Uma picape elétrica monobloco como Fiat Toro e Ford Maverick, mas com porte da Toyota Hilux e plataforma e motor de Volvo. Em resumo, a Riddara RD6 é isso. Essa picape está em fase final do processo de homologação no Brasil e tem lançamento previsto para setembro, mas já dirigimos e descobrimos tudo sobre ela, até os preços, em primeira mão.
Antes, a apresentação: a Riddara pertence ao Grupo Geely, conglomerado chinês que ganhou notoriedade ao reestruturar a Volvo, comprada da Ford em 2010. Hoje controla marcas como Lotus, Smart e Zeekr – que também está chegando ao Brasil. Na verdade, chama-se Radar na China, mas, para evitar problemas com a Radar Tyres, de Cingapura, escolheram o nome Riddara para exportação.
Primeiro (e ainda único) produto da marca, a Riddara RD6 é baseada na plataforma SEA, mesma do Volvo EX30. Estas primeiras unidades usam até o mesmo motor traseiro de 272 cv, mas com 39,2 kgfm de torque máximo. Versões com tração integral têm 428 cv e 60 kgfm, e chegarão nos próximos meses com nome Riddara estilizado na grade.
Preços da Riddara RD6 no Brasil
A RD6 Standard é mais básica (veja quadro ao lado) e terá opção de baterias de 63 kWh e 86 kWh, para 385 e 517 km de autonomia (ciclo chinês CLTC). Seu preço começará em R$ 249.900 – mais barata que a Ram Rampage de entrada.
Completa, a Riddara RD6 Luxury custará R$ 309.900 (abaixo das picapes diesel nacionais completas) e sempre terá a bateria maior e itens exclusivos. Alguns são reconhecidos facilmente, como os faróis de leds matriciais, a barra iluminada atravessando a grade e o teto solar panorâmico.
Outros itens importantes são os assistentes eletrônicos, como o piloto automático adaptativo, e o sistema iBooster da Bosch e comum aos Tesla: um atuador eletrônico que substitui o servofreio e gerencia o freio regenerativo e o freio a disco sem que o motorista perceba diferença no comportamento, aumentando a autonomia em até 15%. Também reduz a distância de frenagem, segundo a fábrica.
Se a frente com barra iluminada lembra o VW Taos, a traseira parece inspirada na VW Tarok, picape-conceito da VW, de 2018, que ainda não saiu do papel. A Riddara também tem lanternas interligadas, placa bem no meio da tampa e para-choque semelhante. Mas é bem maior.
São 5,26 m de comprimento (3 cm a mais que uma Hilux), 1,90 m de largura, 1,83 m de altura e 3,12 m de entre-eixos, ou 13 cm a mais que uma Fiat Toro ou Ram Rampage. A capacidade de carga é de 755 kg: menos que os 1.000 kg de uma picape a diesel, mas 5 kg a mais que Toro e Rampage.
Por dentro, é praticamente um SUV no aspecto (painel e portas têm plásticos macios ao toque) e no espaço, bem acima da média na fila traseira. O motorista tem botões para o ar-condicionado e modos de condução, que também podem ser operados pela central de 12,3 polegadas.
A Riddara RD6 parece ter nascido pronta para o Brasil. Não houve ajustes específicos e, mesmo assim, a calibração da suspensão McPherson dianteira e multink traseira é boa. A picape é confortável e estável, não sofre com buracos ou lombadas e sua direção tem boas respostas e peso. Não deve nada às demais picapes monobloco e é mais confortável que as médias com chassi de longarinas.
O motor traseiro dá conta, até por entregar os mesmos números de uma Rampage 2.0 Hurricane. Também é interessante a progressividade do acelerador em modo normal, que dosa bem a entrega de força nas rodas. Em modo Sport, sim, a entrega é mais instantânea e faz grudar no banco. Já em modo Eco, poupa tanto a energia da bateria que a picape parece simular sua condição totalmente carregada.
Fotos da Riddara RD6 Luxury
Quem está por trás da importação é a Timber, empresa da Rodoparaná que vende máquinas e veículos pesados, e viu uma oportunidade para atender clientes preocupados com o meio ambiente, no âmbito de ESG. O plano é estrear com uma concessionária em Curitiba (PR) e expandir para outros estados em seguida.
A meta é vender 200 picapes Riddara no Brasil até o fim de 2024. É uma operação modesta, é verdade, mas que já começa com um bom produto, uma sorte que outras operações de importação de carros chineses não tiveram.
Além de grade e faróis mais simples (mas ainda de leds), a versão de entrada tem plásticos rígidos no painel e abre mão de botões para o ar-condicionado e para os modos de condução, comandados apenas pela central multimídia. Não há cromados ao redor das janelas, desembaçador traseiro ou os sistemas de condução semiautônoma. O sistema de freio é convencional e comum à maioria dos EVs: usa uma bomba de vácuo para comandar o servofreio, mas mantém os freios a disco. A bateria menor é de LFP e a de maior capacidade, NCM.
Fotos da Riddara RD6 Standard
Ficha técnica – Riddara RD6
Preço: R$ 249.900 a R$ 309.900
Motor: elétrico, traseiro, 272 cv, 39,2 kgfm
Bateria: 63 kWh LFP (fosfato, ferro-lítio) ou 86 kWh NCM (níquel, manganês, cobalto)
Câmbio: 1 m., tração traseira
Direção: elétrica
Suspensão: duplo A (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
Pneus: 225/55 R18
Dimensões: comprimento, 526 cm; largura, 190 cm; altura, 183 cm; entre-eixos, 312 cm; peso, 2.090 kg; caçamba, 1.200 l ; carga, 755 kg
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 7,3 s, veloc. máx. 180 km/h. Pot. máx. de carga: AC (6,6 kW), DC (120 kW) – 30 a 80% em 32 min
*Dados de fábrica