Lançado em 2011, o Renault Duster é o SUV compacto mais antigo do mercado. Chegou a ser líder em vendas, mas a idade do projeto e o avanço da concorrência fizeram com que ele perdesse participação.
Sua renovação mais expressiva ocorreu no modelo 2021, que recebeu uma nova carroceria com reforços estruturais e para-brisa mais inclinado para melhorar a aerodinâmica. No interior: novo painel, central multimídia Easylink com tela de 8” e ar-condicionado automático digital. A direção ganhou coluna com ajuste de profundidade e assistência elétrica, ficando mais leve e silenciosa.
O que salta aos olhos é o porte: há 2,67 metros entre os eixos, o que garante espaço adequado para cinco adultos e um porta-malas de 475 litros. Outro ponto a favor é a capacidade de transpor obstáculos, mesmo não oferecendo mais a tração 4×4: o Duster tem ângulo de entrada de 30o, ângulo de saída de 34,5o e a maior altura livre do solo (23,7 cm) em todo o segmento.
A melhor versão é a Iconic, que a partir de 2022 passou a oferecer o motor 1.3 turbo TCe (170 cv e 27,5 kgfm) e câmbio CVT. Com esse conjunto, o Duster acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e percorre 10,8 km/l na cidade e 13,1 km/l na estrada.
Se puder, invista na versão Iconic Plus, que a partir do modelo 2024 incorporou seis airbags como item de série. Agora, se a grana estiver curta, considere a Iconic com o decano motor 1.6 16V SCe com 120 cv. Apesar do pior rendimento, mantém o alerta de ponto cego, câmeras periféricas, chave-cartão e partida por botão, detector de pontos cegos, faróis automáticos e rodas aro 17.
Ainda mais em conta, a Intense recebe rodas aro 16, mas mantém câmbio CVT, central multimídia, ar-condicionado, faróis de neblina, sensores de estacionamento e câmera de ré.
Tanto na Iconic quanto na Intense vale a pena priorizar o pacote Outsider, caracterizado por faróis auxiliares de longo alcance, molduras plásticas nas caixas de rodas e para-choques, frisos de proteção nas portas e bancos com imitação de couro.
Versão de entrada, a Zen ofereceu o câmbio CVT como opcional: vale negociar um bom desconto pelas unidades com câmbio manual. Mas não abra mão do pacote Techno Pack, que agrega rodas de liga leve, central multimídia e faróis de neblina.
Bem equipado, robusto e com baixo custo de manutenção, o Duster tem virtudes suficientes para manter sua competitividade por mais alguns anos. Trata-se de um projeto evoluído e maduro, com excelente reputação no mercado de usados.
Problemas e defeitos do Renault Duster
Central multimídia Pode apresentar problemas diversos. Antes de fechar negócio, verifique se a interface funciona de maneira satisfatória.
Acabamento externo Uma das principais queixas está relacionada à fixação de peças plásticas nos para-choques, especialmente a tampa de acesso ao gancho de reboque.
Acabamento interno Repleto de plásticos rígidos e nem sempre bem encaixados. O ponto mais crítico é a maçaneta das portas, especialmente a do motorista.
Câmbio manual Dificuldades no engate podem estar relacionadas ao rompimento dos coxins da transmissão ou desgaste acentuado do sistema de embreagem.
Câmbio CVT Vale a pena constatar se a transmissão não sofreu desgaste acentuado, raramente coberto pela garantia.
Suspensão Ruído excessivo e batidas secas são indícios de folgas na fixação de barra estabilizadora, bieletas e pivôs da suspensão dianteira. Outro componente que pode apresentar desgaste acentuado são as buchas do eixo de torção traseiro.
Preço dos Renault Duster usados (KBB)
Preço das peças do Renault Duster
A voz do dono
Nome: Rodrigo Silveira
Idade: 46 anos
Profissão: empresário
Cidade: Pelotas (RS)
O que eu adoro:
“Robustez e confiabilidade mecânica. É um carro rústico comparado ao meu VW T-Cross, mas é imbatível em espaço interno e porta-malas. O rendimento do motor 1.6 e câmbio CVT convence.”
O que eu odeio:
“O custo/benefício não é dos melhores: é caro com acabamento de carro popular e apenas dois airbags frontais. Há concorrentes mais baratos que oferecem airbags laterais e de cortina.”
Nós dissemos
Março de 2022 “[…] 1.3 TCe do Renault também tem injeção direta e comando de válvulas variável. Esse propulsor foi desenvolvido pela aliança Renault-Nissan-Mitsubishi em parceria com a Mercedes. (…) o propulsor 1.6 aspirado fez 14,2 segundos em nossas provas de 0 a 100 km/h – uma melhora de 4,4 segundos. E, no consumo, registrou 9,9 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada. O 1.3 TCe faz quase 2 km a mais por litro no ciclo rodoviário.”
Pense também em um…
Nissan Kicks Dispensa o turbo, pois seus 1.142 kg exigem pouco do motor 1,6 litro, com médias de 10,9 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada com o câmbio CVT. Também é mais rápido: 0 a 100 km/h em 11,9 segundos. Seus 2,62 metros entre os eixos resultam em bom espaço interno para quatro adultos e o porta-malas comporta 432 litros. Priorize as unidades com o Pack Plus, que acrescenta airbags laterais e de cortina e bancos que imitam couro.