A Toyota anunciou que fechará sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) até o final de 2023. Inaugurada em 1962, esta unidade é histórica não apenas por ter sido sua primeira fábrica construída no Brasil, mas por ter sido a primeira linha de montagem da Toyota fora do Japão.
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A unidade foi criada para produzir o Toyota Bandeirante. E assim o fez até 2001. Desde então, além de ter sido a sede administrativa da empresa (transferida para Sorocaba em 2021), a fábrica produzia componentes destinados às demais fábricas da empresa no Brasil, Argentina e Estados Unidos, além de peças de reposição para carros fora de linha.
A unidade produz desde peças da suspensão da Hilux argentina a peças de estamparia dos Corolla e Corolla Cross fabricados em Indaiatuba e Sorocaba (SP), além de componentes internos dos motores fabricados em Porto Feliz (SP) e nos Estados Unidos.
Toda essa operação será transferida, gradualmente, para as outras fábricas da Toyota no Estado de São Paulo a partir de dezembro de 2022 com conclusão prevista para novembro de 2023.
A fabricante japonesa garante que todos os 550 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo terão oportunidade para trabalharem nas outras fábricas.
Fábrica poderia ter fechado décadas antes
Um incêndio na fábrica da Volkswagen na Via Anchieta, em São Bernardo do Campo, mudou o destino da Toyota no Brasil. Isso porque a fabricante japonesa foi uma das empresas que ajudou a Volkswagen a lidar com a perda de sua ala de pintura.
Aplicar o primer em 20 carrocerias de Fusca por dia tornou a operação brasileira bastante rentável. Mais que isso: deu sobrevida à fábrica, que estava na iminência de fechar.
Embora a capacidade da fábrica na sua inauguração fosse para fazer 300 Bandeirante por mês, apenas 627 foram montados no primeiro ano, chegando ao pico de 2.200 carros em 1964. Mas a média dos anos seguintes seria de desanimadores 700 carros/ano.
Prestar o serviço de pintura para a Volkswagen pode ter evitado que a Toyota encerrasse a produção do Bandeirante no Brasil ainda nos anos 1970. Contudo, não evitou que a japonesa adiasse até 1998 a fabricação de automóveis no Brasil, com o Corolla.
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