Muita coisa boa está na França ou vem de lá: a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Pont des Arts e a forte cultura em culinária, moda e perfumaria. Mas os franceses também detém um belo histórico quando o assunto diz respeito a carros interessantes.
Ok, a gente sabe que por aqui há uma legião de detratores aos automóveis vindos daquele país. No entanto, os fãs são igualmente fervorosos. Há quem os defenda com unhas e dentes, sem olhos para nenhum alemão, enquanto outros não desejam um em suas garagem nem de graça.
Para despertar emoções, QUATRO RODAS selecionou alguns modelos vindos da terra de Napoleão que marcaram época – seja por inovações mecânicas, ousadia ou originalidade. Você pode até não preferir modelos franceses. Porém, se entende mesmo de carros, deve se render aos seus atributos.
Citroën 2CV
Fabricado entre os anos de 1948 e 1990 (não, não erramos), o francês foi um dos modelos de maior sucesso da Citroën, com mais de cinco milhões de unidades vendidas entre as versões “sedã” e furgão. Seu desenvolvimento foi iniciado 14 anos antes do lançamento, em 1934, mas teve de ser pausado por algum tempo como consequência da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
O modelo era equipado com motores de 375, 425, 435 e 602 cc (com respectivos 9, 12, 18 e 29 cv, e não 2, como sugere o nome do modelo), além de transmissão manual de quatro marchas e tração dianteira. Marcou por seu visual arredondado — e ousado.
É considerado um dos automóveis mais importantes da indústria mundial – uma espécie de Fusca francês, o 2CV ajudou a moldar o país.
Citroën AX GTi
O AX foi um daqueles típicos modelos feitos para substituir, de uma só vez, vários outros. No caso dele, LNA, Axel e Visa saíram de linha para que ele pudesse entrar.
Visualmente pacato, com direito a uma traseira no melhor estilo Volkswagen, o AX tinha versões com motorizações 1.1, 1.4 e 1.4 GT, que davam agilidade e economia suficientes ao pequeno de 640 kg.
Foi em 1991 que o francês ficou ainda mais interessante: o motor 1.4 (sem catalisador) subiu de 86 para 101 cv, além dos 12,5 mkgf de torque, o que garantiu a criação da versão esportiva GTi. Algumas unidades podem ser encontradas no Brasil, porém, com catalisador e 95 cv — o que não o deixa menos divertido. Supercompacto e mesmo dotado de motores pequenos, tinha boa relação peso-potência. E isso fazia dele um verdadeiro hot hatch.
Citroën ZX
O estilo acompanhado de perto pelo estúdio Bertone deu ao ZX a classificação de um dos Citroën mais importantes da história. O para-brisa de inclinação acentuada e a traseira “empinada”, que obrigava ainda a presença de janelas espia para uma melhor visibilidade, eram as marcas do hatch.
Foi com ele, ainda, que a fabricante reconquistou o mercado e pôde apostar, de uma só vez, em todos os públicos com um único carro: existiam versões jovens, familiares, luxuosas e esportivas.
DS 3
Uma das principais marcas dos franceses são os aclamados hot hatches, e o DS 3 é um legítimo exemplo moderno disso. Vendido no Brasil até o ano passado, o pequeno de duas portas tinha um poderoso motor 1.6 turbo de 165 cv de potência e 24,5 mkgf de torque e câmbio manual de seis marchas — na França, há ainda as opções de 82, 100 (diesel), 110, 120 (diesel) e 130 cv, além da versão Performance, com instigantes 208 cv e câmbio manual.
Apresentado ao mundo em 2010, tem ainda a configuração conversível com teto de tecido. Oferece alto nível de diversão ao volante. E uma das melhores relações “custo por cavalo” do mercado.
Peugeot 205 GTi
Ele foi fabricado entre 1983 e 1998 — tempo suficiente para se tornar um dos maiores ícones da indústria automobilística francesa. Eram três as configurações mecânicas, com motor 1.4, 1.6 ou 1.9. Falaremos do último, o mais raro de ser encontrado atualmente.
O avô do 208 GTi conquistou o mundo por sua dirigibilidade fenomenal e sua mecânica apurada, composta por um motor de 135 cv e 16,4 mkgf, além de câmbio manual. Recentemente, foi eleito o melhor hot hatch da história – e olha que a eleição foi feita na Inglaterra!
Peugeot 208 GTi
Não pense que o 208 GT vendido atualmente no Brasil é o máximo de esportividade do modelo: o GTI europeu está um passo adiante. Feito para resgatar a aura de seu antepassado 205 GTi (sobre o qual falamos acima), o compacto ganhou um motor 1.6 turbo de 208 cv e 30,6 mkgf de torque auxiliado pela transmissão manual de seis velocidades.
A Peugeot fala em 6,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h, além da velocidade máxima de 230 km/h. Mas fica aqui um recado: não subestime o 208 GT brasileiro, pois seu motor 1.6 turbo de 173 cv (com etanol) também proporciona bons momentos de diversão.
Peugeot 405 Mi16
O 405 marcou tanta época que serve até hoje de inspiração para os novos sedãs da Peugeot. Mas, o centro das atenções, era mesmo a versão Mi16. Convencionalmente, o 405 era equipado com motores de oito válvulas com opção de 112 e 127 cv de potência, no entanto, o Mi16 carregava um 16 válvulas com 152 cv.
Na época, o número era equivalente ao de modelos mais caros e sofisticados, como Audi, BMW e Mercedes-Benz. O sedã chegou a ser importado para o Brasil, mas é classificado como uma raridade nos dias de hoje por aqui.
Peugeot 406 Coupé
Desenhado e produzido pelo estúdio Pininfarina, o cupê fez sucesso: foram 107 mil unidades produzidas, enquanto a meta inicial era de “apenas” 70 mil. O modelo era equipado com motores 2.0 de quatro cilindros com 137 cv, V6 3.0 de 210 cv e 2.2 turbodiesel — para o Brasil, apenas a configuração V6 foi importada.
Além do estilo limpo, elegante e atemporal da carroceria, o 406 Coupé se destacava pelo bom acabamento interno, que incluía bancos Recaro revestidos de couro.
Renault Clio V6
Surgido como um conceito em 1998 e transformado na versão topo de linha do modelo em 2001, o Clio V6 era equipado com o motor do sedã Laguna. No compacto, o motor (que ficava no lugar dos bancos traseiros) tinha 230 cv de potência e a capacidade de levar o Clio de 0 a 100 km/h em 6,2 segundos e à velocidade máxima de 246 km/h.
Claro, também há os devidos méritos à preparação estrutural do carro. Em 2001, com a mudança visual do francês, o motor passou a entregar 255 cv. O resultado? Um 0 a 100 km/h em 5,9 segundos.
Renault Mégane R.S.
Sucessor de alma do Clio V6, o Mégane R.S. (ou Renault Sport) foi mostrado pela primeira vez em 2004 e tem configurações de duas e quatro portas. Atualmente, o modelo é equipado com um motor 2.0 turbo de 275 cv de potência capaz de levá-lo de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos e à velocidade máxima de 255 km/h — isso tudo aliado a um câmbio manual.
Mais do que isso, diversas edições especiais foram produzidas a partir dele, como o Trophy. Apesar de ter sido cogitado para ser vendido no Brasil, o Mégane R.S. não passou de um show car para o Salão do Automóvel de São Paulo de 2014.
Na França, ele era vendido por iniciais 32.450 euros, ou R$ 124.000 em conversão direta e sem adição de impostos ou custos de importação.