Na última edição do Google I/O, conferência para programadores realizada nos EUA em maio do ano passado, foi anunciado que o Waze – que foi comprado pelo Google em 2013 – ganharia suporte ao Android Auto.
Isso não está longe de acontecer, mas o Waze está trabalhando para ir um pouco mais além, oferecendo funcionalidades extras ao ser integrado à rede eletrônica dos automóveis.
Hoje, a grande sacada do Waze é usar o cruzamento de dados de seus usuários para exibir informações de tráfego, condições das vias, velocidade e radares. Além disso, os próprios usuários podem reportar manualmente acidentes, polícia, objetos na via e dados mais específicos, como preços dos combustíveis em postos.
Ouvido pela Wired, o gerente de aplicativos do Waze, Jens Baron, disse que a versão do aplicativo para centrais multimídia poderá coletar informações do veículo para sua base de dados. Serão informações como nível de combustível, temperatura externa, se os limpadores de para-brisa e faróis estão ligados e uso do freio.
Para permitir que isso funcione, o Waze se juntou ao consórcio SmartDeviceLink, criado por Ford e Toyota para o desenvolvimento uma plataforma de software de código aberto para aplicativos de uso automotivo. Esta plataforma, aberta tanto para fabricantes de centrais multimídia como para desenvolvedores de apps, seria a base para uma nova geração de sistemas de infotainment.
A diferença para plataformas já existentes como Android Auto e Apple Carplay é que o fabricante não dependeria de contratos e licenças para ter integração com smartphones. E tudo se torna mais fácil se todos passam a utilizar a mesma plataforma.
O Waze não disse o que pretende fazer com as informações, mas não é difícil imaginar o que poderia ser feito. Ter lembrete para ligar os faróis ao entrar numa rodovia e alerta sobre chuva no caminho seria interessante.
Por outro lado, o nível de combustível serviria para sugerir o posto de combustível mais barato nas proximidades – ou o posto da bandeira que pagar por publicidade no Waze, afinal, não existe almoço grátis. Seria o Waze – e, consequentemente, o Google – tendo acesso a mais informações sobre os motoristas, seus carros e hábitos.