mas tem muitos plásticos simples (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Interior prima pelo bom acabamento
    Interior do Fusion é sóbrio, mas bem-cuidado (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O Civic até se esforça para se afastar das versões mais acessíveis, mas peca tanto por aproveitar peças de carros mais baratos da Honda (como o Fit) quanto por utilizar materiais de qualidade incompatível para quem quer ser rotulado de “premium” – basta notar o barulho das portas ao serem fechadas.

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    O Fusion não deixa dúvidas de que é um modelo refinado. Além dos plásticos de qualidade superior, as peças são mais bem encaixadas e o acabamento, mais requintado. É verdade que o painel digital e a central multimídia do Civic causam boa impressão, mas ambos parecem acanhados frente ao Fusion.

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    O grande chamariz do Ford é o Sync 3, que traz uma vistosa tela de 8 polegadas e usabilidade parecida com a de um smartphone. Assim como outros modelos da marca, alguns comandos podem ser ativados por voz.

    Painel digital é exclusividade do Touring
    Painel digital de alta resolução é exclusividade do Touring (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Câmbio com botão giratório lembra os modelos da Jaguar
    Câmbio com botão giratório do Fusion lembra os modelos da Jaguar (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Por ser 13 cm mais longo e ter 15 cm a mais de distância entre-eixos do que o Civic, o Fusion também é mais espaçoso na frente e atrás, tanto para os joelhos quanto para os ombros (o Ford leva três pessoas atrás com facilidade).

    Ambos apostam na combinação de injeção direta com turbocompressor sob o capô. O Civic traz o moderno 1.5 i-VTEC, de 173 cv e 22,4 mkgf. O Fusion aposta no 2.0 EcoBoost, que o acompanha desde a chegada da segunda geração, em 2012. Juntamente com a reestilização, o conjunto ganhou 14 cv (de 234 para 248cv) e um start-stop eficiente e silencioso.

    É quase impossível ouvi-lo em ação, graças ao retrabalho no isolamento acústico do Fusion, que colocou novos painéis isolantes na cabine e nas caixas de roda, além de vidros laterais laminados. A Honda também fez o mesmo com o Civic, recheando o carro com materiais antiacústicos.

    Motor 1.5 turbo do Civic é econômico e anda bem
    Motor 1.5 turbo do Civic é econômico e anda bem (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Motor EcoBoost 2.0 do Fusion agora tem 248 cv
    Motor EcoBoost 2.0 do Fusion tem 248 cv e torque abundante: 38 mkgf (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Subindo de nível

    Quem aprecia esportividade gostará do Honda: o motorista se senta em uma posição baixa e fica envolvido pelo veículo. Foi ao volante do Civic, inclusive, que me senti mais à vontade, graças à direção direta e suspensão mais firme, diferente do comportamento pacato do Fusion.

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    Na pista, nossas medições indicaram um empate técnico nas provas de desempenho, feito surpreendente considerando que o Civic é 75 cv mais fraco – mesmo pesando 300 kg a menos, sua relação peso-potência ainda é inferior à do Fusion.

    Nos demais quesitos, o placar ficou em 2 x 1: a Ford levou a melhor em frenagem e nível de ruído (a ponto de o decibelímetro não fazer a medição, tamanho o silêncio em ponto morto), enquanto o Civic deu um banho no consumo: 11,8 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, contra 8,8 km/l e 13,7 km/l, respectivamente.

    A evolução do Civic foi incontestável. Até pouco tempo atrás ninguém diria que ele poderia encarar o Fusion. No fim, fica claro que faltam alguns predicados (como equipamentos e acabamento mais refinado, além do espaço, que não dá para mudar) para a Honda ter chances reais de incomodar os rivais de cima.

    O sedã da Ford ainda é uma das referências na categoria. Mas não custa lembrar: nem todo reinado dura para sempre.

    Veredicto

    O Civic subiu de nível, mas lhe falta refinamento, espaço e conteúdo para bater o Fusion, uma das melhores opções entre os sedãs da sua faixa de preço.

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    Teste de pista (com gasolina)

    Civic Touring Fusion SEL
    Aceleração de 0 a 100 km/h 7,9 s 8,0 s
    Aceleração de 0 a 1.000 m 29 s – 185 km/h 29 s – 186 km/h
    Retomada de 40 a 80 km/h (em D) 3,3 s 3,5 s
    Retomada de 60 a 100 km/h (em D) 4,1 s 4,2 s
    Retomada de 80 a 120 km/h (em D) 5,1 s 4,9 s
    Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 15,3 / 27,1 / 65 s  14,4 / 25,1 / 60,5
    Consumo urbano 11,8 km/l 8,8 km/l
    Consumo rodoviário 14,6 km/l 13,7 km/l
     Ruído interno (neutro/RPM máx.) 36,7/73,4 dbA abaixo de 34/67,8 dbA
    Ruído interno (80/120 km/h) 61,3/67,7 dbA 59,4/65,8 dbA

    Ficha Técnica

    Civic Touring Fusion SEL
    Motor gas., diant., transv., 4 cil., 1.498 cm3; 16V, 173 cv a 5.500 rpm, 22,4 mkgf entre 1.700 e 5.500 rpm gas., diant., transv., 4 cil., 1.999 cm3; 16V, 248 cv a 5.500 rpm, 38 mkgf a 3.000 rpm
    Câmbio CVT, tração dianteira aut., 6 marchas, tração dianteira
    Suspensão McPherson (diant.)/multilink (tras.) McPherson (diant.)/multilink (tras.)
    Freios discos ventilados (diant.) sólidos (tras.) discos ventilados
    Direção elétrica elétrica
    Rodas e pneus liga leve, 215/50 R17 liga leve, 235/45 R18
    Dimensões comprimento, 463,7 cm; altura, 143,3 cm; largura, 180 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.326 kg; tanque, 56 l; porta- malas, 519 l comprimento, 487,1 cm; altura, 149,3 cm; largura, 185,2 cm; entre-eixos, 285 cm; peso, 1.626 kg; tanque, 62 l; porta- malas, 514 l
    Equipamentos de série central multimídia, ESP e controle de tração ar digital, ESP, controle de tração e start-stop
    Preço R$ 124.900 R$ 125.900

     

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