É impossível falar da Mini sem lembrar que seu nome remete a algo pequeno – como de fato eram os Mini dos anos 60. Desde que a BMW assumiu a marca, em 2000, os Mini não param de crescer. O Clubman, que chega este mês às lojas na sua terceira geração, é o melhor exemplo. Da primeira geração (1969) para a segunda (2007), ele ficou 56 cm maior no comprimento.
E da segunda para a terceira, aumentou 29,5 cm. Os projetistas sabem que precisam conservar o DNA da marca, mas o porte diminuto é algo que tem ficado de lado nos dias de hoje, principalmente quando se trata de um modelo familiar, como é o Clubman.
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Essa nova versão é bem maior que o próprio Mini hatch, que também cresceu nos últimos tempos. O Clubman usa a mesma plataforma, mas é 27 cm mais longo e 9 cm mais largo. Segundo a fábrica, o Clubman é para quem quer um Mini, mas precisa de espaço. Sua cabine leva quatro pessoas com conforto (os passageiros de trás viajam com os joelhos ligeiramente mais altos que o quadril, o que não chega a incomodar), e o porta-malas tem capacidade para 360 litros, contra 278 do hatch.
O design característico, com linhas curvas e faróis redondos, foi mantido. Assim como as portas duplas verticais do porta-malas. Por dentro, o grande mostrador no console central foi mantido, mas agora ele abriga apenas as informações secundárias (central multimídia, sistema de som, ar-condicionado e ajustes do veículo). E ao redor há um aro luminoso que muda de cor de acordo com o sistema acionado. O velocímetro migrou para o visor à frente do volante, junto com o conta-giros, luzes-espia e indicador de nível de combustível. Mas a maior novidade no painel é o head-up display, que reúne de forma resumida as informações dos outros dois dispositivos, como velocidade, indicações do GPS, listas de áudio e alertas.
O Clubman chega ao Brasil apenas na versão Cooper S, que é uma das mais completas (na Europa, existem quatro padrões: One, Cooper, Cooper S e John Cooper Works). A lista de equipamentos de série traz faróis de led, sistema de som Harman/Kardon, bancos de couro, teto solar panorâmico, ar-condicionado dual zone e abertura do porta- malas por gestos (passando o pé sob o para-choque) como itens de série. Entre os opcionais há apenas os sensores de estacionamento dianteiros e traseiros e a câmera de ré. O preço básico é de R$ 179 950 e o pacote de opcionais sai por R$ 4 000.
No que diz respeito à parte mecânica, o Clubman Cooper S vem com um novo motor da BMW que conta com os já tradicionais recursos da marca (Valvetronic, Duplo Vanos e injeção direta) e a nova tecnologia TwinPower Turbo (com uma única turbina variável). Na prática, o 2.0 gera 192 cv, suficiente para levar o carro a acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 7,4 segundos, em nosso teste.
O câmbio também é novo. Trata-se de uma caixa automática de oito marchas, com opção das trocas manuais no volante. Por meio de um seletor no console, o motorista pode ajustar o funcionamento de motor, câmbio, suspensão e direção. São três modos possíveis: Green (privilegia a economia de combustível e o conforto), Mid (concilia economia e desempenho, mas ainda com conforto) e Sport (respostas mais rápidas e comportamento esportivo). As diferenças entre um modo e outro são bastante nítidas para o motorista.
Mas não se pode esperar uma suspensão realmente confortável, uma vez que faz parte da essência dos Mini proporcionar uma interação maior entre motorista, carro e estrada. A fábrica chama isso de go-karting feeling, como se o motorista estivesse no controle de um kart. No caso do Clubman essa sensação não é tão nítida quanto no hatch, em razão da maior distância entre-eixos, o que o torna mais lento nas curvas. Mas no que diz respeito ao comportamento da suspensão e da direção, o Clubman segue corretamente a cartilha da marca.
Na terceira geração, o Clubman mudou apenas no que era necessário para ficar melhor.
VEREDICTO
O Clubman é uma opção para quem não pode ter um Mini hatch como o segundo carro da família.
ACELERAÇÃO | |
---|---|
de 0 a 100 km/h: | 7,4 s |
de 0 a 1000 m: | 28 s – 190,7 km/h |
Velocidade máxima: | 228 km/h (dado de fábrica) |
RETOMADA | |
de 40 a 80 km/h: | 3,1 s |
de 60 a 100 km/h: | 3,8 s |
de 80 a 120 km/h: | 4,7 s |
FRENAGENS | |
60 / 80 / 120 km/h a 0: | 16,1 / 28 / 65,5 m |
CONSUMO | |
Urbano: | 11,1 km/l |
Rodoviário: | 14,9 km/l |
Preço: | R$ 179.950 |
---|---|
Motor: | gas., diant., transv., 4 cil., 16V, injeção direta, 82 x 94,6, 1 998 cm3, 11:1; 192 cv a 5 000 rpm, 28,5 mkgf a 1 250 rpm. |
Câmbio: | automático, oito marchas, tração dianteira |
Suspensão: | independente McPherson (diant.), multilink (tras.) |
Freios: | disco vent. (diant.], disco sólido [tras.) |
Rodas e pneus: | liga leve, 205/45 R17 |
Dimensões: | comprimento 425,3 cm; altura 144,1 cm; largura 180 cm; entre-eixos 267 cm; peso, 1 465 kg; porta-malas 360 l; tanque 48 litros |