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Mão inglesa: por que em alguns países o volante fica do lado direito?

Costume vem da Idade Média, da tradição dos duelos entre cavaleiros, e provoca confusão entre os motoristas

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 set 2024, 16h59 - Publicado em 21 set 2024, 09h00
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 (holden/Divulgação)
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Hoje são 76 os países ou territórios que adotam o volante à direita (sistema inglês) e, exceto o Japão, todos foram colônias do Reino Unido.

Entre os que ainda o utilizam estão Cingapura, Nova Zelândia, Austrália, Índia, Malásia e Japão. Portugal até 1928, Itália até 1920 e Argentina até 1945 também adotaram o sistema inglês.

No passado, a Suécia usava a mão inglesa, mas no dia 3 de setembro de 1967 resolveu fazer a mudança (foto acima).

Só que isso foi feito às 11h30 da manhã, quando todos os carros pararam e os motoristas trocaram de pista e começaram a dirigir pela direta. Apenas para que os suecos não esquecessem, no dia seguinte, que o país não usava mais a mão inglesa.

Para maior segurança, os veículos tiveram que trocar ou regular os faróis, para que não ofuscassem os motoristas no sentido contrário.

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Mudança de mão em Estocolmo, em 1967
Mudança de mão em Estocolmo, no dia 3 de setembro de 1967 (Reprodução/Internet)

Dizem alguns historiadores que os Estados Unidos adotaram o sistema universal (volante à esquerda) para enfatizar sua independência da Inglaterra.

Outros afirmam que tudo começou com as carroças de carga, com vários pares de cavalos e com um cocheiro que se sentava junto ao último cavalo do lado esquerdo, de onde tinha melhor visão. Já seu assistente sentava-se do lado oposto para manter o chicote na mão direita.

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Quando vieram os carros, teria ficado a tradição do condutor do lado esquerdo.

Na Europa, os cavaleiros preferiam cavalgar na esquerda da trilha para manter a mão direita livre para sacar a espada e duelar com o inimigo – daí a “mão inglesa”.

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Apesar de os duelos terem praticamente acabado nas ruas e estradas do Reino Unido, a tradição fala mais alto e é mantida.

O curioso é notar que diversos países que utilizam a mão inglesa possuem fronteiras terrestres com países que adotam o sistema universal. Em lugares remotos sem muito tráfego, isso não é um grande problema.

Mas há locais que tiveram que apelar para soluções de engenharia, como a Ponte Lótus, umas das ligações entre Macau e a China continental. No lado de Macau ela inverte o lado dos carros que vem da China.

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Ponte Lotus, em Macau

Os comandos dos carros se invertem na mão inglesa?

Não, quase tudo é igual. Haste de seta do lado esquerdo, ignição do lado direito e a sequência de pedais é a mesma, com o acelerador do lado direito. Mas a alavanca de câmbio fica à esquerda do motorista e com as marchas exatamente na mesma posição.

Difícil, para os fabricantes de carros, é adaptar o projeto, que nem sempre pode ser espelhado. Houve casos em que o servofreio continuava do mesmo lado e o mecanismo adaptado para o outro lado podia ser acionado pelo carona.

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