O Citroën C3 chegou ao Brasil em 2003 para ser um legítimo representante dos compactos premium. Podemos dizer que foi um dos precursores desse segmento, numa época em que as vendas eram dominadas pelos carros com motor 1.0.
A primeira fase do Citroën durou até 2012, quando foi lançada a segunda geração nacional. Utilizando a plataforma PF1, contava com carroceria totalmente nova, mais moderna e espaçosa. Eram três versões: a Origine e a Tendance traziam o motor 1.5 8V flex de 93 cv, enquanto a Exclusive vinha com o 1.6 16V de 122 cv.
Uma das características mais marcantes desse modelo é o para-brisa Zenith. Bem mais alongado que o normal, invade parte do teto.
Uma curiosidade sobre o C3 é que ele foi protagonista de uma das mais restritas edições especiais dentre os carros nacionais. Trata-se da série Xbox One Edition, com apenas 50 unidades. Adesivos na carroceria, bancos customizados e um chaveiro numerado eram as diferenças. E o comprador ganhava um videogame.
A linha foi ampliada para seis versões em 2015, com a chegada do Attraction 1.5, do Exclusive 1.5 e do Tendance 1.6. Ou seja, misturaram opções e motorizações, o que gerou confusão até por conta da superposição de valores. Nessa época, todos os 1.6 tinham câmbio automático.
Em junho de 2016, o motor 1.5 deu lugar ao Puretech 1.2 de três cilindros, com 90 cv. Em setembro daquele ano, viria mais uma série especial: a Style, baseada na opção Tendance, com 700 unidades produzidas.
Em maio de 2017, a Citroën mudou a calibragem dos motores 1.6 e passou a usar o novo câmbio Aisin de seis marchas. A potência caiu para 118 cv.
Houve ainda mais duas séries especiais, a Urban Trail – que foi lançada em junho de 2018 e acabou entrando em linha – e a comemorativa 100 Anos, apresentada em junho de 2019 e com 100 unidades produzidas, todas baseadas na top Exclusive.
As últimas unidades foram produzidas em 2020, mas o nome C3 retorna agora à Citroën do Brasil. O novo modelo tem ares de SUV compacto.
Quanto à geração anterior, um dos problemas é o preço das peças na rede concessionária. A diferença entre itens originais e paralelos é grotesca. Por exemplo, pagar quase R$ 4.000 em um jogo de amortecedores é de assustar qualquer um. Isso sem falar na lanterna traseira, oferecida a mais de R$ 1.500.
Ainda assim, o C3 é um bom companheiro para uso urbano, econômico e confortável. Só não deixe de fazer manutenções preventivas, para não ter surpresas desagradáveis mais tarde.
Defeitos do Citroën C3
Barulhos de suspensão Geralmente são causados pelas buchas dos braços de suspensão. Houve dois recalls gerados por ruídos na dianteira, que incluíram algumas unidades produzidas em 2013.
Coxins Responsáveis por fixar o conjunto câmbio/motor, podem apresentar desgaste precoce. Com isso, surge uma vibração indesejável, cuja solução só ocorre com a troca das peças defeituosas.
Câmbio automático AL4 A incidência de defeitos na caixa automática de quatro marchas é grande. Começa com os trancos, que indicam problemas na chamada “mecatrônica”, mas há risco de evoluir para danos mais sérios e caros. Esse câmbio deu lugar ao Aisin de seis velocidades no C3, em maio de 2017.
Quebra da correia Casos de quebra precoce da correia dentada são recorrentes nas versões 1.6 16V. O estrago é grande e caro de arrumar, portanto vale fazer uma troca preventiva.
Trincas no bloco Houve casos envolvendo versões 1.5 com trocas em garantia, mas não houve recall. As unidades mais afetadas são as fabricadas entre os anos 2013 e 2014. O principal sintoma é o sumiço inexplicável da água.
A Voz do dono
Nome: Priscila Amaro dos Santos
Idade: 39 anos
Profissão: comerciante
Cidade: Belo Horizonte (MG)
O que eu adoro
“O desenho me agrada e eu gosto do teto Zenith, que realmente dá a sensação de amplitude. O porta-malas não é grande, mas me atende bem. O C3 é econômico, o seguro é barato e não chama atenção de ladrões.”
O que eu odeio
“O câmbio automático já deu defeito em duas ocasiões. O carro tinha baixa quilometragem quando o problema ocorreu pela primeira vez, mas estava fora da garantia e tive que pagar, assim como na segunda vez.”