As mudanças que a Nissan fez deram uma boa atualizada no Kicks, que agora está mais sintonizado com o estilo do segmento – o qual existe independentemente da identidade visual das marcas.
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Repare como ele e o Tracker seguem a mesma tendência estética, com grades dianteiras grandes, faróis afilados e para-lamas salientes.
Visto de lateral, o Tracker é mais trabalhado, com a presença de vincos, enquanto na traseira, onde o Kicks ganhou uma régua unindo as lanternas, ele se torna mais discreto. E, por dentro, O Chevrolet também exibe mais elementos diante do Nissan, mais limpo. Mas em ambos prevalecem as linhas horizontais do painel.
A disputa entre os dois SUVs foi equilibrada. Na cabine, por exemplo, o Tracker tem mais espaço para quem viaja no banco de trás, mas o Kicks oferece maior capacidade do porta-malas. São 432 litros contra 393 litros.
Na vida a bordo, os dois entregam as mesmas facilidades como volante multifuncional, partida por botão (com chave presencial), computador de bordo, ar-condicionado digital (monozona) e central multimídia com tela de 8”, compatível com os sistemas CarPlay e Android Auto.
Existem diferenças em alguns recursos disponíveis. O Tracker, por exemplo, é o único com Wi-Fi nativo e serviço de assistência remota OnStar, ambos por assinatura. E o Kicks tem HD próprio de 10 GB e sistema de som Bose Personal.
Em matéria de motorização, o Chevrolet leva a melhor. Ele traz um conjunto mais moderno formado pelo motor 1.0 de três cilindros turbo, que gera 116 cv de potência a 5.500 rpm e 16,8 kgfm de torque a 2.000 rpm, e o câmbio automático de seis marchas (com trocas manuais na alavanca).
O Kicks, por sua vez, conserva o mesmo motor do lançamento, 1.6 de quatro cilindros aspirado, com 114 cv a 5.600 rpm e 15,5 kgfm a 4.000 rpm, junto com o câmbio automático CVT (com modo Sport e seis marchas virtuais).
Na pista de testes, essa diferença tecnológica ficou clara, com o Tracker apresentando melhor rendimento. Nas provas de aceleração de 0 a 100 km/h, ele fez o tempo de 11,8 segundos. Retomou de 60 a 100 km/h em 6,1 segundos. E, nas medições de consumo, obteve 12,1 km/l, na cidade, e 15,5 km/l, na estrada.
O Kicks conseguiu as seguintes marcas: 0 a 100 km/h, 12,7 segundos; 60 a 100 km/h, 7,5 segundos; consumo urbano, 12,1 km/l (empatou) e rodoviário, 14,8 km/l.
O Nissan só consegue dar o troco e superar o rival com mais propriedade quando se compara o conteúdo de equipamentos de segurança, incluindo o conjunto de dispositivos que se convencionou chamar de ADAS (Advanced Driver-Assistance Systems), ou sistemas de assistência ao motorista.
Os dois SUVs possuem alerta de colisão frontal, freio de emergência, piloto automático, assistente de partida em rampa, retrovisor eletrocrômico, câmera de ré e faróis com acendimento automático.
Além desses, o Tracker tem como itens exclusivos: indicador de distância do veículo à frente, sensor de pressão dos pneus e sensores de estacionamento traseiro, dianteiro e laterais. E só o Kicks vem equipado com alerta de mudança de faixa, sensor de tráfego cruzado e câmera 360 graus.
Ambos têm controle de tração e de estabilidade (chamado de ESP, na GM, e de VDC, na Nissan). Mas o do Kicks tem mais funções. Diferentemente do sistema da GM, que só entra quando a casa ameaça cair, o da Nissan atua o tempo todo, controlando a distribuição de torque nas curvas e o movimento da suspensão no eixo vertical para melhorar o conforto e fazendo a função de freio motor.
