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Citroën C3 Aircross é mais econômico que Fiat Pulse, mas só tem espaço

O Citroën C3 Aircross tem a alma das extintas peruas e custa o mesmo (ou até menos) que SUVs compactos de entrada

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 mar 2024, 10h23 - Publicado em 8 mar 2024, 10h14
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  • Os SUVs compactos foram declarados culpados pelo fim dos hatches médios, dos aventureiros e pelo encolhimento do segmento dos sedãs médios. Mas, 20 anos atrás, o que o brasileiro buscava para levar a família e toda sua bagagem sem grandes problemas eram as minivans e as peruas. O Citroën C3 Aircross é, de certa forma, uma perua moderna.

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    Explico: enquanto a maioria dos SUVs compactos disputa clientes usando seus faróis full-led, assistentes autônomos, um novo pedaço de vinil no painel e equipamentos que seriam esperados de carros de segmentos superiores, o C3 Aircross nasceu focado naquilo que realmente é essencial: tem muito espaço para os passageiros, acesso facilitado à cabine e porta-malas enorme (são 493 litros). E não teme valetas ou lombadas. É como as VW Parati Track & Field, Fiat Palio Weekend e Chevrolet Spin Activ, mas melhor em alguns aspectos.

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    Citroen C3
    Traseira reta também contribui com o espaço (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Um deles, em especial, é o motor. O C3 Aircross é o primeiro Citroën com o motor 1.0 GSE Turbo, que surgiu primeiro no Fiat Pulse e que também é usado pelo Fastback, pela Strada e pelo Peugeot 208. Talvez seja essa sua melhor aplicação até agora.

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    O Aircross (até a Citroën costuma dispensar o “C3” no nome) nem sequer tem opção de câmbio manual. É sinal dos tempos, mesmo. Seu câmbio é sempre um automático CVT com simulação de sete marchas com calibração irretocável para o carro. Reage rápido, faz o SUV parecer leve nas acelerações e, especialmente nesse carro, conseguiram eliminar um tranco que outros modelos têm nas retomadas de velocidade.

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    Citroen C3

    A simplicidade do projeto custou a existência de borboletas para trocas sequenciais (que só os Fiat têm), mas há trocas na alavanca e o carro simula mudanças de marchas a todo momento, deixando as sensações melhores. Ativando o modo Sport, em um botão à frente do joelho esquerdo do motorista, as passagens são feitas em rotações mais altas e o motor reage mais rápido ao acelerador. Mas o peso da direção elétrica e o grafismo do quadro de instrumentos digital não mudam.

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    Citroen C3
    Quadro de instrumentos digital tem conta-giros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Como é praxe, foi com o modo Sport que fizemos os testes de aceleração. O 0 a 100 km/h foi cumprido em 10,9 segundos, 1 s mais lento que um Pulse com o mesmo motor. Mas o consumo até foi melhor: 12,6 km/l em ciclo urbano e 15,5 km/l em ciclo rodoviário, enquanto o SUV compacto da Fiat fez 10,4 km/l e 14,2 km/l, respectivamente, também com gasolina.

    Citroen C3
    Revestimento no volante e nos bancos não consegue esconder a simplicidade na cabine, que usa o mesmo painel do hatch C3 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A suspensão contribui com a sensação de leveza. É macia no início do curso, o que ajuda muito a filtrar as ondulações e emendas do asfalto. Mas faz isso sem deixar o carro bobo, permitindo que contorne curvas ou em trechos sinuosos com boa estabilidade, mesmo com a carroceria alta e suspensa a 20 cm do solo. Está longe de ser esportivo, mas tem o rodar agradável esperado de um carro de uso cotidiano. Ou das antigas peruas.

