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Clássicos: Ford Escort XR3, um conversível com motor do Gol GTI

Desenho mais moderno e o motor 2.0 do Gol GTi eram o diferencial da segunda geração

Por Sergio Berezovsky
Atualizado em 17 ago 2020, 16h35 - Publicado em 16 ago 2020, 09h02
GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Destaque entre os nacionais apresentados em 1983, o Escort foi o maior lançamento da Ford brasileira nos anos 80. Sua versão XR3 tornou-se um ícone de esportividade para uma geração e foi nosso único conversível de série naquela década.

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Com carroceria conversível, ela representava desde 1985 o ápice de sofisticação no segmento e só encontraria um rival em 1991, com o Chevrolet Kadett GSi. Para o padrão da época, seis anos nem eram tanto tempo assim. Mas a reabertura das importações acelerou a taxa de renovação dos projetos. No Salão do Automóvel de 1992, lá estava o Escort em sua segunda geração brasileira.

GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A principal melhoria foi, graças à Autolatina (joint-venture formada pela Ford e pela Volkswagen), a adoção do motor 2.0 do Gol GTi, com 116 cv, 19 cv a mais que o 1.8 anterior. A suspensão dianteira teve o braço triangular simples trocado pelo inferior.

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A traseira, antes independente com McPherson, passou a ter o eixo de torção. Importado da Transax, subsidiária da Autolatina na Argentina, o câmbio era todo novo. Os tambores de freio traseiros davam lugar a discos rígidos. A produção continuava sendo feita em parceria com a Karmann-Ghia.

GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Interior do Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O perfil mais suave e arredondado estava em dia com o que havia de mais moderno no mundo – essa nova geração ainda era novidade na Europa. A frente com a tomada de ar praticamente restrita a uma abertura no para-choque era um estilo que a Ford vinha difundindo desde os anos 80 com o Sierra europeu e o Taurus americano.

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Rádio e equalizador do Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Por dentro, o volante era o primeiro entre os nacionais a oferecer regulagem de distância. Ao toca-fitas podia vir combinado um equalizador e os bancos dianteiros Recaro traziam duas regulagens lombares.

Se faltavam mostradores como voltímetro, manômetro e computador de bordo, o velocímetro indicava até exagerados 240 km/h. Em seu primeiro e único teste na QUATRO RODAS, um comparativo com o Chevrolet Kadett GSi conversível, a nova geração cravou 186,4 km/h contra 183,3 km/h do concorrente. Na aceleração de 0 a 100 km/h, uma pequena diferença: 11,18 segundos, frente a 11,35 do Chevrolet.

GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Quadro de instrumentos do Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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A capota do XR3 contava com o acionamento eletro-hidráulico, que só funcionava com o motor desligado. Somavam-se a isso os vidros elétricos traseiros, alarme e o som requintado, além do preço menor mesmo sendo um lançamento.

“O carro não é usado para fazer o trajeto, o trajeto é usado para o carro”, diz o dono do exemplar 1994 fotografado, explicando como ele aproveita seu XR3, que considera ainda bem contemporâneo.

GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Banco dianteiro do Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Em 1994, a injeção analógica Bosch LE-Jetronic deu lugar à FIC digital e foi lançada a série 75 Anos (da Ford no Brasil), na cor preta com a parte inferior em champanhe. O modelo 1995 recebeu rodas de cinco raios, novos tecidos internos, painel mais claro, volante com regulagem de altura e distância – inédito no Brasil -, frisos externos pretos e versão a álcool. Foi o último ano do Escort conversível e do XR3. Luxo e esportividade jamais seriam tão vistosos entre os Ford nacionais.

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Publicado em setembro de 2011

GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Banco traseiro do Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Ficha técnica

Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 1 998 cm³, injeção eletrônica, a gasolina
Diâmetro x curso: 82,5 x 92,8 mm
Taxa de compressão: 10,0:1
Potência: 116 cv a 5 600 rpm
Torque: 17,7 mkgf a 3 200 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Dimensões: comprimento, 403 cm; largura, 166 cm; altura, 137 cm; entre-eixos, 252 cm; peso, 1 195 kg
Suspensão: Dianteira: McPherson e barra estabilizadora. Traseira: eixo de torção, molas helicoidais
Freios: disco ventilado na frente e sólido atrás
Rodas: liga leve, 6J x 14, pneus 85/60 HR 14

GRANDES BRASILEIROS FORD ESCORT XR3 CONVERSIVEL
Roda do Escort XR3 Conversível modelo 1994 da Ford. (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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Teste – Março de 1993

Aceleração 0 a 100 km/h – 11,18 s
Velocidade máxima – 186,4 km/h
Frenagem 80 km/h a 0 – 30,6 m
Consumo – 8,37 km/l (cidade) e 12,14 km/l / 13,21 km/l (estrada, a 100 km/h, carregado/vazio)

Preço
Fevereiro de 1993 – CR$ 673.921.000
Atualizado – R$ 258.012 (IPC-BRASIL / FGV) – Atualizado em agosto de 2020

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