Além disso, no que diz respeito à iluminação, só o Kicks conta com faróis full-led (incluindo luzes diurnas DRL, faróis de neblina, repetidores de seta nos retrovisores e lanternas) e um sistema inteligente que ajusta intensidade e altura do facho, para evitar o ofuscamento da visão dos motoristas que trafegam no sentido contrário. O Tracker tem luz auxiliar para manobras e apenas farol, luzes diurnas e lanternas de led.
Procurando outras diferenças de conteúdo, nota-se que o Kicks tem limpadores de para-brisa convencionais, enquanto no Tracker eles são do tipo flat blade. Mas a antena do Kicks é do tipo barbatana e a do Tracker é convencional.
Na ponta do lápis, o Kicks Exclusive Pack Tech custa R$ 119.890, e o Tracker Premier 1.0 Turbo AT sai por R$ 118.580. O Nissan é R$ 1.310 mais caro. Considerando os gastos com manutenção, as revisões até 60.000 km do Nissan somam R$ 3.021, ante R$ 3.380 do Chevrolet. E os valores do seguro, segundo levantamento da TEX/Teleport para o perfil padrão da QUATRO RODAS, ficam em R$ 1.597, para o Kicks e R$ 1.903, para o Tracker. Derrotado pelo rival, no teste de estreia dele, em maio de 2020, o Kicks se saiu melhor agora.
Veredicto
O Kicks vence o Tracker por oferecer um pacote de itens de conforto e de segurança mais completo.
Teste de desempenho – Chevrolet Tracker Premier 1.0 turbo 2022
Aceleração
- 0 a 100 km/h: 11,8 s.
- 0 a 1.000 m: 33,7 s – 155,7 km/h.
Velocidade máxima: 177 km/h.
Retomada
- D 40 a 80 km/h: 5 s.
- D 60 a 100 km/h: 6,1 s.
- D 80 a 120 km/h: 8,2 s.
Frenagens
- 60/80/120 km/h – 0 m: 14,2/25,1/55,2 m.
Consumo
- Urbano: 12,1 km/l.
- Rodoviário: 15,5 km/l.
Ficha técnica – Chevrolet Tracker Premier 1.0 turbo 2022
- Preço: R$ 118.580.
- Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, 999 cm3; 74 x 77,7 mm, 10,5:1, 116 cv a 5.500 rpm, 16,8/16,3 kgfm a 2.000 rpm.
- Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira.
- Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.).
- Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.).
- Direção: elétrica, diam. giro, 10,8 m.
- Rodas e pneus: liga leve, 215/55 R17.
- Dimensões: comprimento, 427 cm; largura, 179,1 cm; altura, 162,6 cm; entre-eixos, 257 cm; peso, 1.248 kg; tanque, 44 l; porta-malas, 393 l.
Teste de desempenho – Nissan Kicks Exclusive 1.6 2022
Aceleração
- 0 a 100 km/h: 12,7 s.
- 0 a 1.000 m: 34,9 s – 145,9 km/h.
Velocidade máxima: 175 km/h.
Retomada
- D 40 a 80 km/h: 5,4 s.
- D 60 a 100 km/h: 7,5 s.
- D 80 a 120 km/h: 10,4 s.
Frenagens
- 60/80/120 km/h – 0 m: 14,7/26,3/58,3 m.
Consumo
- Urbano: 12,1 km/l.
- Rodoviário: 14,8 km/l.
Ficha técnica – Nissan Kicks Exclusive 1.6 2022
- Preço: R$ 119.890.
- Motor: flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 16V, 1.598 cm3; 78 x 83,6 mm, 10,7:1, 114 cv a 5.600 rpm, 15,5 kgfm a 4.000 rpm.
- Câmbio: automático, CVT, 6 marchas, tração dianteira.
- Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.).
- Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.).
- Direção: elétrica, diam. giro, 10,2 m.
- Rodas e pneus: liga leve, 205/55 R17
- Dimensões: comprimento, 429,5 cm; largura, 176 cm; altura, 159 cm; entre-eixos, 262 cm; peso, 1.139 kg; tanque, 41 l; porta-malas, 432 l.
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