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BMW Z3 completa 25 anos: relembre o primeiro teste do roadster

Relembramos o teste do roadster com motor seis cilindros e câmbio manual que foi um dos grandes sucessos da BMW

Por Fábio Black
14 nov 2020, 11h57
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A tradição do design aliado a receita de um roadster puro sangue ditaram o futuro (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Divisor de águas para a BMW, o BMW Z3 sintetizou a essência de um carro moderno na forma de um roadster raiz. É por isso que seu aniversário de 25 anos merece ser comemorado.

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Sucessor do BMW Z1 Roadster, que teve produção limitada entre 1989 e 1991, o Z3 foi um sucesso e responsável por firmar a linhagem “Z”. Aliás, a última letra do alfabeto representa Zukunft, que em alemão significa “futuro”.

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A alma do Z3 foi beber na fonte de seu ancestral, o BMW 507 (Divulgação/Divulgação)

O Z3 bebeu das fontes de um roadster clássico da BMW, o 507, produzido entre 1956 e 1959. Foi um grande sucesso para sua época e até Elvis Presley tinha um.

Com a silhueta sedutora herdada do 507 e design atemporal com características clássicas que um roadster deve ter, como capô longo e a posição de dirigir quase em cima do eixo traseiro, o Z3 encanta até hoje.

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E não é só de beleza que vive o Z3, pois sua mecânica segue a receita mais celebrada pelos puristas: motor seis cilindros em linha, tração traseira e câmbio manual.

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Até James Bond aprovou o roadster da BMW. Em 007 contra GoldenEye, Bond (interpretado por Pierce Brosnan) usou um Z3 contra os vilões, mas o dele vinha com alguns acessórios a mais… (Divulgação/Divulgação)

Some tudo isso ao fato do Z3 ter praticamente estreado como o carro do espião James Bond em 007 contra GoldenEye, de 1995. Ficou fácil entender as aproximadamente 300.000 unidades vendidas no mundo todo até 2002.

O roadster também foi o primeiro BMW montado fora da Europa: todas as unidades saíram da fábrica da marca em Spartanburg, na Carolina do Sul, EUA – que atualmente só produz SUVs.

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Família Z: (da esq. para dir.) BMW Z1, Z3, Z8 e Z4 (Divulgação/Divulgação)

Com o sucesso absoluto, a família Z aumentou. Vieram o celebrado, caro e raríssimo Z8, produzido entre 2000 e 2003 com design ainda mais fiel ao ancestral BMW 507, e o Z4 que já esta em sua terceira geração e é vendido desde 2002.

Para comemorar os 25 anos do BMW Z3, a seguir você confere um teste publicado março de 1998, quando o esportivo chegou ao Brasil. Parabéns ao Z3 e vida longa ao Z4!

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Capô longo e a posição de dirigira praticamente em cima do eixo traseiro: receita de sucesso (Marco de Bari/Quatro Rodas)

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O potente BMW Z3 2.8 chega para atiçar ainda mais a vontade dos apaixonados por aventura dentro de um belo conversível

Reportagem: Vagner Ambrósio  •  Fotos: Marco de Bari

Eles sempre foram sinônimo de pura sedução. Por razões óbvias, os conversíveis parecem ter sido inspirados nos verões quentes de países ensolarados – como o nosso. Com preços nada acessíveis, porém, tais carros estão tão distantes da maioria dos brasileiros quanto o Sol da Terra.

Isso ficou mais evidente depois que a General Motors parou de fabricar o Kadett GSi 2.0, em 1994, e a Ford, o Escort XR3, em 1995. O motivo para ambas empresas foi o mesmo: as minguadas vendas. “Nossa produção era quase artesanal. E o preço do carro passava de R$ 40.000, tornando-o pouco competitivo no mercado”, explica o gerente de produtos da Ford, Herivelto Sousa. “O modelo deixou de ser viável comercialmente.”

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o Z3 2.8 tem capota elétrica de lona ao contrário da primeira versão que desembarcou no Brasil (a com motor 1.9) (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Embora as montadoras instaladas no país tenham deixado de produzir esse tipo de veículo, as importadoras têm trazido para cá um bocado de conversíveis sofisticados. O mais novo a chegar por aqui é o BMW Z3 com motor 2.8, um roadster (esportivo para duas pessoas) que começou a ser vendido no início do ano.

O preço: US$ 82 000 (com câmbio manual), ou cerca de R$ 92.000. Um brinquedo, portanto, para bem poucos. “Esperamos vender de 200 a 250 carros em um ano”, calcula o diretor de marketing da BMW do Brasil, Thomas Vieweg.

Ao entrar nesse BMW e acionar o botão para abaixar a capota, que agora é elétrica (no Z3 1.9, que desembarcou no país há um ano, ainda é manual), a sensação de liberdade é total. Dirigir torna-se uma tentação irresistível, ao mesmo tempo em que surge um punhado de dúvidas. A começar pelo traje ideal para ser usado quando se está num carro desses.

