O novo Ferrari Purosangue pode estar completamente fora dos padrões da marca. É o primeiro SUV e o primeiro carro de série da marca a ter quatro portas. Mas se enganou-se quem apostava que isso afastaria os clientes fiéis.
Mesmo com todas essas características incomuns para uma Ferrari, o Purosangue ainda carrega o bom motor V12 sob o capô e, de acordo com o diretor comercial e de marketing da empresa, Enrico Galliera, essa notícia foi o que fez as reservas do SUV bombarem.
A pré-venda começou em 2018, mas não pareceu despertar o interesse dos clientes. Quando a informação sobre o motor de 725 cv e 73 kgfm veio à tona foi que o interesse surgiu e, logo depois, veio o lançamento oficial. A comoção foi tão grande que a Ferrari nem sequer estava preparada.
“Corremos o risco de não conseguir atender à demanda e talvez precisemos fechar o recebimento de pedidos muito em breve”, disse o executivo à Auto News.
O entusiasmo do consumidor é justificável. Mesmo sem nenhum sistema de auxílio elétrico, a Ferrari afirma que o Purosangue poderá fazer de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos e atingir os 310 km/h. Se esses números se confirmarem, o SUV de Maranello deixaria para trás o Lamborghini Urus (velocidade máxima de 305 km/h e 0 a 100 km/h de 3,6 s) e ficaria em pé de igualdade com o Aston Martin DBX707. Ambos têm motores V8 biturbo.
Não foram apenas os ferraristas que se animaram. Galliera também afirma que o número de novos clientes querendo comprar o Purossangue é bem alto. Entretanto, a empresa irá recompensar a fidelidade de seus clientes, dando a eles prioridade na hora de receber o carro.
“Todo (dono da Ferrari) quer ter um Purosangue, e precisamos recompensá-los, pois foram eles que fizeram da Ferrari o que é hoje.” disse Galliera.
Mesmo sem informar o número atual de pedidos, é possível afirmar que eles devem beirar os 3.000. Isso porque, de acordo com a Ferrari, a produção do Purosangue não ultrapassará 20% da produção total de sua fábrica, que atualmente é de cerca de 15.000 unidades por ano.
Levando em consideração que um ciclo de vida médio de uma Ferrari é de quatro a cinco anos, é possível afirmar que serão fabricados em torno de 14.000 unidades. Segundo Galliera, controlar a oferta nesse momento é uma forma de manter a exclusividade do modelo.
“Apesar da demanda, manteremos o controle do volume, algo que está de acordo com nosso DNA, com nossa missão fundadora, que é permanecer extremamente exclusiva e a única maneira de permanecer exclusivo é controlar a demanda e a oferta”, explicou Galliera