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    Citroen C3
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Uma questão é que este é um C3 Aircross Shine, da versão topo de linha e que custa R$ 129.990. Por isso tem rodas aro 17 diamantadas, detalhes cromados e em piano black, teto com cor contrastante (também pode ser preto, a depender da cor da carroceria) e faróis de neblina, por fora. Mas, por dentro, o que ganha são os bancos e volante forrados de vinil, câmera de ré, piloto automático com limitador de velocidade… E só.

    Citroen C3
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O quadro de instrumentos digital de 7 polegadas (com conta-giros!) é compartilhado com a versão abaixo, Feel Pack (R$ 119.990), e a central multimídia de 10” equipa também a versão de entrada, Feel (R$ 109.990). Faltam mimos na cabine para que o Aircross Shine pareça completo e dê alguma satisfação a quem pagou mais R$ 10.000 por essa versão.

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    Citroen C3
    Espaço dianteiro é o mesmo do C3, mas atrás sobra espaço para três adultos (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Citroen C3
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Começaria por uma parte macia para apoiar os braços nas portas, ajuste de profundidade da direção e carregador sem fio para smartphone (que é acessório), mas talvez sensores de chuva e luminosidade e ar-condicionado automático pudessem garantir algum efeito surpresa, mesmo tendo que espetar a chave em formato de faca (ficou devendo a do tipo canivete) atrás do volante.

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    São itens encontrados no Fiat Pulse Impetus, que custa R$ 131.990. Este também se limita aos quatro airbags, mas tem itens de segurança avançados como frenagem de emergência ou assistente de faixa, que nenhum Aircross tem.

    Citroen C3
    Porta-malas tem 493 litros, mas encosto traseiro não é bipartido nem no Shine (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O efeito “uau!” vem, mesmo, na hora que se abre a porta traseira. Os 2,67 m de entre-eixos fazem sobrar espaço para as pernas no banco traseiro. Como as versões de cinco lugares têm o assento mais recuado, dá para um adulto cruzar as pernas com tranquilidade. Isso nenhuma perua compacta dos bons tempos tinha. E se rebater os bancos, esse Citroën também levará mais carga que elas nos 1.068 litros que poderão ser ocupados.

    Citroen C3
    Grandes pecados: comando dos vidros traseiros no console e chave do tipo faca (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Citroen C3
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O C3 Aircross é simplório, talvez até mais que o Renault Duster atual. É o tipo de carro para quem segue a lógica do “o que o carro não tem não peça e não dá defeito”. Definitivamente, não dá para dizer que este é como os Citroën dos velhos tempos.

    Citroen C3
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto Quatro Rodas

    Ser espaçoso e barato são argumentos fortes do C3 Aircross, mas talvez seja simples demais para seu segmento. 

    Ficha Técnica – Citroën C3 Aircross Shine

    Motor: flex, diant., transv., 3 cil. em linha, turbo, 999 cm3; 12V, 130 cv a 5.750 rpm, 20,4 kgfm a 1.750 rpm
    Câmbio: CVT, 7 marchas simuladas, tração dianteira
    Direção: elétrica, 10,8 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
    Pneus: 215/60 R17
    Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 179,6 cm; altura, 167,3 cm; entre-eixos, 267,5 cm; peso, 1.216 kg; porta-malas, 493 litros; tanque, 47 litros

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    Teste Quatro Rodas – Citroën C3 Aircross Shine

    Aceleração
    0 a 100 km/h 10,9 s
    0 a 1.000 m 32,8 s – 156,4 km/h
    Velocidade máxima n/d
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h 4,9 s
    D 60 a 100 km/h 6,3 s
    D 80 a 120 km/h 8,5 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0 14,7/26,7/59,9 m
    Consumo
    Urbano 12,6 km/l
    Rodoviário 15,5 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx. 40,4/60,4 dBA
    80/120 km/h 59,7/72,1 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h 95 km/h
    Rotação do motor a 100 km/H 2.000 rpm
    Volante 2,7 voltas
    SEU Bolso
    Preço básico R$129.990
    Garantia 3 anos

     

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