Se o verão é um convite para andar de moto, o calor pode ser um desestímulo ao uso de equipamentos de proteção. A boa notícia é que há uma crescente oferta de equipamentos seguros, mais leves e frescos, para uso nos dias mais quentes.
Encontramos nas lojas capacetes abertos com preços que variam entre 105 e 1 700 reais. Ao escolher um casco sem queixeira, dê preferência aos que envolvem todo o crânio, inclusive a base da nuca, e cobrem as bochechas.
Alguns capacetes fechados têm sistema de ventilação forçada. Esse sistema faz com que o ar fresco percorra o espaço entre o casco e a proteção acolchoada, promovendo uma bem-vinda dissipação do calor.
A variedade de modelos, origens, desenhos e preços é enorme. Encontramos modelos à venda com preços que vão desde módicos 95 reais a estratosféricos 3 200 reais. Na média, com algo entre 500 e 700 reais é possível encontrar um produto de qualidade, capaz de garantir sua segurança. Opção são capacetes escamoteáveis, que têm a parte frontal móvel, ao estilo dois em um. Há versões entre 340 e 2 230 reais.
Os capacetes fechados ao estilo offroad são bem arejados graças à queixeira afastada do rosto, da grande janela frontal e da aba (pala sobre os olhos) que direciona o vento para essa área. Alguns modelos, como o Bieffe 3 Sport (340 reais) e o Arai Tour X (2 100 reais), têm viseira embutida, que permite andar sem os óculos de proteção. Encontramos versões com preços entre 100 e 2 450 reais.
PRIMEIRA PELE
A vestimenta não é menos importante que o capacete, mas é muito mais negligenciada pelos motociclistas, principalmente quando o calor toma conta do dia a dia e as temperaturas chegam aos 30 ºC. De fato, não é agradável estar sobre a motocicleta e sentir o sour escorrer por dentro das roupas.
Há uma variedade ampla de jaquetas, calças, luvas e até botas ventiladas que, se não resolvem totalmente o desconforto de andar coberto sob o sol, são arejadas. A roupa interior chamada de segunda pele também pode ser eficiente contra o calor, especialmente em longas viagens, dissipandoo parcialmente, permitindo a evaporação do suor e a respiração da pele.
A segunda pele é feita em geral de um tecido sintético bem fino e elástico, com diferentes composições – dependendo do fabricante. Essa roupinha justa fica entre sua pele e o equipamento principal de segurança, calça ou jaqueta, e ajuda na evaporação do suor e a baixar a temperatura corporal, segundo os fabricantes. Cada marca tem seu diferencial. Há recursos como nanopartículas de dióxido de titânio para bloquear os raios solares UVA e UVB nos produtos da marca Solo; e íons de prata (funcionam como antibactericidas contra o mau cheiro) nos produtos da Curtlo. Supermicrofibras sem costura lateral são itens extras de conforto. O custo de uma segunda pele fica entre 100 e 200 reais a peça.
A segunda pele Solo X-Sensor promote baixar a temperatura do corpo em até 3 ºC. São duas as virtudes apregoadas para o produto: ser capaz de dispersar os raios infravermelhos do Sol, graças à nanotecnologia Nano Aqua Chem (NAC) do tecido, e reduzir a temperature superficial da pele em 1 ºC, graças a uma substância chamada comercialmente de Xilitol que, em contato com a umidade da pele, promete resfriá-la. Não é muito viável utilizar as vestimentas tipo segunda pele na cidade durante os dias quentes, mas na estrada a coisa funciona bem.
As jaquetas ou calças de cordura também são confeccionadas em versões específicas para o calor, com parte das peças em tecido ventilado, reticulado ou vazado, e aberturas para circulação do ar que podem ser fechadas com zipper ou velcro. As partes cruciais de proteção, como as regiões de cotovelos, antebraços, ombros e costas – ou joelhos e quadris, nas calças -, sempre recebem tecido mais grosso para não comprometer a segurança em um eventual e indesejado contato com o chão.
Segundo Ricardo Asa, gerente de marketing da marca Alpinestars no Brasil, o material sintético utilizado na confecção das jaquetas e calças de proteção para motociclistas pode diferir na capacidade de resistência à abrasão do asfalto pela espessura, trama do tecido e até mesmo pelas linhas utilizadas nas costuras. “Uma linha de costura que não tenha boa resistência pode comprometer toda a proteção que a jaqueta deve dar ao motociclista, fazendo com que a peça vá se abrindo, desmanchando no atrito com o asfalto, e expondo o corpo do motociclista.”
Reforços com proteções internas rígidas em calças e jaquetas são fundamentais no caso de impactos e quedas. Os de plástico rígido costumam ser removíveis para lavagem. No caso dos produtos de couro, o mais comum é ver as partes menos vulneráveis trazerem furos para ventilação e as roupas incorporarem partes em material elástico e térmico – tipo neoprene – entre as pernas, atrás dos joelhos e nas axilas. Os preços variam entre 400 e 540 reais, no caso das jaquetas sintéticas ventiladas, e entre 300 e 990 reais, para as calças leves.
A escolha de luvas para a proteção das mãos – talvez o item de segurança mais negligenciado no verão – também deve ser criteriosa. Não basta que a luva seja curta, de material leve e maleável, para que seja mais fresquinha. O mais importante no momento da escolha de seu par para a estação quente é verificar se há reforços nos pontos adequados e necessários, como os nós e as juntas dos dedos e a palma da mão. Há luvas com proteções rígidas adequadas e tecido mais leve com preços entre 70 e 670 reais, dependendo da marca e do estilo.
Se você acha que usar bota no verão não dá pé, saiba que as botas para uso esportivo ou em competição, além de contarem com ventilação e proteções extras, também são mais leves. Na hora de escolher o calçado, é importante fazer alguns pequenos testes para ver se ele vai realmente proteger seus pés. Verifique a flexibilidade do movimento ascendente do pé esquerdo, aquele que se faz para passar a segunda marcha, puxando a ponta do pé para cima.
A aderência do solado também deve ser observada para garantir bom grip nas pedaleiras e no solo. As botas que vêm com proteções rígidas nas canelas e nos calcanhares, apesar de mais indicadas para uso esportivo, oferecem proteção suplementar para essas partes críticas. A peça rígida no calcanhar tem o objetivo de fazer o pé deslizar – num eventual tombo -, evitando seu travamento no asfalto, o que poderia fazer o piloto entrar em rolamento e ocasionar eventual fratura ou lesões ligamentares.
Independente das marcas e do tipo de equipamento, o motociclista é o responsável pela escolha de seus apetrechos de segurança. Faça frio ou calor, é fundamental manter a pele – a sua pele – longe do asfalto.
GUARDA-ROUPA CLIMATIZADO
De tecidos que reduzem a temperatura do corpo a capacetes arejados: calor não é desculpa para andar desprotegido.
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