A Toyota estreou o nome Yaris em 1998, durante o Salão de Genebra, na Suíça. Esta primeira geração (batizada internamente de XP10) foi um sucesso imediato.
Não por menos, foi eleito como o Carro do Ano na Europa, em 2000.
A segunda geração, XP90, foi vendida na Europa e na Ásia entre 2005 e 2011.
Ela trocava a plataforma NBC pela plataforma B da Toyota, que havia acabado de ser lançada pelo sedã Belta/Vios vendido nos EUA, Canadá e Ásia.
Na terceira geração, porém, houve uma cisão. Europa, Austrália e Japão permaneceram com um hatch mais compacto e com equipamentos mais sofisticados, mais adequado com a proposta local.
É o modelo com nome-código XP130, lançado em 2011 e que hoje é produzido na França e no Japão com sua própria variação da plataforma B apenas na versão hatch.
Ele já sofreu duas reestilizações, em 2014 e em 2017.
O Toyota Yaris vendido no Brasil, porém, tem suas raízes na terceira geração dedicada a mercados como China, Tailândia, Indonésia, Taiwan e Vietnã, onde o espaço interno se sobrepõe aos equipamentos mais luxuosos.
Para efeito de comparação, o Yaris hatch desta base é 23 cm mais curto e tem entreeixos 4 cm menor que o franco-japonês. Também há uma diferença considerável no design dos dois.
É a proposta que o Toyota Vios já adotava em 2005, quando estreou a plataforma B.
Este modelo, lançado em 2013, tem nome-código XP150 e representa, na prática, a segunda geração do Vios.
A primeira fase do XP150 pode ser encontrada em países latino-americanos como Chile e Paraguai, mas só chegou à Argentina em 2016 importado da Tailândia.
Na América Latina, era um teste de aceitação do modelo em um mercado onde o Toyota Etios chegou a ser o terceiro carro mais vendido.
Com esse contexto, voltamos para o Brasil. O carro que você viu por aqui como lançamento é, na verdade, uma reestilização de uma geração que está à venda na Ásia há cinco anos.
Lá, o facelift que você viu estreou por lá no ano passado.
Por que a vida do Yaris pode ser curta?
As gerações passadas do Toyta Yaris duraram entre seis e dez anos, dependendo do mercado. O modelo já estreia no Brasil em sua reestilização de meia vida.
Aí entra outra questão: por estratégia comercial, os Toyota vendidos no Brasil costumam estar alinhados com o resto do mundo.
O Corolla, por exemplo, historicamente costuma ter defasagem de apenas alguns meses em relação ao oferecido em outros mercados.
Em poucas palavras, considerando os dez anos que cada geração costuma permanecer à venda, nossa novidade poderá se aposentar até 2023.
Como fica o Etios?
Derivado de uma plataforma ainda mais simples – projeto EFC, sigla em inglês para “Família de Carro de Entrada” –, o Etios chegou ao Brasil em 2012.
Também criado para mercados emergentes, o compacto recebeu algumas soluções para baratear custos, como é o caso do limpador de para-brisas único.
Lançado na Índia em 2010, o modelo já soma sete anos de mercado, o que também indica uma mudança profunda para os próximos anos.
Aliás, a própria chegada do Yaris pode se tornar um risco, considerando que o veterano até perdeu versões para se reposicionar no mercado.
Desconsiderando a versão hatch X 1.3, de R$ 48.400 – e que não traz sequer sistema de som –, o Etios parte de R$ 54.920 na opção 1.5 X Plus manual.
Agora, a configuração mais cara é a sedã 1.5 X-Plus automática, de R$ 62.890, mas o modelo já chegou a custar R$ 71.150 na extinta Platinum.
Por sua vez, o novato Yaris custa R$ 59.590 na opção hatch XL e chega aos R$ 68.690 no sedã. Ou seja: pouca diferença, considerando as melhorias.
Diferenças (e semelhanças)
Algumas semelhanças entre Etios e Yaris não são difíceis de perceber, como é o caso da direção desmultiplicada, que exige 3,4 voltas no volante – herdado do Corolla – de batente a batente.
Não se engane pela diferença nos números de desempenho: Etios e Yaris compartilham os motores flex 1.3 16V e 1.5 15V.
O lançamento (no Brasil) recebeu mudanças de calibração para apresentar acréscimos nos números.
Se o veterano tem 98 cv e 13,1 mkgf na opção de entrada e 107 cv e 14,7 mkgf nas demais, o novato tem 101 cv e 12,9 mkgf e 110 cv e 14,9 mkgf, respectivamente.
Entretanto, enquanto o Etios automático utiliza o câmbio de quatro marchas do Corolla de geração anterior, o Yaris tem o mesmo CVT da atual geração do sedã médio.
Também há outras vantagens no novato, como a opção de teto solar, o ar-condicionado digital e os sete airbags. No Etios, só há os dois obrigatórios.
De vantagem, o veterano possui quadro de instrumentos digital, só que o Yaris rebate com uma central multimídia (um pouco) mais avançada.
Para a maioria dos usuários, o fato de o quadro de instrumentos estar atrás do volante também é vantagem.
Até mesmo o tamanho, grande trunfo do Etios, foi colocado em risco: o entre-eixos com 2,55 m no sedã – são 2,46 m no hatch – é igual ao novato.
Por fim, no porta-malas a vantagem ainda é do modelo de entrada, com capacidade para 562 litros no sedã, contra 473 l do Yaris de três volumes.