A idade média da frota de veículos no Brasil segue envelhecendo ano após ano. Em 2022, chegou aos 10 anos e 7 meses, a maior desde 1995, segundo o Sindipeças. Cerca de 4,7 milhões de veículos circulantes têm mais de 20 anos, número recorde, assim como os 18,4 milhões com 11 a 20 anos de idade. Um reflexo da economia e dos preços altos cobrados por modelos novos.
Os carros usados, mesmo com a alta sofrida desde a pandemia de Covid-19, ainda conseguem atingir a população com menor poder aquisitivo. Prova disso está no aquecimento do mercado desse tipo de veículo, que cresceu 5,4% no acumulado de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, e, ainda mais, no ranking de automóveis e comerciais leves usados mais vendidos do Brasil.
Dos dez mais vendidos em abr
il de 2023, seis já tiveram seus nomes descontinuados, como o Chevrolet Celta, o sexto usado mais vendido e que deixou de ser comercializado como novo há nove anos.
No topo do ranking, segundo dados da Fenabrave, estão o Volkswagen Gol, o Fiat Palio e o Fiat Uno, todos já aposentados. A lista segue com a Strada e o Onix, à frente de Celta e Corolla. No oitavo lugar está o Fox, seguido pelo Ford Ka, ambos também já fora do mercado de novos. O Hyundai HB20 fecha a lista. Com mais da metade do top 10 nessa situação, fica evidente o cenário de envelhecimento da frota brasileira.
É preciso destacar, porém, que mesmo os que ainda têm nomes disponíveis como novos nas lojas, também possuem versões antigas e que dominam esses volumes entre os usados. Strada e Corolla são os principais exemplos. A picape foi lançada no Brasil em 1998, portanto existem unidades com até 25 anos de uso. No caso do sedã, já são mais de 30 anos de mercado. Ou seja, nomes em linha não significam que as unidades comercializadas tenham sido de carros com menor tempo de uso.
No topo da lista de abril, o Gol teve 53.517 unidades vendidas, quase seis vezes o número de Fiat Strada (líder entre os novos) zero-km emplacadas. O Palio teve 30.742 unidades vendidas no mesmo período, pouco mais que os 30.185 do “irmão” Uno.