O seleto grupo de modelos para sete pessoas conta com SUVs, minivans e um veículo que reúne o melhor de ambos: os crossovers. É entre eles que o Dodge Journey se destaca.
Lançado em 2008, tinha na versão SXT um interior vasto, de acabamento simples, mas bem-equipado: vários porta-objetos, saídas de ar-condicionado, luzes de leitura, tomadas 12 V e alto padrão de segurança – os seis airbags garantiram cinco estrelas nos crash tests. E mais: ABS, controle de estabilidade e tração, sistema anticapotamento e Isofix.
O motor era V6 2.7 de 185 cv, com 0 a 100 km/h de 12,1 segundos graças ao câmbio automático de seis marchas. Sem pretensões aventureiras, a tração dianteira dava conta do recado, trabalhando com a suspensão independente de bom equilíbrio entre conforto e estabilidade.
A linha 2010 trouxe câmera de ré na central multimídia MyGIG, com DVD e memória interna de 20 GB. Havia ainda computador de bordo e banco traseiro com assento elevado (booster) para crianças. Mais equipada, a versão R/T tinha maçanetas e rack de teto cromados, rodas aro 19, teto solar, bancos de couro e MyGIG de 30 GB.
Após a chegada em 2011 do irmão gêmeo, o Fiat Freemont, o Journey foi reestilizado. Ganhou mais motor e itens de série para se diferenciar do Fiat, que ficou com as versões mais baratas. Recebeu para-choque mais agressivo e grade maior. Atrás, parachoque redesenhado, lanternas de leds e duplo escape. Por dentro, um novo painel e melhor acabamento.
Mas o destaque era o V6 3.6 de 280 cv e o câmbio que agora permitia troca das marchas. Bem mais ágil, ia de 0 a 100 km/h em 8 segundos. A versão AWD (4×4) chegou só em 2014, oferecendo como destaques (além da tração) um sistema multimídia Alpine com duas telas de LCD, uma no painel e outra de 9 polegadas retrátil no teto, com DVD e controle remoto sem fio.
Cuidado apenas com a SE: oferecida antes da chegada da Freemont, ela só leva cinco pessoas e usa rodas aro 16. Grande e pesado, na versão V6 3.6 o consumo ronda os 7 km/l na cidade e 10 na estrada, mas com ótimo desempenho (0 a 100 km/h em 8,9 segundos).
Apesar do alto custo das peças de reposição, a maioria se encontra para pronta entrega. Atenção também aos repetidos recalls: o último envolveu unidades produzidas entre 2012 e 2015 para realizar reparos no sistema de vedação dos freios ABS.
ONDE O BICHO PEGA
Discos de freio – Alvo de recall, o problema crônico de trepidação ao frear é causado por empenamento precoce dos discos. Peça o reparo na rede autorizada, caso o carro esteja na garantia.
Sistema de arrefecimento – Veja se o vaso de expansão do radiador tem trincas e rachaduras, que permitem a perda do líquido de arrefecimento. Isso pode causar severos danos por superaquecimento. Na dúvida, faça a troca logo após a aquisição.
Coxins – Procure por algumas vibrações indesejáveis em marcha lenta e também com o veículo parado e com o câmbio engrenado. Elas são provocadas pelo rompimento dos coxins, que servem de ponto de apoio para motor e câmbio.
Suspensão – Pesado, o Journey exige demais de buchas, batentes, bieletas e terminais de direção. Peça a um mecânico que verifque o estado geral da suspensão e a vida útil dos amortecedores. Se o diagnóstico não for positivo, vale a pena negociar um bom desconto.
Pneus – Ao adquirir a versão R/T, fque atento ao estado dos pneus de 19 polegadas: trocar o jogo completo pode custar de R$ 4.000 a R$ 5.000.
A VOZ DO DONO
- Nome: João Mendes da Silva Neto
- Idade: 55 anos
- Profissão: industrial
- Cidade: São Paulo (SP)
O que eu adoro – “Que motor! Torque e potência de sobra em qualquer rotação, que tornam o elevado consumo relativo. É muito equipado, espaçoso e confortável, sem comprometer a estabilidade em cidade ou estrada.”
O que eu odeio – “Minhas críticas vão apenas para dois pontos: os coxins do motor, que apresentam baixa durabilidade, e os discos de freio, que se desgastam com frequência.”
NÓS DISSEMOS… dezembro de 2011
“O motor usado pela Dodge é o Pentastar 3.6 V6, com 280 cv, quase 100 cv a mais que o antigo 2.7 V6 usado no Journey. A transmissão automática de seis velocidades com opção de trocas sequenciais (realizadas por movimentos laterais) contribui para dar mais vigor nas arrancadas e retomadas.”
Preço médio dos usados (FIPE)
2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | 2015 | |
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SXT V6 2.7 | R$ 45.427 | R$ 51.936 | – | – | – | – |
R/T V6 2.7 | R$ 47.646 | R$ 53.083 | – | – | – | – |
SXT V6 3.6 | – | – | R$ 59.827 | R$ 69.279 | R$ 80.031 | R$ 92.261 |
R/T V6 3.6 | – | – | R$ 64.046 | R$ 74.724 | R$ 83.467 | R$ 103.093 |
R/T V6 3.6 AWD | – | – | – | – | R$ 84.768 | R$ 106.985 |
Preço das peças
Original | Paralelo | |
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Para-choques (dianteiro) | R$ 4.563 | R$ 1.500 |
Farol (cada um) | R$ 5.630 | R$ 1.950 |
Retrovisor (cada um) | R$ 3.436 | R$ 1.300 |
Disco de freio (par) | R$ 1.640 | R$ 1.500 |
Pastilhas de freio (jogo) | R$ 1.235 | R$ 650 |