Em um momento de transição, a Renault quer mudar sua imagem nos países emergentes, começando a vender carros mais refinados em vez de buscar volumes altos como antigamente. E um dos veículos que terá um papel importante nesta nova percepção dos clientes será o Bigster, um SUV médio de sete lugares que enfrentará o Jeep Compass no Brasil.
Contudo, antes de estrear no Brasil o novo SUV precisa ser apresentado e lançado na Europa. Depois de três anos em desenvolvimento, a versão final do utilitário enfim será revelada no Salão de Paris (França) em outubro, em sua versão Dacia.
Terá muito da nova geração do Duster, ainda indisponível no Brasil, porém será um carro bem maior, com cerca de 4,60 m de comprimento (30 cm mais do que o Duster). Este espaço extra permitirá que tenha uma terceira fileira de assentos.
Apresentado pela primeira vez em 2021 como um protótipo da Dacia, o Bigster foi usado como o exemplo da Renault para sua nova filosofia, unindo a experiência da marca romena em reduzir custos com a qualidade dos modelos da fabricante francesa. Na época, Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, disse que seria um produto para a América Latina e, principalmente, o Brasil.
O SUV aproveitará muito do novo Duster, como painéis da carroceria, assentos e boa parte da mecânica. As mudanças devem aparecer a partir da coluna B, aumentando o tamanho das portas traseiras para facilitar o acesso à terceira fileira e esticando o balanço traseiro.
Como o intuito da Renault é posicionar o Bigster como um dos carros mais caros da empresa em muitos mercados, espere por um acabamento melhor, usando materiais mais refinados, além de mais equipamentos para justificar o preço maior.
A mecânica é um mistério até o momento. A possibilidade mais comentada na Europa é o uso do 1.2 turbo híbrido leve de 130 cv na versão de entrada e um 1.6 turbo híbrido (HEV) de 140 cv de potência combinada nas mais caras. No Brasil, ele é esperado com a mesma mecânica híbrida (HEV), mas também com uma plug-in (PHEV) baseada no motor 1.3 turbo flex de 170 cv usado hoje por Duster e Oroch.
Seu destino no Brasil ainda é uma incógnita. Apesar do CEO da Renault ter confirmado o carro para a América Latina, nada mais foi dito a respeito. A fabricante está desenvolvendo um SUV cupê acima do Duster, que será lançado em 2025 e terá muito do design do Bigster.
Ao mesmo tempo, o SUV de sete lugares também servirá como ponto de partida para o maior carro baseado na plataforma RGMP, a picape intermediária Niagara, que será fabricada na Argentina e também terá mecânica híbrida plug-in. O plano de investimentos dedicado a isso será anunciado nas próximas semanas.