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Porsche prepara 911 escalador e quebra recorde mundial de altitude

Com tecnologias extremamente avançadas para off-road, esse 911 foi capaz de subir no topo de um vulcão a quase 7.000 m de altitude

Por Rafael Sommadossi, João Vitor Ferreira
Atualizado em 18 jan 2024, 12h02 - Publicado em 18 jan 2024, 11h59

Qual seria a melhor forma de comemorar um aniversário de 30 anos? Para Porsche é quebrando um recorde mundial. Em 2019, Klaus Zellmer, presidente da Porsche North America, e Frank Walliser, vice-presidente da área de dinâmica, tiveram a ideia de celebrar o 30º aniversário do 964 Carrera 4, o primeiro 911 com tração integral, quebrando o recorde mundial de escalada com um carro. Para isso, teriam que subir uma altitude de 6.734 m acima do nível do mar, no vulcão Ojos del Salado, nas montanhas do norte do Chile.

 

Para isso, convocaram o piloto três vezes campeão de LeMans, Romain Dumas, e preparam os dois 911 mais off-road que você já viu. Sim, no plural. Já que antes de chegar a versão perfeita, foi necessário um protótipo. O primeiro modelo ganhou o apelido de Doris e serviu de base para o desenvolvimento do recordista, que recebeu o nome de Edith.

Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

Ambos os veículos utilizam um sistema de suspensão patenteado, originalmente destinado ao 919 Hybrid Le Mans. A configuração é totalmente diferente de um 911 comum e exigiu grandes mudanças no chassi. Uma delas, chamada de Warp Connector, que diferente das suspensão independente, forma uma ligação mecânica entre as quatro rodas para permitir uma carga constante, mesmo quando o chassi está em articulação extrema, impedindo que o carro destracione com facilidade.

Edith ainda tem o primeiro sistema steer-by-wire da Porsche. O segredo por trás deste equipamento é que ele tira o feedback do volante, o que em muitas situações é ruim, mas não quando você está escalando uma encosta cheia de pedregulhos. Isso porque o piloto precisa manter o direcionamento das rodas a qualquer custo, mesmo que as dianteiras batam em uma pedra muito grande. Sem o feedback, o piloto não sente o ‘coice’ das batidas e garante que tem o total controle da trajetória.

Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

Na motorização, não há nada de muito especial. Ambos usam o motor 3.0 Boxter 3.0 bi urbo do Carrera 4S, capaz de produzir 449 cv e 53 kgfm.  A transmissão manual de sete marchas também vem do 4S, sem modificações. A diferença está na relação das marchas, com a primeira e a segunda sendo bem mais reduzidas que o normal, afinal, esse é um carro feito para subir.

Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

Para se ter uma noção, a faixa vermelha da primeira marcha é nos 10 km/h, enquanto a segunda é aos 32 km/h. A velocidade máxima em sétima, segundo a Porsche, é de apenas 96 km/h, o que faz da dupla os 911 mais lentos da história — mais um ‘recorde’ para o currículo.

Outra diferença entre ambos está no peso. Doris, o protótipo, não tinha tanta preocupação assim em se manter leve e pesava 2.109 kg, 556 kg a mais do que um Carrera 4S padrão. Já Edith ganhou painéis em fibra de carbono, portas de carbono que vieram do 911 GT3 R, gaiola de proteção mais leve, capô de carbono e até proteção inferior de Kevlar, material leve usado em blindagens. Tudo isso para emagrecer 359 kg, totalizando 1.671 kg. 

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Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

A peculiaridade dos veículos está nas modificações específicas para enfrentar terrenos extremos. Eles ganharam grandes off-road pneus de 34 polegadas, que calçam as rodas aro 16” e uma são os principais responsáveis pela distância ao solo de 34 cm, a mesma de picapes como Ram 1500 TRX e a Ford F-150 Raptor. Há também um sistema de eixos de portal, fornecido pela Tibus, capaz de angular os eixos em terrenos extremamente irregulares como andar sobre rochas. 

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Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

O modelo é equipado com um motor Boxer six 3.0 bi turbo do Carrera 4S, capaz de produzir 443 cavalos de potência e 53 kgfm de torque. A velocidade máxima atinge cerca de 96 km/h, tornando-os mais lentos, porém, mais eficientes para o seu propósito.

E com essa preparação, o piloto Romain Dumas partiu em busca do recorde mundial, junto da sua equipe internacional composta por membros do Chile, França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Suíça. Um detalhe interessante é que o carro usava apenas eFuel, ou gasolina sintética.

Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

A expedição começou no dia 11 de novembro de 2023 e foram necessários 16 dias até chegar à crista pico da crista oeste do vulcão Ojos del Salado, no Chile. No dia 2 de dezembro do ano passado, o recorde foi estabelecido, superando a marca anterior de 6.694 metros. Nunca um carro tinha subido tão alto, chegando a uma altitude de 6.734 metros acima do nível do mar.

Além do caminho pedregoso, também era necessário lidar com as temperaturas que chegavam a – 20°C. A equipe precisou de duas semanas para se adaptar às condições extremas, ganhando altitude de maneira mais cautelosa para priorizar a segurança. Já o 911, pouco se incomodou com o ar rarefeito e o frio. A Porsche até afirma que, mesmo depois da exaustiva jornada, o carro estava pronto para repetir o feito novamente.

Porsche 911 escalada
(Divulgação/Porsche)

“Nunca esquecerei essa experiência. Foi uma sensação extraordinária dirigir onde nenhum carro jamais esteve”, disse Romain Dumas logo após descer do vulcão. “O 911 conseguiu ir mais alto do que qualquer outro veículo terrestre na história. Chegamos a um ponto em que nos deparamos com o verdadeiro cume da cordilheira oeste – não podíamos ir mais alto. Então esta foi realmente a altitude máxima que pode ser alcançada. Um momento de orgulho para toda a equipa – e estamos gratos pelo apoio e confiança de todos os nossos parceiros, cada um dos quais tornou isto possível.”

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