De janeiro a dezembro de 2016, o mercado de sedãs médios foi dominado pelo Toyota Corolla. Segundo a Fenabrave, a Toyota vendeu 64.738 unidades desse modelo, ficando com quase metade do segmento, no periodo (44,20 %, mais precisamente). A outra metade ficou espalhada entre Honda Civic, no segundo lugar com 20.857 unidades; Chevrolet Cruze, em terceiro com 12.064 unidades e mais uma dúzia de outros sedãs, com frações menores.
Até hoje, os rivais não foram páreo para o Corolla. Mas, a partir de agora, a disputa não será mais uma barbada porque os principais concorrentes do Corolla chegaram ao mercado inteiramente renovados.
O Corolla foi lançado em 2014. Ele está na 11ª geração, devendo passar por uma reestilização na linha 2018. O Cruze, que chegou à segunda geração, estreou em junho deste ano. E o Civic, na décima geração, começou a ser vendido em outubro.
O Corolla entra na versão topo de linha 2.0 Altis. O Civic participa com a EXL 2.0. E o Cruze é o 1.4 Turbo LTZ. Todos vendidos na faixa de preço entre R$ 105.000 e R$ 115.000 e equipados com recursos como ar-condicionado automático, central multimídia, cintos de segurança de três pontos para todos ocupantes, pelo menos seis airbags, piloto automático e volante multifuncional entre os itens de série.
Antes de apostar suas fichas em um deles, veja como os sedãs se saíram em nossa avaliação.
3º Toyota Corolla 2.0 Altis
Não faz tanto tempo que o Corolla foi lançado. A atual geração chegou em 2014. Mas juntando certo conservadorismo da Toyota (na época), com certa ousadia da Honda e da GM (agora), o Corolla parece ter o dobro da idade. Visto por fora, ele não é velho. Mas, os rivais são mais modernos. Por dentro, sim, o Corolla já nasceu démodé. Essa, porém,não é a razão dele estar em terceiro lugar neste comparativo.
O principal sinal de desatualização do Toyota vem da ausência de recursos tecnológicos. Ao Corolla falta controle eletrônico de estabilidade (ESP), um sistema elementar para o segmento (que deveria ser obrigatório em todos os carros).
Além disso, ele não tem sensor de estacionamento, sensor de chuva e assistente de partida em rampa e passa longe de dispositivos mais sofisticados como os alertas de colisão, de pontos cegos e de mudança involuntária de faixa, presentes no Cruze.
A central multimídia do Corolla é a dona da menor tela entre as três avaliadas e não tem compatibilidade com os sistemas Android Auto e Apple Car Play como as outras. Se o Corolla custasse mais barato que os concorrentes, seria injusto reclamar. Mas não é o caso.
No que diz respeito ao espaço interno, o Toyota empata com o Cruze mas fica em desvantagem em relação ao Civic. E na pista de testes, seu desempenho foi apenas mediano, saindo-se mal nas frenagens.
Mas o Corolla não se tornou líder sem razão. Ele é um carro equilibrado, bom de guiar e confortável. E, além disso tem fama de carro que não quebra e de bom atendimento de pós-venda. Mas ele precisa oferecer mais se quiser continuar à frente.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 10,2 s |
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Aceleração de 0 a 1.000 m | 31,5 s – 167,5 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 4,2 s |
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) | 5,5 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 7 s |
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 | 17,1 / 30,2 / 69,6 m |
Consumo urbano | 11,5 km/l |
Consumo rodoviário | 15,6 km/l |
Motor | flex, diant., transv., 4 cil., 1.986 cm3, 16V, 12:1; 154/143 cv a 5.800/5.600 rpm, 20,3/19,4 mkgf a 4.800/4.000 rpm |
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Câmbio | automático, CVT, tração dianteira |
Suspensão | McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.) |
Freios | disco ventilado (diant.) / sólido (tras.) |
Direção | elétrica, 10,2 m (diâm. giro) |
Rodas e pneus | liga leve, 205/55 R16 |
Dimensões | comprimento, 462 cm; altura, 147,5 cm; largura, 177,5 cm; entre- eixos, 270 cm; peso, 1.320 kg; tanque, 60 l; porta-malas, 470 l |
Equipamentos de série | ar-condicionado, faróis de led, central multimídia 6,1, câmera de ré, 7 airbags, piloto automático, trio elétrico, luzes de posição e cintos de três pontos para todos os ocupantes |
Preço | R$ 110.990 |
2º Honda Civic EXL 2.0
Ao primeiro olhar, o Civic exibe um design que é, sem dúvida, moderno, quase futurista, mas que requer um tempo para ser decifrado. Às vezes, ele é esportivo; outras, parece recortado demais.
Seu interior é mais harmonioso. E, por isso, a gente se sente bem logo de cara na cabine. Além do conforto visual, porém, o Civic também proporciona conforto físico aos ocupantes, porque, ele ficou maior tanto por fora, quanto por dentro, incluindo o porta-malas. E é nesse aspecto que ele se destaca em relação aos rivais.
Nas seis medidas internas analisadas (distância para ombros, pernas e cabeça, nas duas filas de bancos), o Civic supera os demais em quatro, segundo as medições das fábricas. E seu porta-malas também é maior. São 519 litros de capacidade contra 470 litros, do Corolla, e 440 litros, do Cruze.
No que diz respeito aos equipamentos, o Civic não é tão bem servido quanto o Cruze. Embora traga recursos interessantes, como direção elétrica com relação variável, suspensão traseira multi link, repetidores led, ar-condicionado dual-zone, painel de instrumentos com tela TFT, sistema defreio de estacionamento elétrico com função automática Brake Hold e sistema de vetorização de torque AHA (que ajuda a contornar as curvas).
