Acabou! Passado o amaciamento de 2.000 km recomendado pela BYD, nosso Dolphin foi submetido ao seu primeiro teste de desempenho, o que encerra os ritos iniciais do teste de 100.000 km. Finalmente pudemos usar o carro no modo Sport.
Nosso carro entrou na pista de testes de Limeira com 2.184 km no odômetro e os resultados dos testes foram até melhores do que os obtidos com o carro fornecido pela fábrica no lançamento. O mais gritante foi o 0 a 100 km/h, cumprido em 11,4 segundos, quase 1 segundo mais rápido que o carro da fábrica – que fez 12,3 s. Nosso carro cumpriu os 1.000 metros em 33,1 s, chegando a 156,8 km/h, quando o outro precisou de 34,4 s e não passou dos 148,3 km/h.
Desempenho nas retomadas também foi melhor no nosso carro, conforme a tabela no final da matéria. A maior diferença foi na passagem de 80 a 120 km/h: demorou 8,5 s no nosso carro e 10,3 s no carro da fábrica.
Números de consumo se repetiram, foram exatamente iguais nos dois carros. Mas nosso Dolphin foi mais silencioso aos 80 km/h (60,3 contra 61,5 dBa) e bem mais ruidoso a 120 km/h (72,6 contra 68,8 dBa).
Não dá para afirmar nada, mas o período de amaciamento poderia explicar o desempenho melhor. O carro da fábrica foi emprestado para teste ainda aos 1.150 km. E, embora motores elétricos tenham apenas uma parte móvel (o rotor), o amaciamento seria justificado por algum assentamento das engrenagens do diferencial dianteiro – que é o responsável por entregar os 95 cv e 18,4 kgfm às rodas dianteiras.
Recarga em qualquer lugar
O convívio com o carro elétrico muda nossa rotina. É a paradinha para recarga obrigatória para voltar da pista de testes (e tem que ter sorte para não estar em uso), é a ida a um shopping onde os carregadores são menos movimentados ou, no meu caso, a ida a um supermercado diferente onde há carregadores rápidos. Até já fiz amizade com alguns motoristas de aplicativo, que deram uma dica importante: nem todo carregador portátil é igual e compatível com o 220 V, mais facilmente encontrado no Brasil.
Quem deu a letra foi um motorista de Renault Zoe: o carregador portátil do modelo não aceita o 220 V, mais comum no Brasil, que é fase+fase+terra, apenas o esquema fase+neutro+terra. O problema é que o carregador só reconhece uma fase de 110 V e entrega, no máximo 1,2 kW, em vez de 3,5 kW. Isso na teoria. Na prática, o Zoe nem aceita a recarga com esse padrão da rede elétrica (fase+fase+terra), que existe em poucas cidades no Brasil.
Muitos carregadores portáteis à venda no Brasil seguem esse padrão ou, no mínimo, não esclarecem as redes elétricas com as quais são compatíveis. Vale observar se há a indicação “F+N+T ou 2F+T” nas especificações do produto.
Os modelos de carregadores portáteis que se enquadram nessa especificação são um pouco mais caros e, dentre as opções, escolhemos o Intelbras CVE 3000P, que segue padrões europeus de segurança, tem 4 m de cabo, pesa cerca de 1,5 kg e veio com uma bolsa de transporte.
Esse carregador entrega até 3 kW a 220 V, a uma corrente de até 13 A, o que poderá evitar sobrecargas em tomadas desconhecidas e tem o diferencial de ter dois anos de garantia. Não foi dos mais baratos: custou R$ 2.655 no site greenv.com.br. Ainda assim, mais em conta que o carregador portátil vendido nas concessionárias BYD a R$ 3.900.
Testes comparativos BYD Dolphin de Longa Duração x BYD Dolphin de Fábrica
BYD Dolphin
Fábrica |
BYD Dolphin
Longa Duração |
|
0 a 100 km/h (s) | 12,3 | 11,4 |
0 a 1.000 m (s) | 34,4 | 33,1 |
D 40 a 80 km/h (s) | 4,9 | 4,5 |
D 60 a 100 km/h (s) | 7 | 6,4 |
D 80 a 120 km/h (s) | 10,3 | 8,5 |
Cons. urbano (km/l) | 8,4 | 8,4 |
Cons. rodoviário (km/l) | 7,6 | 7,6 |
BYD Dolphin – 2.443 km
Versão | GS 180 EV |
Motor | elétrico, diant., transversal, síncrono, 95 cv, 18,4 kgfm |
Câmbio | automático, 1 marcha, tração dianteira |
Revisões | até 100.000 km: grátis |
Seguro | R$ 1.570 |
Consumo | No mês: 7,6 kW/100 km, com 52,4% de rodagem na cidade
Desde jan/24: 7,6 kW/100 km, com 61,5% de rodagem na cidade |
Carregamento | 215,8 kW, 19h13 min, R$ 436,03 |