BMW compra preparadora Alpina para transformá-la em parte de seu catálogo
Vivendo fartura recorde, preparadora de luxo da BMW dá um passo além na relação e se tornará parte do grupo global. Futuro é incerto a partir de 2025
Especializada em criar versões (ainda mais) esportivas e luxuosas da BMW, a preparadora Alpina foi comprada pela própria BMW. As duas fabricantes têm uma relação estreita há décadas, a ponto de os Alpina saírem pré-montados das fábricas da BMW para serem finalizados em seu ateliê da cidade de Buchloe. Mas o futuro elétrico fez a empresa familiar a mudar de mãos.
Sem revelar valores, a BMW informou que pretende ter os veículos preparados pela Alpina como parte oficial de seu portfólio, podendo “moldar o futuro” da marca livremente.
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A Alpina surgiu em 1965 preparando carros para competições, mas se especializou nos BMW em 1978 e desde 1983 está registrada como uma fabricante de automóveis.
Seu foco sempre foi transformar os BMW em veículos mais potentes, com melhor dirigibilidade e mais luxuosos. É certo que isso se manterá inalterado até 2025, quando acaba o acordo de cooperação entre as empresas assinado em 2020.
A partir de 2025, as instalações da Alpina em Buchloe estarão voltadas para pós-vendas, peças e acessórios, enquanto a produção dos seus carros customizados será transferida para uma fábrica da BMW.
Para ter ideia do que é a Alpina, um de seus produtos atuais é a B3 Touring. Basicamente, trata-se da versão perua do atual Série 3. Ela é equipada com motor seis cilindros 3.0 biturbo com 462 cv, ou meros 18 cv a menos que a versão de entrada do BMW M3, que hoje é vendido apenas na versão sedã. E o acabamento é muito melhor que o de um M3.
Preparação para um futuro elétrico
A iminente eletrificação do portfólio da BMW pode ter servido de motivação para a venda, visto que a preparação dos carros da Alpina sempre esteve muito focada em extrair mais desempenho de motores a combustão e das transmissões dos carros da BMW. Para a BMW, por sua vez, será a oportunidade de oferecer carros mais luxuosos a clientes que não abrem mão do desempenho.
Ao mesmo tempo, ambos os lados trabalharão de maneira ainda mais íntima no desenvolvimento de novos modelos. À primeira vista, parece uma forma de aproveitar o sucesso corrente, dado que em 2021 os modelos “envenenados” fizeram sucesso como nunca, com 2.000 unidades produzidas.
Os Alpina não fazem sucesso apenas na Alemanha, como em toda a Europa e também têm Japão, Estados Unidos e o Oriente Médio como mercados importantes.
A BMW se comprometeu a garantir uma transição suave, sem demissão de nenhum dos 300 empregados causada pela mudança de donos. De origem familiar, a Alpina reforçou a promessa, ao mesmo tempo em que destacou a necessidade da fusão frente aos “desafios da indústria automotiva”.
“Nós apoiamos na força de nossa companhia, nosso time e nossas famílias para ‘pivotar’ no momento certo. Ao mesmo tempo, reconhecemos, junto ao Grupo BMW, a responsabilidade social frente à nossa força de trabalho”, explicou o diretor da Alpina, Florian Bovensiepen.
Para o negócio ser concretizado ainda falta o aparar de algumas arestas, como o OK do órgão antitruste local. A tendência de que algo “mele” o acordo, todavia, é baixo.