O motor 2.0 já equipava o Civic antigo. Na pista, seu melhor rendimento foi apenas nas medições de consumo urbano, com a média de 12,6 km/l degasolina. E o Civic ainda foi bem nas frenagens.
Pelo conjunto da obra, diante dos rivais, o Civic merece ficar em segundo, neste comparativo.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 10,5 s |
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Aceleração de 0 a 1.000 m | 31,5 s – 171 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 4,8 s |
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) | 5,6 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 7 s |
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 | 15,1 / 26,1 / 61,8 m |
Consumo urbano | 12,6 km/l |
Consumo rodoviário | 15,4 km/l |
Motor | flex, diant., transv., 4 cil., 1.997 cm3, 16V, 11:1; 155/150 cv a 6.300 rpm, 19,5/19,3 mkgf a 4.800/4.700 rpm |
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Câmbio | automático, CVT, tração dianteira |
Suspensão | McPherson (diant.) / multlink (tras.) |
Freios | disco sólido (diant.) / sólido (tras.) |
Direção | elétrica, 11,2 m (diâm. giro) |
Rodas e pneus | liga leve, 215/50 R17 |
Dimensões | comprimento, 463,7 cm; altura, 143,3 cm; largura, 180 cm; entre- eixos, 270 cm; peso, 1.291 kg; tanque, 56 l; porta-malas, 519 l |
Equipamentos de série | ar-condicionado sual zone, Brake Hold, ESP, HSA, AHA, central multimídia 7″, 6 airbags, luzes de posição, latrenas led, câmera de ré e piloto automático |
Preço | R$ 105.900 |
1º Chevrolet Cruze 1.4 Turbo LTZ
O Cruze tem como ponto forte a relação custo benefício. Na versão top de linha LTZ, desde o pacote mais simples (R7E), ele conta com sensor deestacionamento dianteiro e traseiro, faróis automáticos adaptativos, retrovisores elétricos aquecidos, sensor de pressão nos pneus e sistema OnStar, entre os recursos exclusivos, ou seja, que não estão disponíveis nos rivais nem opcionalmente.
Na configuração completa (R7F), que custa R$ 111.890, a GM acrescenta sensor de aproximação do veículo à frente, sistema de estacionamento automático, alerta de pontos cegos, alerta demudança involuntária de faixa, sensor de chuva, sistema start/stop e sistema de partida remota, entre outros itens. Mas o Cruze não é só isso.
O motor 1.4 Turbo com injeção direta é o que mais gera torque do comparativo, entregando essa força (e potência) em rotações mais baixas. Graças a ele, o Cruze apresentou o melhor rendimento, na pista te detes, superando os demais nas provas de desempenho e nas medições deconsumo rodoviário.
No comportamento, o Chevrolet também se revelou bem resolvido, alcançando o melhor compromisso conforto/dirigibilidade, apesarde não contar com a suspensão multilink traseira do Honda.
No design, o Cruze é mais previsível que o do Civic, mas em compensação, mais equilibrado. Por dentro, ao contrário, a impressão não é tão positiva. Há frisos, cores e texturas em excesso. Em alguns lugares os frisos cromados, à luz do dia, se iluminam, à noite (na cor azul claro).
O visual poderia ser mais limpo. Mas isso não impediu o Cruze de vencer o comparativo, mesmo após o recente aumento que o deixou quase R$ 4 mil mais caro que o Civic EXL.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 9 s |
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Aceleração de 0 a 1.000 m | 30,1 s – 178 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 3,8 s |
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) | 4,9 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 6 s |
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 | 14,7 / 26,7 / 64,1 m |
Consumo urbano | 11,8 km/l |
Consumo rodoviário | 15,9 km/l |
Motor | flex, diant., transv., 4 cil., 1.399 cm3, 16V, turbo, injeção direta, 153/150 cv a 5.200/5.600 rpm, 24,5/24 mkgf a 2.000/2.100 rpm |
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Câmbio | automático, 6 marchas, tração dianteira |
Suspensão | McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.) |
Freios | disco ventilado (diant.) / sólidos (tras.) |
Direção | elétrica, 10,2 m (diâm. giro) |
Rodas e pneus | liga leve, 215/50 R17 |
Dimensões | comprimento, 466,5 cm; altura, 148,4 cm; largura, 180,7 cm; entre- eixos, 270 cm; peso, 1.321 kg; tanque, 52 l; porta-malas, 440 l |
Equipamentos de série | alerta de colisão, alerta de ponto cego, sensor de estacionamento, partida remota, assist. de mudança de faixa, central multimídia 8″, ESP e OnStar |
Preço | R$ 111.890 |
AVALIAÇÃO DO EDITOR
Motor e Câmbio – O Cruze fez a diferença na pista. E o Honda foi mais econômico no ciclo urbano.
Dirigibilidade – Os três sedãs apresentam comportamento exemplar.
Segurança – O Cruze vem recheado de equipamentos, enquanto o Civic traz recursos importantes e o Corolla fica devendo.
Seu bolso – Na relação custo/benefício, o Chevrolet é a melhor opção, seguido do Honda e do Toyota.
Conteúdo – O Cruze traz diversos itens exclusivos.
Vida a bordo – Os sedãs são confortáveis. O painel do Corolla é antiquado, enquanto o do Cruze é exagerado e o do Civic, equilibrado.
Qualidade – Os três se equivalem na boa qualidade de construção e de materiais.
VEREDICTO QUATRO RODAS
O Cruze se saiu melhor na comparação porque superou os rivais com folga. ao Civic faltou um pouco mais de conteúdo. E o Corolla se mostrou em desvantagem.