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Como anda (e voa) a Ford Ranger Raptor, picape de 397 cv e R$ 448.600

Picape esportiva tem motor V6 biturbo com 397 cv e suspensão preparada para encarar as trilhas de off-road extremo, mas preço é de picape grande V8

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 dez 2023, 10h42 - Publicado em 11 dez 2023, 10h00
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  • A Ford Ranger decidiu encerrar bem o ano de 2023. Depois da estreia da sua nova geração – que inclusive conquistou o prêmio Melhor Compra 2023 como a melhor picape média do mercado -, se tornou a picape média mais moderna à venda no país. Agora também passa a ser a picape média mais potente, com o lançamento da Ranger Raptor, que é mais do que uma picape esportiva. 

    Parece exagero, mas a Ford Ranger Raptor inaugura um subsegmento de picapes focadas no alto desempenho e que vai além da adoção de suspensão mais parruda. O sobrenome Raptor, que se tornou conhecido pela F-150 Raptor, agora leva características únicas para a Ranger. 

    Ford Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    Picape sem rivais

    A primeira combinação inédita está na mecânica. Nada de motor turbodiesel ou V8 aspirado: a Ranger Raptor se rende ao motor V6 3.0 biturbo com injeção direta a gasolina, que gera 397 cv e 59,45 kgfm. O câmbio é automático de dez marchas – neste caso, o mesmo que equipa o Mustang Mach 1. 

    Some a isso o chassi amplamente modificado. com foco no desempenho. A inspiração para o acerto são os carros da corrida de 1000 Milhas de Baja, no deserto mexicano. O carro precisa suportar saltos, fortes ondulações e manter a estabilidade. A Ford é suspeita para falar, mas julga que a Ranger Raptor tem o melhor conjunto já produzido pela Ford Performance. Coube a nós colocar isso à prova na terra, em alta velocidade.

    Como anda a Ranger Raptor?

    Ford Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    QUATRO RODAS foi até o campo de provas da Ford em Tatuí, no interior de São Paulo, para finalmente poder andar na Ranger Raptor em um tipo de ambiente que não é o usual para uma picape 4×4. A marca preparou uma série de experiências dinâmicas, onde pude testá-la primeiramente na terra. Confesso que foi assustador, mas no bom sentido. 

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    O primeiro “susto” foi chegar a 100 km/h em pista terra batida com alguns buracos sem ao menos balançar no assento, tendo conforto e estabilidade de asfalto. Não me contive e soltei um “Inacreditável!” para o funcionário da marca que me acompanhava no carona e, segundo ele, eu não era única a ficar incrédula com o comportamento da carroceria nessa condição. 

    Ranger Raptor_dinâmicas (3)
    (Divulgação/Ford)

    Resolvi entrar em uma curva mais fechada em uma velocidade maior e nada da carroceria rolar e a aderência dos pneus com diâmetro de 33” (que calçam rodas de 17 polegadas) também se tornou notável. 

    A resposta rápida do motor V6 também contribui para essa sensação de segurança. Um sistema que tenta eliminar o lag dos dois turbocompressores, fazendo com que estes girem por até três segundos após o motorista tirar o pé do acelerador, ajuda. O motor responde imediatamente à próxima pisada e ainda ajusta seus parâmetros a cada uma das dez marchas do câmbio automático.

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    Next-Gen Ford Ranger Raptor Rewrites the Rulebook for Ultimate O
    (Divulgação/Ford)

    Mas, essa experiência “assustadora” na terra a bordo da Raptor só é possível graças ao conjunto de suspensão: do tipo duplo A na dianteira, com braços de liga de alumínio e eixo rígido na traseira com molas helicoidais. É um conjunto completamente diferente das outras Ranger, que nascem em outra fábrica: as civis vêm da Argentina e a Raptor vem da Tailândia.

    O sistema com estrutura reforçada ainda permite um curso de suspensão maior e isso contribui para que a Raptor possa ultrapassar obstáculos severos com segurança sem perder a estabilidade. São 25,6 cm de curso no eixo dianteiro (32% maior que na linha Ranger) e 29 cm na traseira (18% maior). 

    Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    Para controlar o movimento, escalaram amortecedores de competição Fox Live Valve Shocks 2.5, com funcionamento ativo que se adapta às condições do terreno. Seu controle utiliza um acelerômetro e sensores em cada canto da carroceria para medir múltiplas variáveis, 500 vezes por segundo, e ajustar individualmente o amortecimento de cada pistão, por meio de câmaras de compensação com controle eletrônico. 

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    Outra característica exclusiva para o fora de estrada é o diferencial traseiro e dianteiro blocante, que pode ser acionado tanto por um botão físico no console como pelo navegador off-road, na tela da central multimídia. Ele forma um eixo rígido para que as rodas girem ao mesmo tempo, evitando que a picape patine ou atole. 

    Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    E para aguentar as trilhas e proteger os sistemas vitais do carro, há protetores na parte inferior da carroceria feitos com chapas de aço de 2,3 mm. É para não ter problemas com direção, cárter, transmissão e tanque de combustível.

    Preparada para o modo “pular”

    Tive a oportunidade de acompanhar a pilotagem de um piloto de testes da Ford para que eu pudesse vivenciar todas as manobras que a Raptor é capaz em uma pista de terra batida. O “passeio” de 10 minutos teve direito a derrapagem em curvas ao desligar a tração 4×4 (fica só com a tração traseira), chegar a quase 200 km/h e no fim dar um salto digno de filme assim como o que vê na foto abaixo. 

