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Como o Rei Charles passou a abastecer seu Aston Martin com vinho

Militante pelo meio ambiente, o filho de Elizabeth II também lutou para que o trem da família real fosse movido a óleo de cozinha usado

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 Maio 2023, 08h38 - Publicado em 21 jul 2021, 17h21
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    Na Inglaterra, o “L” é só para quem acabou de tirar a habilitação. Mas se você for da família real, pode pedir uma exceção (Divulgação/Aston Martin)

    Recém-coroado na Inglaterra, o agora Rei Charles (74 anos) é conhecido por sua luta em defesa ao meio ambiente, mesmo que isso resulte em engenhocas mirabolantes. É assim que podemos definir a conversão realizada a pedido de Charles em seu Aston Martin DB6, um presente de sua mãe, a Rainha Elizabeth, em seu aniversário de 21 anos.

    O clássico passou a ser abastecido com nada menos do que vinho branco.

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    Em 2008, quando motores elétricos ainda não eram realidade, o ainda Príncipe de Gales procurou pela Aston Martin para que encontrassem uma alternativa que tornasse seu carro mais ecológico. Os engenheiros da marca descobriram, então, que seus modelos poderiam rodar com o excedente de vinho branco inglês misturado com soro de leite, sendo classificado como um bioetanol.

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    Mesmo assim, a fabricante pediu ao príncipe que não trocasse o combustível, alegando que a mudança poderia causar graves danos ao veículo. Ele não acatou a fabricante. “Bem, então eu não vou dirigir”, teria dito à marca, segundo o jornal inglês Telegraph.

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    DB6 (1965): bastante parecido com seu antecessor DB5, ele trouxe melhorias na aerodinâmica, na mecânica e até nos equipamentos (divulgação/Divulgação)

    Como a Aston Martin não queria ficar sem a imagem de um membro da realeza dirigindo um de seus carros, seguiu em frente nas pesquisas até determinar que a nova mistura não apenas funcionaria no DB6 de Charles, como ainda tornaria o carro mais potente do que com gasolina. “E também tem um cheiro delicioso enquanto você está dirigindo”, disse o príncipe ao Telegraph.

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    Na época, a meta de Charles era reduzir suas emissões de carbono em 12,5% para os 4 anos posteriores, conforme determinada o Protocolo de Kyoto. Com o novo combustível, o carro pode ter reduzido as emissões em 85% em suas poucas viagens (cerca de 480 quilômetros por ano). Além disso, em 2008, o preço do bioetanol gerado a partir do vinho ainda era mais barato do que a gasolina, reduzindo também os custos.

    Nem o Queen’s Royal Train, o trem oficial da realeza britânica, escapou das ideias ecologicamente corretas de Charles. Ele insistiu até que o transporte passasse a ser abastecido com óleo de cozinha usado – bem menos sofisticado do que o vinho do Aston DB6. Mas ponderou: “mas eu não sei, dizem que entope o motor ou algo assim”, disse ao jornal inglês.

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