A Tata é grande na Índia, mas tem importância global: ela é dona da Jaguar Land Rover. E vem tirando proveito disso na concepção de seus carros, mas sempre de uma forma que não impacte nos custos, ainda que seus carros se transformem em uma salada mecânica.
A Tata está lançando a reestilização dos SUVs médios Harrier (5 lugares) e Safari (7 lugares). Ambos receberam uma nova frente dividida em dois níveis, com luzes diurnas interligadas na parte superior e os pequenos faróis encaixados no para-choque. O tamanho da grade, porém, é o que define cada modelo.
Eles ainda ganham novas rodas e novas lanternas de led, que também de estendem de uma ponta a outra do carro. Os para-choques também foram modificados para tentar dar um aspecto esportivo aos SUVs. Por dentro, têm novo painel e quadro de instrumentos de 10,25 polegadas, além de centrais multimídia de 10,25 ou 12,3 polegadas, além do novo volante e dos comandos sensíveis ao toque para o ar-condicionado.
Mas o mais curioso é o que as mudanças tentam esconder. Os Tata Harrier e Safari são baseados em uma versão simplificada da plataforma Jaguar Land Rover D8, a mesma do Discovery Sport, do Range Rover Evoque e do Jaguar E-Pace.
Mas em vez de usar os motores Ingenium das marcas inglesas, preferiram comprar da Stellantis o motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgfm que no Brasil é usado pelos Jeep Compass e Commander, pela Fiat Toro e pela Ram Rampage.
Ainda mais curioso que isso é a escolha do câmbio. Os Stellantis usam o mesmo câmbio que os Jaguar e Land Rover, o ZF 9HP, automático de 9 marchas. A Tata, porém, escalou um câmbio automático de seis marchas fornecido pela Hyundai, que é uma opção ao câmbio manual.
Ou seja, é um carro indiano, com plataforma inglesa, motor feito na Itália e câmbio sul-coreano.