    Ranger Raptor_dinâmicas (15) (1)
    (Divulgação/Ford)
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    E se você também quiser fazer igual, existe até um modo de amortecedor chamado “Jump Mode”, que enche e enrijece os pistões para absorver o impacto. O modo pode ser acionado por meio de um botão no volante e ainda permite o modo “Pedal Down” para aceleração máxima, no qual os pistões dos amortecedores ficam enrijecidos para dar mais estabilidade. 

    Há 7 modos de condução, sendo 3 deles inéditos no Brasil. Os já conhecidos são: Normal, Lama/Terra, Escorregadio e Areia. Agora, a picape também terá o Rock Crawl, focado para controle em baixas velocidades, o Esportivo, que o nome já o define, e o Baja, que é um modo exclusivo focado em performance.

    Ford Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    Apesar de não ser a mais potente, a nova Ranger esportiva pode ir de 0 a 100 km/h em apenas 5,8 segundos, de acordo com a Ford. É mais rápida que os 6,4 s declarados para a 1500 Rebel e os 6,9 s declarados para a Rampage.

    Design agressivo

    Na frente é possível observar uma grade de aço preta com a escrita “Ford” bem grande de um lado ao outro. Ainda faróis em LED matriciais duplos (indisponíveis nas demais versões vendidas no Brasil), capô com vincos mais fortes e um protetor dianteiro na cor prata.

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    The next-generation and next-level Ford Ranger Raptor has arrived. Built to dominate in the desert, master the mountains and rule everywhere in between, the second-generation Ranger Raptor raises the off-road performance bar as a pick-up built for true enthusiasts. LICENSE EXPIRES: In perpetuity. LICENSE BY: IMG. LICENSE SCOPE: A - Earned editorial, press releases, press kits, B - All non-broadcast digital and online media. REGION: EU. COPYRIGHT AND IMAGE RIGHTS: This content is solely for editorial use and for providing individual users with information. Any storage in databases, or any distribution to third parties within the scope of commercial use, or for commercial use is permitted with written consent from Ford of Europe GmbH only.
    (Divulgação/Ford)

    As laterais têm para-lamas mais encorpados, que dão ar de robustez ao carro, e as rodas de liga leve de 17 polegadas na cor preta. Adesivos exclusivos completam a decoração da Ranger Raptor. 

    Ford Ranger Raptor_7
    (Divulgação/Ford)

    A traseira não tem muitas novidades, apenas lanternas em LED com máscara preta e duas grandes saídas de escapamento. A caçamba tem protetor Flexbed, tomadas de 120 V e 12 V, pontos de ancoragem e tampas para instalação de acessórios nas laterais.

    Por dentro, a versão esportiva tem detalhes na cor laranja, borboletas para troca de marcha, além de botões para ajustes na direção, do escapamento, dos amortecedores e do modo de condução do veículo.

    Ford Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    O painel tem duas grandes telas, sendo uma de instrumento digital e outra de infoentretenimento, ambas de 12,4 polegadas. Os bancos também são esportivos e em forma de concha, revestidos em couro e suede com inspiração em aviões de combate. Além disso, eles ainda são equipados com 10 ajustes elétricos.

    Ford Ranger Raptor
    (Divulgação/Ford)

    Caso em nosso teste, que será feito em breve, se confirme o 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, a Raptor pode ser considerada a picape mais rápida do Brasil. E esse desempenho somado a sua ímpar capacidade off-road e o preço de picape full-size fazem com que a Ranger Raptor inaugure um novo segmento: picapes esportivas fora de estrada. 

    Porém, ela pode ganhar em breve a companhia da Toyota Hilux mais potente da história, que pode ser equipada com motor V6 3.5 de 415 cv. Um embate que vale qualquer espera para ser visto, não é mesmo?

    Ranger Raptor_dinâmicas (13) (1)
    (Divulgação/Ford)

    Quanto custa a Ford Ranger Raptor?

    Sem rivais diretos, a Ford Ranger Raptor tem preços na faixa das picapes grandes V8: custa R$ 448.600. Na prática, é R$ 75.710 mais cara que a Toyota Hilux GR-Sport (R$ 372.890), também com preparação off-road, mas com motor 2.8 turbodiesel com 224 cv e 56 kgfm – quase a metade da potência da Raptor. Nesse caso, a GR-Sport não pode ser considerada uma concorrente direta nem pelo preço e nem pelo conjunto mecânico. 

    A Ram 1500 Rebel, por exemplo, traz motor V8 aspirado que chega aos 400 cv e custa R$ 469.990 – uma diferença mais aceitável para Raptor: pouco mais de R$ 21.000. A questão aqui é que a Ram é muito maior em todas as dimensões, oferece um espaço interno ainda mais generoso e não tem a mesma preparação e vocação fora de estrada que a Raptor – também não pode ser encaixada como uma rival.

    Ficha técnica – Ford Ranger Raptor

    Motor: gasolina, dianteiro, longitudinal, 6 cil. em V, 2.995 cm³, 24V, 397 cv a 3.500 rpm, 59,45 kgfm a 2.000 rpm
    Câmbio: automático, 10 marchas, tração 4×4 sob demanda
    Direção: elétrica
    Suspensão: Duplo A (diant.), eixo rígido com helicoidais (tras.)
    Freios: disco ventilado nas quatro rodas
    Pneus: 285/70 R17
    Dimensões: comprimento 538 cm; largura, 220,8 cm; altura, 192,2 cm; entre-eixos, 327 cm; peso, 2.415 kg; tanque de combustível, 82 l; caçamba, 1.250 l; carga útil, 715 kg

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