Enquanto seus colegas se divertiam na quadra do prédio ou à frente do computador, a paulista Isabela Porte acelerava nas pistas de arrancada. À época, com 11 anos, ela já domava um dragster de 90 cv capaz de chegar aos 150 km/h.
Aos 12, ganhou o campeonato paulista de arrancada e, aos 15, conquistava o recorde brasileiro com o melhor tempo – 201 metros em 7,122 s. “Foi um dos melhores dias da minha vida. A emoção de bater um recorde nacional é maior do que ganhar um título”, conta Isabela.
Em 2012, ela era a única garota a disputar os campeonatos de arrancada.
Isabela não é a primeira mulher da família a se aventurar nas pistas. Sua mãe, Marisa Porte, também participava de provas de arrancada com um Opala 1969 preparado.
“Assim que me casei, eu frequentava Interlagos para acompanhar meu marido em suas corridas. Uma vez decidi participar e, para minha surpresa, ganhei o campeonato”, diz Marisa. No entanto, ela teve de dar uma pausa em seu novo hobby quando engravidou de seu filho mais velho.
Por décadas, Aguinaldo, o patriarca da família viciada em velocidade, curtiu o hobby sozinho. Ele só voltaria a ter companhia em 2002, quando Marisa retornou às pistas com um Camaro 1992 5.7 V8 de 700 cv. E não era um bólido qualquer: o carro havia sido preparado por seu filho Henrique – também piloto.
A carreira da mãe durou dez anos, pois ela decidiu ceder lugar à filha, trocando o asfalto pela arquibancada. “Agora ela me dará a alegria de correr com o meu carro”, diz Marisa.
A família Porte leva a arrancada tão a sério que construiu uma pista própria em Tremembé, no interior de São Paulo. É lá que Isabela pratica o esporte a bordo do clássico herdado. Hoje, aos 19 anos, provas de arrancada ainda são sua diversão favorita.