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Ford já fez carro com carroceria de soja – e falhou miseravelmente

Soybean Car de 1941 trocava o aço por painéis de plástico que 'supostamente' tinham grãos de soja na composição

Por Igor Macário
Atualizado em 21 mar 2021, 03h41 - Publicado em 27 jul 2020, 07h00
Soybean Car de 1941
Compacto tinha 14 painéis de plástico que lembrava baquelite (Henry Ford Museum/Divulgação/Ford)

Henry Ford era um homem visionário. Depois de colocar a marca no mundo com a produção em série do Modelo T, Ford testou vários modelos de produção diferentes, incluindo um curioso protótipo com carroceria que levava sementes de soja na composição.

O carro foi mostrado no longínquo 1941 e, supostamente, teria soja no composto plástico usado na carroceria. Na época, os Estados Unidos passavam por uma escassez de aço para a indústria automotiva.

Foi a mesma escassez que levou ao uso de madeira por algumas marcas, criando as famosas peruas “woodies” que Ford, Willys e GM fizeram.

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A carroceria usava 14 painéis de um plástico próximo ao baquelite. O chassi era tubular e não há informações concretas sobre que motor o pequeno Ford de plástico usaria.

Além disso, a própria receita exata da composição é um mistério. Há dúvidas até mesmo se de fato havia soja no composto. Nenhum registro dos ingredientes foi guardado, e o próprio carro acabou sendo destruído nos anos 50.

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Alguns registros apontam que Henry Ford tinha altas expectativas para o uso de novos materiais. Ele teria chegado a afirmar que “cresceria automóveis a partir do solo”.

Ford havia sido criado no campo, e tinha fascínio por unir agricultura e indústria, criando produtos com partes vindas dos dois mundos.

Soybean Car de 1941
Chassi do modelo era tubular (Henry Ford Museum/Divulgação/Ford)

Além de dispensar o aço, em falta na época, o carro de plástico teria algumas boas vantagens. De cara, seria bem mais leve do que um equivalente de metal, o que deixaria o modelo mais econômico e com melhor desempenho.

O carrinho das fotos pesava cerca de 900 kg, cerca de dois terços de um modelo equivalente com carroceria de aço.

A pesquisa, no entanto, não chegou a analisar aspectos como segurança da cabine ou resistência a qualquer impacto, embora esse tema ainda não fosse tão explorado na época.

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Ainda assim, o próprio Henry Ford afirmava que o modelo seria mais seguro, e que poderia até capotar sem ser amassado.

O projeto teve vida curta, interrompido totalmente com o início da Segunda Guerra. Praticamente toda a produção de automóveis nos Estados Unidos foi paralisada e o carro de soja jamais voltou aos planos.

Soybean Car de 1941
Modelo era mais leve e seria mais seguro que carros de aço (Henry Ford Museum/Divulgação/Ford)

Outros usos

A falta de aço de fato criou produtos com materiais pouco usuais no mundo todo. Nos Estados Unidos, a própria soja acabou sendo usada para fazer placas de licença em vários estados, com os grãos sendo prensados.

E na Alemanha Oriental, um dos modelos mais bem sucedidos a usar materiais fora do comum foi o Trabant. Sua carroceria era feita de Duroplast, um composto que usava fibras de algodão.

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CAPA743
(Arte/Quatro Rodas)
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