O mais novo carro da Koenigsegg é um híbrido, não por ter baterias e motores elétricos, mas por ser a fusão de três outros modelos. O nome não podia ser outro: Agera RS Chimera, em referência à “quimera” mitológica, uma fera que une as principais características de dois ou mais animais.
A proposta de fazer essa junção entre os carros da foi um pedido especial do presidente da FIA, Ben Sulayem. Já o nome também veio do pensamento mútuo do próprio Sulayem e de um dos engenheiros da montadora sueca.
A história do Agera RS Chimera começa em 2022, durante a revelação de CC850 no Monterey Car Week, nos Estados Unidos. Para quem não se lembra, o esportivo trazia como principal destaque ao inovador sistema Engage Shift System (ESS), uma transmissão automática de nove marchas, mas que podia se comportar de maneira idêntica a um câmbio manual de seis velocidades, com direito até a pedal de embreagem.
Na época, Sulayem já havia feito um pedido especial de um Agera, mas queria que o câmbio fosse o mesmo do ESS do CC850. Apesar de ponderar a oferta em um primeiro momento, Christian von Koenigsegg, CEO e fundador da montadora, decidiu aceitar e utilizar o Chimera como uma espécie de mula de testes para a sua nova transmissão.
Para completar, o motor V8 5.0 ainda recebeu o mesmo par de turbos do Jesko, fazendo com que gere 1.622 cv e 153 kgfm usando etanol E85 (com 15% de gasolina). Agora sim a Chimera estava pronta.
Segundo o youtuber Mr.JWW, um dos primeiros a conhecer e dirigir o novo carro, o projeto levou cerca de três anos para ser finalizado. Um dos principais motivos para isso é adaptar projetos mais recentes, como o do CC850 e do Jesko, a um modelo mais antigo, como o Agera, que foi descontinuado em 2018.
Logo, o Chimera precisou de diversas alterações, como a realocação da bateria, novos suportes para o motor, novos chicotes, novos softwares e controladores e até mesmo um novo sistema de infoentretenimento. A suspensão precisou ser redesenhada, com peças do Jesko e do Regera formando o chassi auxiliar e os elementos da suspensão, respectivamente.
A Koenigsegg aproveitou para instalar um novo cooler para a transmissão, uma mudança que já estava sendo cogitada e que viu no projeto a oportunidade perfeita para ser testada.
Se não bastasse isso, Sulayem ainda tinha mais um pedido. O presidente da FIA gostaria que o seu carro, além da alavanca do CC850, também tivesse paddle shifters para troca de marchas manual. Pedido aceito e a opção, inclusive, foi incorporada no CC850.
Agora, quase no final do projeto, Christian Koenigsegg afirma que esse é o trabalho que resume um “carro único”. Segundo ele, foi mais caro e trabalhoso misturar as tecnologias de seus modelos do que desenvolver um carro inteiro do zero. Para entregar o Chimera 100% pronto, ainda faltam alguns pequenos ajustes, como o acertar o ponto de embreagem, algo que os engenheiros esperam resolver em breve.
Claro que, como um projeto único, seu valor dificilmente será revelado ao público, ficando apenas entre Christian Koenigsegg e Ben Sulayem. Mas, esperamos que, pelo menos, eles divulguem testes futuros quando o carro estiver 100% finalizado.