Quando falamos do sistema de ignição do carro, logo pensamos nas velas, responsáveis pela centelha que dá início ao processo de ignição nos cilindros. Mas para que esse processo aconteça, é necessário que a baixa tensão da bateria se transforme em alta tensão. É aí que entram as bobinas.
As bobinas de ignição tem como função amplificar a tensão da bateria, que costuma variar entre 12 V e 15 V, para mais de 20.000 V. Somente dessa forma, as velas são capazes de gerar a faísca para dar início ao processo de combustão da mistura de ar e combustível.
Nos dias atuais, as leis obrigaram os sistemas de ignição a se tornarem mais eficientes, já que a queima inadequada de combustível, resulta em uma emissão maior de poluentes. As velas de hoje em dia são feitas de metais nobres como irídio e platina e essa evolução também chegou às bobinas, muitas vezes utilizando peças individuais em cada um dos cilindros para aumentar a eficiência energética.
Esse avanço tecnológico, resulta em tipos diferentes de bobinas e isso pode confundir um pouco os motoristas na hora de uma eventual troca. “As bobinas são projetadas levando em conta as especificações únicas de cada motor e são submetidas a testes rigorosos de engenharia. Por isso, é recomendado evitar adaptações”, explica Hiromori Mori, consultor de Assistência Técnica da Niterra, multinacional que produz velas e outros componentes automotivos.
É algo semelhante ao óleo de lubrificação do motor. Existem diversos tipos, mas no manual, está especificado exatamente o que deve ser usado. Se fugir dessa regra, com certeza, seu carro terá problemas em um futuro próximo. “Ao optar por uma nova bobina de ignição, devemos considerar os requisitos técnicos e as características de projeto. Modificações ou adaptações sem um entendimento detalhado podem causar problemas, como a diminuição da durabilidade da bobina, aumento no consumo de combustível e danos a outros componentes.”, explica Mori.
Tipos de bobina
Ao todo são quatroos tipos de bobinas que podem equipar um veículo:
Bobinas com módulo de ignição acoplado: O módulo de injeção envia um sinal eletrônico para a bobina, e o módulo da bobina aciona o circuito de carregamento.
Bobinas sem módulo de ignição acoplado: O carregamento é realizado diretamente pelo módulo de injeção.
Bobinas de formato individual: Cada cilindro possui uma bobina própria, que pode estar acoplada diretamente à vela de ignição ou conectada por um cabo.
Bobinas tipo bloco: Podem conter uma ou mais bobinas no mesmo corpo, sendo individuais ou duplas, quando duplas, possuem duas saídas para alimentar dois cilindros gêmeos, aqueles que sobem sempre juntos, porém em fases distintas, um em fase de compressão e outro em de escapamento.
Cuidados e manutenção das bobinas
Independente de qual seja o tipo da bobina do seu carro, é necessário ficar atento com a sua manutenção. Embora as bobinas de ignição sejam peças longevas, condições anormais podem encurtar sua vida útil. Por exemplo, as velas, quando desgastadas, exigem maior tensão para gerar a centelha, aumentando o estresse sobre as bobinas e reduzindo sua vida útil das bobinas.
Mas não é só isso, a alta umidade no interior do carro pode levar a corrosão da bobina. O superaquecimento é outro detalhe importante para ficar de olho, já que ele também desgasta mais rapidamente essa peça, assim como a vibração excessiva do motor, que gera atrito e pode danificar a bobina.