Ainda faltam 11 dias para que os carros da Fórmula 1 acelerem em Interlagos, no Grande Prêmio do Brasil, mas a imensa logística das equipes já previa a chegada de material ao País nesta semana. Como era de se esperar, então, construtores como a Ferrari já sofrem os efeitos de protestos de caminhoneiros que paralisam estradas por todo o Brasil.
A equipe italiana começou a desembarcar sua parafernália no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP) — importantíssimo para o transporte aéreo de carga no país. O bloqueio realizado pelos manifestantes, que não aceitam a eleição de Luís Inácio Lula da Silva para a Presidência, entretanto, fez com que a Scuderia mal pudesse largar rumo à cidade de São Paulo.
Como mostram as imagens da EPTV, grandes caminhões com contêineres especiais ficaram presos nos bloqueios. Esses equipamentos correspondem à primeira leva de frete vindo do México, onde ocorreu a mais recente etapa do mundial de F1. Elas desembarcaram na virada de segunda-feira (31) para terça (1º) e vieram no primeiro de oito Boeing 747-400F utilizados pelas 10 equipes na disputa.
PROTESTO CAUSA BLOQUEIO NA ENTRADA DE VIRACOPOS | Caminhões da Fórmula 1 precisaram de escolta para sair do aeroporto – Os detalhes no #EPTV1, 11h45. pic.twitter.com/XfSDBXZvZR
— EPTV (@eptvoficial) 1 de novembro de 2022
Liberação e problemas
Segundo o Twitter da EPTV, uma escolta foi utilizada para permitir o prosseguimento de viagem das carretas, mas as informações param por aí. De acordo com o Aeroin, um segundo 747-400F já pousou em Viracopos e, ao longo de terça-feira, mais dois pousarão.
As corridas feitas fora do continente europeu têm o transporte feito por aviões e, por isso, são chamadas de flyaway. Os primeiros contêineres que chegam normalmente trazem peças de reposição que servem até o treino classificatório, como motores e conjunto de suspensão. Além dos carros e peças de reposição, os fretes incluem absolutamente tudo que é necessário para os construtores: mobília, eletrodomésticos, roupas, utensílios de cozinha, materiais de publicidade etc.
Por motivos de isonomia esportiva, a Ferrari só poderá abrir suas encomendas quando o último contêiner da última equipe chegar a Interlagos, o que deve acontecer na quinta-feira (3). Mas isso não significa que o atraso de hoje não causará um efeito dominó no planejamento do GP.
No caso da Ferrari, por exemplo, é provável que o caminhão retido em Viracopos esteja escalado para realizar o transporte dos materiais dos outros 747-400F que chegam hoje. Na corrida de 2019 foram realizadas 103 viagens ao todo, com prazo apertado.
Mesmo assim, segue improvável que Grande Prêmio de São Paulo seja prejudicado pelos protestos antidemocráticos.