A Dacia, subsidiária romena da Renault, revelou oficialmente o novo Duster. O SUV, vendido no Brasil pela Renault, chega a sua terceira geração com um visual completamente novo e mais moderno, motorizações inéditas, incluindo versões híbridas, e até um acréscimo nos assistentes de condução, algo não muito comum nos modelos da montadora romena.
O novo Duster adotou um visual mais sofisticado e moderno, mas sem perder sua essência, mantendo o aspecto de robustez pelo formato mais sólido da carroceria. Apesar de parecer estar maior, ele perdeu alguns centímetros se comparado ao modelo brasileiro. Agora, o SUV mede 4,34 m de comprimento (menos 3 cm), 1,81 m de largura (menos 2 cm) e 1,63 de altura (menos 6 cm).
Isso pode ser graças a nova plataforma CMF-B da Renault, que além dos “irmãos” Sandero e Jogger, também dá origem o Duster e promete maior eficiência de espaço. Apesar do tamanho reduzido, a marca diz que o espaço para pernas está 3 cm maior no banco traseiro. Enquanto isso, o porta-malas chega aos 472 litros, pouco menor (3 litros) que a atual geração brasileira.
O visual do Duster acompanha as novas proporções e foi inspirado no conceito Bigster. É até difícil dizer que trata-se do mesmo carro, já que as mudanças deixaram o SUV com ares mais futuristas, enquanto os anteriores mantinham elementos mais despojados.
Começando pela dianteira, os faróis ficaram mais horizontais e estreitos, e agora trazem a nova assinatura em forma de “Y” da Dacia. Eles se estendem até a grade, também mais fina, que traz pequenos traços, aparentemente iluminados, e logo da montadora no centro. Este é o ângulo em que o modelo terá maiores alterações para adequar-se à linguagem da Renault quando for a hora disso acontecer.
Na traseira, o “Y” aparece novamente dando forma às luzes, que avançam para a lateral do carro. O para-choque passa ares de robustez, não por acaso: a parte mais destacada da peça é feita de um novo material chamado de Starkle, criado pela própria Dacia. Ele também aparece nas caixas de rodas e em outras peças de proteção do carro e foi desenvolvido para ser 20% reciclável, além de não ter pintura, desse modo economizando tinta — o que é bom para o meio ambiente, segundo a marca — e ajudando a disfarçar possíveis arranhões.
Por dentro, a mesma letra “Y” que é tema do exterior pode ser vista decorando as saídas de ar. A maioria das versões traz uma central multimídia de 10,1’’ — com Android Auto e Apple CarPlay — combinada com um quadro de instrumentos digital de 7’’. A exceção está na versão mais básica, Essencial, que traz uma tela bem simples de 3,5’’, com Bluetooth e porta USB, que pode ser controlada pelo celular através do aplicativo Dacia Media Control.
Mesmo as telas da central multimídia sendo iguais nas demais versões, o seu sistema se difere. A versão intermediária, Expression, traz um sistema de som com apenas quatro alto-falantes. As versões Journey e Extreme, têm um sistema mais avançado com navegação integrada com atualização em tempo real do tráfego e som automotivo Arkamys 3D com seis alto-falantes. Ainda na parte de tecnologia, o Duster terá atualizações remotas, dispensando visitas às concessionárias para atualizações de software.
Nos equipamentos, o Duster agora vem de fábrica com uma série de sistemas de assistência à condução para atender às novas regras de segurança europeias. Logo, ele tem como padrão controle de cruzeiro, frenagem autônoma de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, leitor de placas de trânsito, assistente de estacionamento traseiro, luz de parada de emergência, aviso de saída de faixa, assistente de manutenção de faixa, alerta de atenção do motorista, faróis automáticos e botão para chamadas de emergência.
Nas versões mais caras, o Duster ainda ganha mais algumas regalias, como farol alto automático, faróis de neblina, ar-condicionado automático, chave presencial, freio de estacionamento elétrico e carregador de celular por indução.
Outra novidade é o YouClip, um tipo de suporte multiuso inventado pela Dacia, que pode ser colocado em diferentes superfícies do carro para acomodar smartphones ou então ser um 3 em 1, que funciona como porta-copos, bolsa e luz móvel.
A maior novidade na linha são as motorizações. A opção mais simples terá um motor 1.0 turbo TCe que não teve a potência anunciada. Um detalhe interessante é que além da gasolina, ele também funciona com gás GLP e será o responsável por aposentar os motores a diesel na linha Duster.
Essa versão tem dois tanques, cada um com 50 litros, sendo o de gás localizado abaixo do porta-malas para não sacrificar espaço, e há um botão no painel para alternar entre os combustíveis. Sua autonomia total (somando os dois tanques) é de 1.300 km pelo ciclo WLTP.
Acima dele, todas as versões são eletrificadas. O híbrido leve combina o motor TCe 130 1.2 de ciclo Miller com um motor elétrico de arranque de 48 volts, que somam 130 cv. O propulsor elétrico auxilia nas arrancadas e é o responsável pela partida do 1.2. A bateria que alimenta o conjunto é pequena, de apenas 0,9 kWh, e pode ser recarregada pelo sistema de frenagem regenerativa.
De acordo com a Dacia, a redução no consumo de combustível e de emissão de CO2 chega a 10% com esse conjunto. Já o câmbio é sempre manual de seis marchas, com opções de tração dianteira ou 4X4.
Por fim, o Duster Hybrid 140 traz o mesmo conjunto mecânico do Jogger. O sistema híbrido pleno combina um motor quatro cilindros 1.6 de 96 cv e outros dois motores elétricos: um com 49 cv e o outro de arranque de alta tensão. No total, são 140 cv enviados para as rodas por uma transmissão elétrica automática multimodos, tendo quatro marchas para o motor a combustão e duas para o elétrico.
A bateria tem 1,2 kWh e o sistema também tem frenagem regenerativa. De acordo com a Dacia, o carro sempre liga em modo elétrico e pode funcionar assim por até 80% do tempo, reduzindo o consumo em 20% no ciclo misto e em 40% no urbano.
Um detalhe é que as versões com tração 4X4 têm uma distância em relação ao solo maior, de 217 mm, contra 209 mm das 4X2. Além disso, elas oferecem cinco modos de condução selecionáveis: Auto, Neve, Lama/Areia, Off-Road e Eco.
A Dacia ainda vai oferecer uma vasta lista de opcionais para o Duster, entre eles o Sleep Pack, voltado para os aventureiros e amantes do off-road. Este pacote adiciona uma cama de casal dobrável, uma mesa dobrável e caixas para armazenamento.
O novo Dacia Duster chega ao mercado europeu em 2024 e será produzido em Pitesti, na Romênia. A montadora ainda não revelou os preços, mas o CEO, Denis Le Vot, revelou ao site Autocar que devem começar na casa dos 20.000 euros, pouco mais de R$ 107.000 em conversão direta.
No Brasil, onde o novo Duster será vendido como um Renault, sua chegada é prevista para acontecer entre 2025 e 2026, já que uma reestilização para a atual geração do SUV já está pronta e deve ser apresentada em algumas semanas.
Vale lembrar ainda que a fábrica da montadora francesa em São José dos Pinhais, em Santa Catarina, ainda está em processo de adaptação para receber a nova plataforma CMF-B, que fará sua estreia no Renault Kardian, nos primeiros meses de 2024.