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Tudo é possível

Ser cadeirante e ter um carro blindado não é um problema para desfrutar o prazer de competir nas pistas

Por Isadora Carvalho
Atualizado em 23 nov 2016, 20h31 - Publicado em 1 fev 2016, 17h11
A demora na entrega é justificada pela alta demanda
Fabio dedica todo o seu tempo livre na preparação do Azera (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Como sempre gostou de velocidade, o empresário Fábio Castellotti, 27 anos, acabou encontrando nos track days sua verdadeira paixão.

Dentro das pistas, ele é como qualquer piloto amador que gosta de acelerar nos fins de semana. Exceto por dois detalhes bem particulares: ele é paraplégico e dirige um pesado Azera blindado com câmbio automático. “Jamais pensei usá-lo em track days. Quando comprei o carro, queria apenas um modelo espaçoso e potente para usar no dia a dia”, conta Castellotti.Sua história com o sedã da Hyun­dai começou aos 19 anos, quando Fabio bateu contra o guard-rail durante uma prova de motovelocidade. 

O acidente provocou uma lesão na coluna, que o deixou sem movimentos da cintura para baixo. “A recuperação do acidente foi muito difícil, mas eu tinha certeza de que mesmo assim eu não ia deixar de correr”, diz. Para alimentar sua paixão pela velocidade, Castellotti começou a correr com um kart adaptado, mas os custos eram muito altos. Foi nesse momento que cogitou colocar seu Azera de passeio dentro do autódromo.

O sedã já era adaptado para suas limitações nas ruas, com um acelerador manual instalado no volante. Mas isso não era suficiente para competir nos track days. “O Azera não é um carro habitual nas pistas, o que tornou a tarefa de prepará-lo ainda mais complicada.” Para dar conta de excesso de peso, a suspensão foi redimensionada e os amortecedores foram substituídos por outros que suportam mais carga.

Para finalizar, seu motor V6 de 3,3 litros foi retrabalhado: assim, a potência subiu de 245 para 380 cv, contando com o cilindro de nitro para dar uma força nas retomadas. “Acho que fiz uma bela modificação, pois ficou um carro muito bem acertado para correr em qualquer circuito”, afirma o piloto, que calcula ter gasto R$ 40 000 na adaptação. Mas Castellotti diz que valeu cada centavo: “Com esse Azera, eu costumo ficar sempre entre os dez melhores nas provas que disputo”.

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