O Brasil está sediando uma reunião do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo, feita para discutir soluções para a transição energética. A Toyota está participando do encontro em Foz do Iguaçu (PR) e aproveitou a ocasião para revelar suas tecnologias para a descarbonização. E uma delas é um motor híbrido plug-in flex.
Assim como foi em 2018, quando a Toyota usou o Prius como vitrine para apresentar seu motor híbrido flex, o carro foi escolhido novamente para demonstrar o uso do etanol no seu sistema híbrido plug-in. QUATRO RODAS revelou a chegada do novo Prius ao país em primeira mão e sua relação com a tecnologia.
O interesse da Toyota neste sistema não é nenhum segredo. A própria fabricante anunciou em setembro de 2023 que havia iniciado os testes de um motor híbrido plug-in movido também a etanol, utilizando um RAV4 como protótipo. Esta motorização é vista como o próximo passo no processo de descarbonização da marca no Brasil.
Não espere ver o Prius nas concessionárias, pois esta não é a meta da empresa. O híbrido chegou para ajudar no desenvolvimento do motor que será usado na próxima geração do Corolla, prevista para 2026. Os planos envolvem até mesmo a produção desta tecnologia no país, ao invés de continuar importando os motores como acontece atualmente.
Este protótipo dá boas indicações do que podemos esperar do novo Corolla. É equipado com um motor 2.0 de 152 cv e 19,4 kgfm, e uma unidade elétrica de 163 cv, alcançando os 223 cv de potência combinada. Como comparação, o Corolla híbrido utiliza um 1.8 e entrega 101 cv e 14,5 kgfm.
O novo Prius mostra bem a evolução da tecnologia híbrida. Com baterias de íon-lítio de 13,6 kWh, tem uma autonomia de 70 km no modo elétrico e, segundo os testes oficiais nos EUA, tem um consumo médio de 48,5 km/litro.
Este 2.0 aspirado do Prius é da família M20A e já equipa o Corolla nacional sem eletrificação. Como é produzido em Porto Feliz (SP), facilitaria o trabalho e manteria os custos mais baixos por não ter que importar todo o conjunto. E, como é utilizado também pelo Corolla Cross, abre a possibilidade de que o SUV médio também ganhe uma versão híbrida plug-in no futuro.
Por enquanto, a Toyota não comenta nada sobre o lançamento do híbrido plug-in flex além do fato de estar trabalhando na tecnologia. A fabricante já anunciou um aporte de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030 e o motor PHEV deve estar incluso no pacote.
No momento, a empresa está finalizando os detalhes do inédito Yaris Cross, que chega às lojas no ano que vem e estreará um novo 1.5 híbrido. Em paralelo, a Toyota está fechando a fábrica em Indaiatuba (SP), transferindo a produção do Corolla, o único carro feito no complexo, para Sorocaba (SP).
Olha o gás
Além do Prius PHEV flex, a Toyota levou mais um protótipo para a reunião do G20, apresentando uma unidade da picape média Hilux movida a biometano. O combustível tem sido apontado como uma opção de descarbonização para veículos pesados, reduzindo as emissões de poluentes em cerca de 95% em comparação ao diesel. Por ser produzido com restos de matéria orgânica, como a parte não aproveitada da cana-de-açúcar, é renovável e pode ser feito em alta quantidade.
O biometano é um dos combustíveis que fazem parte do Programa Mover de descarbonização da indústria nacional, tornando-se uma alternativa ao diesel, recebendo parte dos R$ 65 bilhões de investimentos em biocombustíveis, que ainda inclui etanol, biodiesel, combustíveis sintéticos e hidrogênio verde.