Há alguns meses, a presidente da Mini, Stephanie Wurst, disse ao site Autocar que havia 99% de chanca da marca deixar de vender carros com câmbio manual. O norte-americano The Drive, pouco depois, destacou que esse 1% de esperança talvez fosse um pouco mais. A probabilidade, entretanto, prevaleceu: de fato, nunca mais veremos carros com pedal de embreagem no catálogo da marca inglesa.
A notícia derradeira foi dada pela própria Wurst, dessa vez em entrevista ao inglês Top Gear. A pá de cal veio na apresentação dos Cooper e Countryman elétricos, que QUATRO RODAS conheceu pessoalmente na Alemanha.
Curiosamente, os Estados Unidos eram um dos mercados onde a transmissão manual era bem aceita. Segundo dados do The Drive, 45% do esportivo Mini JCW era vendido na configuração “raiz”, ainda que os EUA sejam conhecidos pela extrema adoção do câmbio automático há décadas.
Mesmo assim, isso representa pouco frente à produção global da marca. Desse modo, é possível que a baixa escala de produção venha encarecendo os custos, somando-se ao fato da Mini estar cada vez mais focada em seus novos (e futuros) elétricos.
Desse modo, o John Cooper Works “1to6” terá sido o último Mini manual da história. A série limitada a 999 unidades ainda tinha suspensão ajustada especificamente para o circuito alemão de Nürburgring e motor 2.0 turbo de 231 cv e 32,6 kgfm — além, claro, do câmbio de seis marchas.
O último Mini a combustão será lançado em 2025, provavelmente com transmissão automática de oito velocidades. Stephanie Wurst destaca que Charlie Cooper, neto do fundador John Cooper, foi responsável por convencê-la a manter versões esportivas com motor a gasolina nesse período. “Performance ajuda a vender carros”, disse a executiva.
Esportivos elétricos, porém, seguem uma incógnita. De acordo com Wurst, ainda que os planos incluam EVs incrementados, “nem todas as formas de esportividade eletrificada se saíram bem”. Assim, a Mini continua buscando sua identidade para o futuro próximo.