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Painel muito semelhante ao encontrado no BMW série 3 dos anos 1990. Toca-fitas com disqueteira ainda era o sistema utilizado na época. (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Afinal, o motorista de um conversível é quase visto por inteiro. Besteira? o papa na moda masculina no Brasil, Fernando de Barros, não acha. E dá a receita. “O ideal é usar roupas que tenham apelo esportivo. Ternos escuros não são a melhor opção, a não ser que o conversível seja o único carro da pessoa.”

Outra grande preocupação de proprietários de carro conversível é a com a segurança. A impressão de vulnerabilidade é bem maior do que num modelo com capota rígida. Afinal, fechar os vidro ou travar as portas parece não ter muito sentido. Nem mesmo a polícia tem recomendações específicas para os donos de tais carros.

“A melhor coisa é sair já de casa com a capota abaixada, evitando assim paradas no meio do caminho. E escolher percursos sem semáforos, para evitar a aproximação de estranhos”, ensina o investigador Edivaldo Camargo, do 78º Distrito Policial da capital paulista. Entendido isso, vamos para a rua com um Z3.

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O clássico motor de seis cilindros em linha de 2.800 cilindradas produzia aproximadamente 192 hp e 27,5 kg de torque. Aliado a tração traseira e câmbio manual de cinco marchas, tornavam a experiência ao volante visceral (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Dirigir o carro na cidade é sentir duas sensações antagônicas: prazer e frustação. A primeira é provocada por você estar comandando um conversível de design arrojado, saído das telas do cinema (foi o carro usado por “Bond, James Bond” no filme 007 contra GoldenEye) e objeto do desejo de uma legião de aficionados por belas máquinas. Um automóvel que não passa despercebido – assim como quem está dentro dele.

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A sensação de frustação, porém, vem pela impossibilidade de extrair mais potência do motor desse BMW dentro do perímetro urbano. Ao engatar a segunda marcha, por exemplo, o motor ruge ferozmente e o carro parece saltar sobre o da frente, tão forte é sua arrancada. Ou seja, falta espaço no trânsito urbano para usar o mínimo de toda a potência que o carro oferece.

Com o perdão da frase feita, pode-se dizer que o motor de seis cilindros tornou ainda melhor o que já era bom. Não é para menos, pois tem 192 cv de potência, contra 150cv do modelo equipado com motor 1.9, de quatro cilindros. Mesmo quem não é afeito sutilezas mecânicas percebe que o Z3 se desloca facilmente, deixando para trás, sem esforço, a maioria dos automóveis.

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Silhueta e barbatanas herdadas do ancestral dos anos 1950 BMW 507 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ele é perfeito, por exemplo, para entrar numa avenida na brecha entre um carro e outro ou para executar uma ultrapassagem. A potência do motor permite que manobras desse tipo sejam feitas com muita segurança. Para o veículo não perder a estabilidade devido à motorização maior, a fábrica aumentou a largura da bitola de trás e passou a utilizar pneus mais largos.

Daí veio a necessidade de redimensionar a carroceria. Assim, a parte traseira ficou mais larga e os pára-lamas, mais salientes que os do 1.9.

Enquanto se desfrutam as delícias de comandar uma máquina como o Z3, passa-se a sentir todos os tormentos dos donos de conversível.

“O barulho de motos e ônibus desregulados incomoda demais. Não dá nem para conversar nem gritar”, lastima Nélio Longobardo, proprietário de um Mercedes-Benz SL 500. É bem verdade. Ao medir o nível de ruído dentro do Z3 em uma das avenidas mais movimentadas de São Paulo, a Marginal do Tietê, o ponteiro chegou a atingir 106 decibéis ao cruzar com o barulhento caminhão.

Tal índice daria para deixar qualquer um louco ou surdo se fosse constante, já que o limite suportável pelo ouvido humano é de 94 decibéis. E essa não é a única chateação. Tem mais.

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Posição de dirigir recuada, capo alongado, dois lugares e muita potência para entregar (MArco de Bari/Quatro Rodas)

“Diversas vezes fui atingido por mal-educados que cuspiam do ônibus ou atiravam pontas de cigarro”, conta o bancário José Giacomucci, proprietário de um Escort XR3 1992, com apenas 30.000 km. “Por isso, evito usar o carro na cidade. Mas quando estou na estrada, principalmente a caminho do litoral, não deixo de arriar a capota. É demais. Uma delícia!”

Como na maioria das vezes o conversível é o terceiro carro da família, ele acaba saindo da garagem só em ocasiões especiais e para locais mais apropriados do que as ruas sufocantes das grandes metrópoles – nada mais adequado para um roadster como o Z3 2.8.

FICHA TÉCNICA

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(Reprodução/Quatro Rodas)

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